Recebi um comentário, em um artigo que criticava a Revista Veja pela maneira parcial com que aborda fatos alardeados, mas não comprovados, onde o leitor estava indignado com a postura de outro orgão de imprensa, o Jornal Estado de São Paulo.
Segundo sua reclamação, ele havia postado um comentário ao Fórum por várias vezes, sem que fosse publicado. Até o momento em que, enviando uma reclamação, recebeu uma resposta grosseira, que acusava de "petistas" todos os que discordavam da linha do jornal.
Pediu um comentário a respeito, afirmando que tem prova do que está falando, uma cópia do e-mail e todos os comentários que mandou ao Fórum. "Eu não sou petista, mas fiquei horrorizado com a maneira discriminatória com que esse partido é tratado na imprensa".
Também fiz um teste com o "Forum" do Estadão, emitindo opinião contrária ao PFL e PSDB e recebi a resposta de que a seção não podia publicar opiniões "mal escritas" e também fui chamada de "petista", como se isso fosse um defeito e não o usufruto de uma liberdade de opção prevista na Constituição Federal.
Por um acaso, não sou filiada a nenhum partido, tampouco defendo bandeiras políticas. Minha preocupação é a de qualquer cidadão responsável.
E, sim, também tenho provas desse tipo de tratamento!
O leitor quer saber se pode processar o jornal "Estado de São Paulo".
Pode processar, principalmente partindo da ofensa de discriminação, aliada a uma postura pouco adequada e comprovadamente fora dos padrões exigidos pela ética da imprensa brasileira. Que afinal, tem regras claras!
Mais uma vez se confunde liberdade de expressão e compromisso com a verdade, com ofensas e afirmações sem provas. É muito fácil distorcer um fato. Basta, muitas vezes, uma ""vírgula" aqui, com uma omissão ali!
Por que isso acontece? Primeiramente, é preciso esclarecer uma coisa: a imprensa surgiu da necessidade da sociedade organizada de defender os direitos comuns. Os seus princípios são claros e puros e o próprio profissional de jornalismo sempre teve um perfil de defesa dos direitos da comunidade, uma espécie de paladino da justiça nas letras.
O marketing veio da necessidade de manutenção da estrutura da imprensa. Teóricamente não deveria interferir na fidelidade dos fatos publicados e isso aconteceu.
Mas a história do jornalismo não conseguiu impedir que a processo se invertesse, ou seja, ao invés de buscar manutenção financeira, na base da divulgação pura e simples, para poder comunicar-se de maneira leal com o leitor, parte da imprensa foi tomada por empresários que queriam fazer seu marketing pessoal ou comercial utilizando a estrutura da imprensa!
Deu para entender? Não existe portanto imprensa livre, quando há comprometimento político e financeiro. É obvio que mesmo na imprensa comprometida existe um serviço à população, porque nem todos os assuntos abordados são voltados para o marketing, político ou não.
Ou seja, há momentos em que se respira a verdadeira razão de ser da imprensa. Mas é a tal história do joio e do trigo!
A imprensa é poderosa e todos a temem! Mas a fonte de poder da imprensa provém justamente de seu compromisso com a verdade. Se seu papel é desvirtuado, ela cai no descrédito!
A figura do jornalista fiel, do reporter em busca da verdade, ainda existe. Mas nada garante que não pode ser sufocada pelo poder da comunicação voltada para o marketing político, por exemplo. O sujeito trabalha de forma honesta, mas seus levantamentos podem ser "censurados" antes da publicação.
Censurados como? Pelos próprios orgãos de imprensa comprometidos com o marketing e não necessariamente com a verdade.
Chocante? Não, verdadeiro!
Vamos levantar quantos orgãos da nossa imprensa, falada e escrita, não têm entre seus proprietários partidos políticos, de forma direta ou indireta?
Abre o olho!
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