quinta-feira, novembro 30, 2023

SEUS DADOS SEM PRIVACIDADE

Você quer registrar uma reclamação qualquer em algum lugar, digamos um restaurante, e para que "seja levado em consideração", precisa aceitar um cadastro com seus documentos, endereço, telefone, e-mail, etc. Até ao pedir um orçamento, pode ser de um medicamento, exame médico ou de um sapato, não importa, você é obrigado a fazer um cadastro com todos os seus dados. Ou talvez você queira comprar uma pizza e lá vem de novo o pedido de dados pessoais. 

Nos velhos tempos você comprava um produto na loja virtual ou em um site, pagava com boleto e esperava o produto chegar, confiando no vendedor. Agora o vendedor se acha no direito de saber tudo sobre a sua vida, para você pagar para ele. E se um produto de uma grande empresa que coordena vendas, como Mercado Livre por exemplo, "te der um cano", para você recuperar o dinheiro que pagou por um produto defeituoso e devolvido pode ter de fazer um cadastro que exige até sua foto.

O que as empresas de aplicativos também estão dando um jeito de conseguir, dificultando contatos e reclamações até obterem finalmente tudo sobre a vida do cliente, incluindo reconhecimento facial! Não, não estamos falando dos motoristas de aplicativo, que de fato precisam ser reconhecidos. Estamos falando de passageiros!

E as redes sociais, como o Facebook? Avisam que sua conta tem prazo para ser encerrada, a não ser que você entregue todos os seus dados reais e foto, mesmo que você mantenha um perfil decente de mais de uma década. 

Tem alguma coisa errada nisso tudo, certo?

Tem! Sob alegação de segurança (muito relativa), toda a sua vida é controlada, porque existe uma prática chamada "cruzamento de dados", onde um documento é complementado por outro, até que se consiga todo um mapeamento seu: seu físico, suas preferências de gênero, seu posicionamento político, sua alimentação, o que você consome, quais os exames de saúde, quais as suas doenças, enfim, tudo que você é! 

Por que isso acontece? Será mesmo que a entrega de todos os seus documentos é necessária?

Obviamente que não!

O que estamos vivendo caminha para o controle total da sociedade. Em uma democracia, isso não oferece tanto risco, apesar da enxurrada de anúncios que são feitos sob medida para você. Mas em governos neoliberais, onde tudo é privado e o cidadão perde a proteção do Estado que se tornou mínimo, o resultado pode ser o controle da liberdade do cidadão.

E como isso é processado? Vamos a um exemplo simples, que já é realidade crescente: você busca um emprego, mostra excelente capacitação técnica, mas por outros fatores, não revelados, como um problema de saúde ou uma opção política, facilmente encontrados no seu "mapa", você é excluído, sem entender porque! Ou digamos que resolva fazer um plano de saúde, mas a empresa cobra muito mais ou até resolva dispensar sua adesão, porque no acesso ao seu "mapeamento secreto" do cruzamento de dados, você teve problemas de saúde ou realizou exames demais...é, porque empresas de saúde não gostam de pessoas doentes.

Redes sociais como "X" ou Facebook precisam dissecar o sujeito por que? Já possuem e-mail e telefone do usuário. Para evitar robôs ou perfis que usam mentiras e publicações criminosas, há outros recursos. Para saber se o perfil é real, não há necessidade de radiografar a vida das pessoas, basta excluir esses perfis e deixar para a Justiça a investigação. 

Como essas  redes, Facebook, X e outras, vão usar os dados sensíveis de usuários, ninguém sabe. O mero comprometimento de "respeitar a privacidade do usuário" não é real, porque apesar da

questão legal existir, ela ainda é incompleta e não tem como impedir a venda dos dados  de usuários ou o uso deles, porque isso não acontece publicamente.


segunda-feira, novembro 13, 2023

"SÓ QUERIA ENTENDER"

 

 PARTE 1 

"(...) Estávamos todos discutindo sobre essas guerras absurdas e de repente surgiu uma dúvida (...) Afinal, se o Hamas surgiu para defender interesses dos palestinos como é que fez um ataque sabendo que Israel iria aproveitar para vingar-se e destruir Gaza, essa é a pergunta que a ninguém explica! "(Jorgedario@....)

"Porque o Hamas não faz nada para defender o povo de Gaza. Joga uma bomba  em um prédio de Israel e depois some, esquisito isso, parece que trabalha para Israel (...)"(Ramirez9)

"O embaixador de Israel chama os políticos da oposição, bolsonaristas, para uma reuniãozinha, num entendi nada! E o Biden, presidente dos EUA, dizendo que é sionista mesmo não sendo judeu, tudo bem, porque tem judeu que odeia o sionismo, mas essa dos EUA na ONU contra cessar fogo...me explica essa, cara! (...)(BG)

(...) É bastante claro e incontestável que Israel comete crimes de guerra, matando 9 mil civis e entre eles 4 mil crianças, ataca casas, corta energia, explode hospitais (...) Ninguém faz nada!(...) A ONU é controlada pelos EUA(...)

Tentando entender

Todas essas questões são complicadas porque há grande interferência de interesses políticos e econômicos que criam estratégias e jogos de poder. A Organização das Nações Unidas, por exemplo, teoricamente deveria ser democrática e todos os países do mundo teriam de integrar a ONU e votar em igualdade as suas resoluções. 

Mas na prática não é bem assim...A ONU foi criada no pós guerra e seu poder de voto  é relativamente amplo, mas há outro poder maior, o do veto, resumido a alguns países. Criada em nome da paz mundial, a ONU, em 1947, acabou criando outra guerra: sua preocupação inicial foi fazer a partilha do  território palestino para a criação do Estado de Israel.


Por isso quando o presidente Lula apresentou no Conselho de Segurança da ONU a resolução para cessar fogo na Faixa de Gaza, visando um acordo que beneficiasse os Estados da Palestina e Israel, com a concordância da maioria dos países membros, o mundo foi surpreendido pelo veto dos EUA!

O controle da ONU por alguns países interessados nas guerras ficou evidente!

O Hamas foi criado nos anos 80, considerado por uns como grupo terroristas e por outros como um grupo político armado. Agora, que tipo de estratégia foi essa de atacar uma área residencial de Israel e capturar reféns em um festival de música para supostamente proteger a Faixa de Gaza, realmente fica difícil entender. Ninguém está entendendo, nem mesmo os analistas da guerra, porque afinal quem está sendo triturado é a povo de Gaza, gente inocente, como crianças e civis. Milhares de pessoas assassinadas em bombardeios e em terra pelo exército sionista de Israel, com apoio total dos EUA.

O que tem horrorizado o mundo é a tentativa de justificar toda essa atrocidade. Israel mostra um vídeo sangrento atribuído ao Hamas, mas não explica como isso foi feito, para  tempos depois dizer que o registro das imagens foi feito pelo próprio Hamas. Como um ou outro lado registra as próprias atrocidades, se jornalistas e cinegrafistas são mortos por muito menos, eis a pergunta!

Da mesma forma que ninguém entende como é que o Hamas conseguiu atingir Israel, que possui um dos sistemas mais sofisticados para evitar mísseis, um exército treinado e material bélico de última geração.

O que tem horrorizado o mundo é a tentativa de justificar toda essa atrocidade. Israel mostra um vídeo sangrento atribuído ao Hamas, mas não explica como isso foi feito, da mesma forma que ninguém entende como é que o Hamas conseguiu atingir Israel, que possui um dos sistemas mais sofisticados para evitar mísseis, um exército treinado e material bélico de última geração.

Mas uma realidade é incontestável: ao atingir Israel, o Hamas abriu a cortina que encobria os crimes do governo sionista  de Israel. Ao provocar uma reação aberta e pública ao mundo todo, o Hamas mostrou qual a realidade da população palestina desde que foi submetida ao novo Estado de Israel, que desrespeitou sistematicamente o acordo firmado em 1948 delimitando os limites de cada Estado. 

Com essa agressão absurda, desproporcional, onde um exercito sionista poderoso agride civis totalmente vulneráveis, matando crianças e adolescentes, mulheres e homens desarmados, o mundo está horrorizado em descobrir as décadas de sofrimento de um povo que foi sendo cruelmente dizimado sem que as potências mundiais que são representadas na ONU e em organismos humanitários tenham agido em defesa dos direitos dessas populações.

E hoje, mesmo sob denúncias de que parte da mídia internacional e das redes sociais bloqueiam a publicação de imagens dos crimes de guerra cometidos na Palestina pelo governo sionista de Israel, o mundo pergunta perplexo o que significa a falta de ação diante das imagens genocidas na Faixa de Gaza e da Cisjordânia, onde invasores israelitas  que criaram assentamentos irregulares recebem armas e treinamento para matar indiscriminadamente qualquer palestino que passe por perto, seja criança ou adulto, desarmados e frágeis.

Imagens que mostram crianças de Israel cantando nas escolas canções que discriminam o povo palestino e justificam a matança, exatamente como acontecia no nazismo alemão com os judeus e outras minorias. 

Na trégua para troca de reféns, os reféns palestinos retidos por Israel são chamado de prisioneiros, ainda que não se explique como crianças podem ter cometido algum crime ou sejam justificadas todas as outras prisões de palestinos. 

E as denúncias agora se multiplicam: os sionistas mataram e aprisionaram crianças e adolescentes por motivos banais ou até sem justificativa, durante décadas, sem que os familiares pudessem recorrer judicialmente para obter julgamentos éticos. 

Segundo tudo indica, foi esse o resultado do ataque, considerado suicida, do Hamas a Israel em outubro: mostrar ao mundo que os palestinos não tinham opção. Enfrentar a fúria do governo sionista de Israel em uma guerra aberta ou nas sombras.  



No mundo a principal dúvida é onde começa o direito de uma resposta ao ataque de um grupo, seja político, religioso ou terrorista, e o fim dessa resposta. Por que há tanta demora em limitar a matança de civis  inocentes e absolutamente vulneráveis e quando haverá punição pelos crimes de guerra, que estão previstos em acordo internacional. 

Isso está tirando o sono do mundo globalizado: se não há limites éticos e humanizados, todo país do planeta e seus povos vulneráveis imaginam se estarão a salvo no futuro, caso catástrofes ambientais ou qualquer outro fator como a exploração de recursos não sejam tratados com definição do respeito à soberania. Uma nova guerra mundial poderá ser o fim da civilização tal como a conhecemos e o perigo reside justamente na mentalidade prepotente de alguns países de grande poder bélico. 




quinta-feira, novembro 09, 2023

O mundo não é a "casa da sogra"

 Foi extremamente estranha e impositiva a afirmação do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de  que a agência de espionagem israelense Mossad "trabalhou no Brasil junto à PF para desarticular terrorismo do grupo libanês Hezbollah". Entre tantas articulações do governo sionista de Israel no mundo árabe, nos EUA e parte da Europa, essa certamente foi uma "gafe política", com tom oportunista, diante do fato do Brasil manter-se neutro no conflito e definir-se a favor de acordos de paz entre Israel e a Palestina.

As críticas à Israel tem base na antecipação dos resultados da ação deflagrada pela Polícia Federal brasileira contra supostos terroristas que poderiam ameaçar a comunidade judaica no país. Dois homens foram presos pela PF.

Na verdade tudo pareceu um "avanço midiático" de Netanyahu. Soou muito mal entre os brasileiros.   O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, resumiu acertadamente esse problema: " Nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Policia Federal".

"Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos qualquer autoridade estrangeira que cogite dirigir os orgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de interesses políticos", escreveu o ministro Dino sobre a Operação Trapiche, da PF.


Embaixador de Israel reúne oposição

Por mais estranho que possa parecer, uma embaixada de outro país marcou uma reunião com políticos bolsonaristas e com Jair Bolsonaro: embaixador de Israel Daniel Zonshine alegou que o objetivo do encontro era  o de mostrar "vídeos fortes da guerra provocada pelo Hamas" e não aceitou filmagens.  

Enquanto isso os brasileiros que ainda estão na Faixa de Gaza aguardam, na fronteira com o Egito, a inclusão de seus nomes na autorização para passar e ser resgatados pelo avião da FAB, que há dias aguarda essa liberação. Netanyahu argumentou que a culpa é do Hamas, mas não deu uma explicação convincente. 



quarta-feira, novembro 01, 2023

Cérebros corruptos e implacáveis

 




Provavelmente você já ouviu falar em cérebro corrupto.  Ou seja, a corrupção não seria simplesmente uma questão de caráter, mas uma tendência do indivíduo que teria sua origem em um defeito nos genes, assim como outros problemas como o retardo mental ou a psicopatia.
O assunto já foi muito discutido em simpósios neuropsiquiátricos e resume uma óbvia constatação: o cérebro corrupto demonstra um comportamento que viola o senso natural de justiça simplesmente porque  não consegue  avaliar e sentir sentimentos morais, como repulsa e nojo, necessários para a rejeição de atos que prejudicam o semelhante, como a corrupção e outros crimes.

Se assim for, teríamos uma explicação razoável para a corrupção e a violência que acontecem  cada vez mais em várias partes do mundo desde as décadas de 60 e 70, justamente o período de grandes transformações nos costumes e na moral das sociedades, pressionadas por uma mídia poderosa que derrubou antigos conceitos e  crenças, substituídos pelo culto ao supérfluo. 
Mas com o acesso à internet e às infindáveis possibilidades de expressão sem consequências, a quantidade de pessoas intolerantes com o semelhante e muito abertas à corrupção, disparou!

O cérebro corrupto é oportunista. Em um ambiente sem moral ou de baixa vigilância ele solta as rédeas e "faz a festa", ciente de que não haverá consequências.

Quer dizer que o cérebro corrupto raciocina, sabe que comete um crime ou erro grave, dependendo do tipo de sua corrupção o suficiente para frear ou não as suas ações. Mas não acha que está errado, apenas tem medo de ser punido. É a expectativa de ter seu crime descoberto que impede a corrupção de acontecer.

Muito interessante. A boa notícia é que esse defeito que leva ao cérebro corrupto acontece com uma minoria, assim como a psicopatia que pode levar aos assassinatos seriais, ou "serial killers".
A má notícia é que o chamado "neuromarketing", que busca atingir as áreas do cérebro para tornar propagandas - políticas ou comerciais - mais poderosas, torna as pessoas que não tem o cérebro corrupto, mas apenas um cérebro influenciável, apáticas em relação aos crimes de corrupção, como se eles fossem uma espécie de ficção que não representaria ameaça a elas. O que, obviamente, é um engano perigoso.

Eis aí uma batalha entre o Bem e o Mal: respeitar as regras criadas em textos legais e acordos sociais para manter a paz, ou atropelar todos os direitos comunitários em troca de poder individual, levando à guerras que podem ir desde uma discussão doméstica ou no trânsito, até ações bélicas que matam milhões  e comprometem o futuro de todos. 

quinta-feira, outubro 19, 2023

Guerras e a fúria do domínio

 "Uma guerra é um massacre entre gente que não se conhece, para proveito de pessoas que se conhecem"... e que momentaneamente não se massacram por unir-se em objetivo comum de dominar o poder!

Eis aí um bom resumo sobre o que significam as inúmeras guerras que vivemos hoje no planeta. É claro que uma guerra não se faz apenas entre povos que se confrontam, mas também pela aniquilação disfarçada e lenta do domínio de setores essenciais à vida, como a água por exemplo. Ou o alimento, que pode ser envenenado em sua cultura para propiciar doenças, ou medicamentos adulterados, etc, etc, etc.

Mas vamos falar das guerras de confronto, como as guerras mundiais do século passado, a guerra do Vietnam e as centenas de outras no século XX. Que curiosamente  foram combatidas e os vencedores acabaram criando força para guerras futuras. 

Um exemplo dolorido é a guerra entre o governo sionista de Israel e o mundo árabe, a partir da Palestina. A Palestina vivia tempos de paz, enquanto os assentamentos  judeus estimulados pelo sionismo por volta de 1900 foram recebidos com relativa tolerância pelos palestinos. Mas quando a Inglaterra e os EUA se esforçaram para dividir a Palestina contra a vontade dos palestinos, criando ao final da segunda guerra a ONU e "legalizando" a ocupação desse território, abriu espaço para um futuro sangrento.

O problema não foi somente a divisão das terras palestinas, mas o constante avanço dos governos sionistas de Israel sobre as áreas palestinas, desrespeitando até o acordo da ONU. O povo palestino foi sendo espremido cada vez mais para a faixa de Gaza e Jerusalém, que no acordo de ocupação foi sacramentado como território neutro, pertencente a palestinos e judeus, passou a ser reivindicado pelos sionistas.

É preciso deixar bem claro que judeus e sionistas são coisas diferentes. Judaísmo é uma religião, que independe de espaço para ser adotada. Há judeus no mundo todo. Já o sionismo é um movimento político e um sionista não é necessariamente judeu. O presidente dos EUA, Biden, revelou ser sionista, embora não seja judeu.

Pois bem, de qualquer forma, foi o avanço de Israel sobre a Palestina o que alertou o povo árabe. A população palestina foi sendo obrigada a recuar até Gaza, perdendo as terras mais férteis. Mas até então o mundo não percebeu uma estratégia sionista macabra: setores de Gaza foram sendo ocupados também por assentamentos israelenses, transformando-se em cidades, e as fronteiras de Gaza com outros países, como Líbano e  Egito, foram dominadas. 

Hoje 2 milhões palestinos espremidos na faixa de Gaza, não tem como fugir dos bombardeios e do treinado exército sionista, um dos melhores do mundo, fortalecido pelos EUA e outros países. Não tem como sair! Israel nega o direito a um corredor humanitário, apoiado pelos EUA, que usou o poder de veto na ONU para recusar a ajuda humanitária proposta pelo Brasil. Podemos e devemos perguntar o motivo. Afinal se é o  Hamas o alvo de Israel e de seu poderio bélico, os civis deveriam ser retirados. Ou a faixa de Gaza será transformada em um enorme cemitério, sem seus habitantes palestinos!

Sem saída, sem água e sem comida (o governo sionista de Israel impede a subsistência) a população de Gaza corre o risco de ser exterminada. É essa possibilidade que está transtornando o mundo! Sob alegação de ser atacada, Israel pretende destruir toda a faixa de Gaza, o último resquício do povo palestino. 

Arquivo do blog