quarta-feira, setembro 19, 2007

Críticas ao Ensino Privado


"Eu acho mesmo que falta vergonha na cara no Brasil. As universidades se transformaram em empresas lucrativas, que não estão preocupadas com a educação, isso é um absurdo. Universidades na Europa tem categoria, não são como as precárias empresas de ganhar dinheiro que são universidades brasileiras, que oferecem ensino ruim a alto custo e tratam o aluno como se fosse cliente de mac donald (...)Cade as regras para essas universidades? Elas podem ser ilegais, irregulares, ladras, safadas por que? Pra despejar no país um m onte de gente médico que mata, advogado que não passa na OAB, engenheiro que coloca construções em risco? Pra isso que servem? Pau nas nossa universidades! " (Jhosen)


"Nós, professores de universidades particulares, sofremos pressão constante no trabalho e nem sempre podemos cumprir com a qualidade de ensino que seria conveniente. Defendo maior fiscalização do Estado nas ações internas do ensino privado, que afetam a qualidade do profissional e do ensino oferecido" (Eloisa)

... "Existe a carência de mestres preparados para atualidade, tanto que provoca essas indagações (...)O Brasil, de 1980 pra cá, criou mestres despreparados para inspirar o sabe\9(...) Hoje eles tentam inspirar a sua ideologia retrógrada (confusa), ainda mais se for membro dessas 'esquerda' bandida (comunismo tupiniquim) que dominou o Brasil e criou as favelas (Quilombos), greves, MST, MTST... Passeata de Gays e de Lésbicas no lugar dos desfiles e atividades estudantis... E vem destruindo a educação Brasileira".(Ciro José)


"(...) pois eu pago para minha filha uma mensalidade de R$560,00 para o curso de Biologia que nesta universidade tem apenas duas a três horas de aula por dia, umas 15 horas por semana no máximo, quando falta um professor é dia perdido, é só uma aula por dia, que carga horária é essa? Depois as universidades culpam o ensino fundamental (...) Rodrigo Mendes



É, não falta desabafo! Jhosen e Rodrigo estão abordando um mesmo ângulo da questão, a utilização das universidades como mera ferramenta de ganho fácil.
Isso realmente é uma realidade porque o "boom" da educação privada, que foi estimulada nos anos 70, chegando ao seu ápice nos anos 90, não se preocupou em estabelecer regras rígidas em relação à qualidade e outras características que uma instituição voltada para a educação não pode prescindir.

Tornou-se um "negócio da China" ter uma empresa de ensino privada, com enriquecimento garantido. Por isso um dos lobbies mais poderosos no Congresso é desse setor e muitas leis que garantiam a qualidade e os direitos dos alunos foram neutralizadas por novas emendas que favorecem unicamente os empresários.

Mas a questão da carga horária reduzida precisa ser investigada, pois ´há universidades que de fato subtraem horas/aula para reduzir os gastos e manter os altos lucros.

Bolsas de estudo, inclusive de programas do governo federal, também são utilizadas fora da lei pelas universidades. Uma das ilegalidades mais comuns é utilizar o percentual das bolsas para os próprios professores, como complemento salarial.

Ciro José, concordo com você até certo ponto. De fato, há despreparo dos docentes, que obviamente, ao longo de várias décadas de decadência da qualidade de ensino, são produto dessa educação. Mas responsabilizar os professores pela transformação social e a degradação de valores éticos e morais é absurdo!
Lembre-se que as transformações ocorreram no mundo todo, que passou por mudanças tecnológicas, econômicas e sociais imprevisíveis. O sistema adotado soterrou grande parte da autonomia dos professores (na escola) e dos pais (na familia).

Enfim, Heloisa, é isso mesmo: a alternativa apoia-se em dois fatores. Um, como você falou, na fiscalização pelo Estado para coibir abusos das universidades e outras instituições de ensino privadas. Outro na fiscalização dos abusos do lobby no Congresso, que segue corrente contrária à própria Constituição Brasileira!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Senado misterioso



Há uma contradição bastante clara no fato do Senado manter em seu regimento interno a sessão secreta no caso de votação de cassação de mandato de um senador.
O que quer dizer secreto, todo mundo sabe. O que não se entende é por que motivo deve existir alguma coisa secreta no Poder Legislativo. Ora, o Poder Legislativo não é um poder autônomo em sua ação, ele possui autonomia para representar os interesses da população.

Trocando em miúdos, senadores e deputados não podem em hipótese alguma decidir o que quer que seja sem considerar os interesses da população brasileira. Senadores e deputados não são imperadores ou legisladores em causa própria ou pessoal. São representantes eleitos, que devem explicações sobre seus atos e decisões!

Nesse caso, que negócio é esse de "sessão secreta"? Pois então um sujeito recebe o voto do cidadão, comprometendo-se a cumprir interesses comunitários e acaba se trancando em um plenário, impedindo a população de acompanhar um processo que é comunitário?

Se deputados receberam sopapos de seguranças do Senado, que a Câmara assuma também um processo de abertura de informações e transparência de seus trabalhos, inclusive em suas contas bancárias a partir da data em que assumem seu mandato e em casos de levantamento de irregularidades internas e votações, sejam elas quais forem, incluindo a cassação.

Essa história de sessão fechada é esquisitisse do regimento interno do Poder Legislativo. A Constituição determina que o voto deve ser secreto, o que é outra coisa que precisa ser revista. A utilização desse recurso deve ser resumida a situações imprescindíveis!

Voto secreto por que? Como é que o eleitor vai saber como é que o seu senador, deputado ou vereador estão se comportando?

Poder Legislativo não é sociedade secreta. Não pode fazer rituais ou acordos em salas fechadas.

E para piorar a situação, chegam os oportunistas: senadores e deputados aproveitam para fazer pose de indignação e ganhar votos. Ora, porque motivo esses "indignados" não votam pela abertura no Congresso, ao invés de tentar desviar a atenção dos processos que envolvem seus partidos?

Afinal, o PMDB está em evidência no caso Renan, mas também o PSDB, DEM (antigo PFL), PT, PTB, PDT e outros tem deputados e senadores envolvidos em denúncias de corrupção!

Não há, portanto, entre os partidos de grande porte, inocência provada. Por isso a transparência no Congresso Nacional é muito mais importante do que uma mera cassação isolada, que acoberta a permanência de prováveis casos de corrupção em todos os partidos!

domingo, setembro 02, 2007

Cuidado com a "venda casada"


"(...) Tive de fazer um empréstimo de emergência para cobrir o cheque especial, mas no momento o funcionário do banco ficou insistindo para que eu fizesse um seguro de vida, além de um título de capitalização (...)


Isso é péssimo! A pessoa recorre ao banco em uma emergência, geralmente no desespero por se encontrar pressionada pelos juros do cheque especial, como no seu caso, e acaba aceitando qualquer condição, com receio de não obter um empréstimo!


Essa situação que você relata pode ser considerada "venda casada", ou seja, uma forma de pressão, muitas vezes sutil, para que o cliente aceite serviços e aplicações que não faria, se pudesse optar.


É crime previsto no Código do Consumidor, pois funciona como uma espécie de coação. E costuma ocorrer nos mais diferentes serviços e no comercio em geral. Pode ser na negociação de um veículo ou até de um produto na prateleira. Mas é mais comum em serviços. Mas pode estar em todo lugar, sempre com o objetivo de lucrar sobre o consumidor.


Uma boa forma de evitar tal pressão é comparecer ao banco acompanhado de alguém. Em geral isso desestimula essa prática, já que uma testemunha facilita qualquer ação posterior do cliente contra o banco.


Lembre-se que a entidade financeira já está no lucro, com seu movimento e juros da conta do cheque especial e com os juros do empréstimo que você vai fazer e, se houver venda casada, com seu novo seguro de vida e com a capitalização, que em geral oferece prêmios, mas impõe depósitos mensais que se não forem feitos, justificam a perda de todo dinheiro investido até aquele momento.


Se você está fazendo um empréstimo por estar sem recursos para pagar o próprio banco, tem cabimento gerar mais dívidas ainda com as mensalidades do seguro e da capitalização que exige no mínimo dois anos de participação antes de permitir que você use seu dinheiro?

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