sábado, junho 03, 2006

Imprensa que peca contra a ética

Você sabe o que é ética? Há algumas formas de definição. Algumas explicações são complicadas para a maioria das pessoas. Basicamente, ética é uma doutrina filosófica, um ramo da filosofia e um sub-ramo da axiologia, que estuda a natureza do que consideramos bom, adequado e moralmente correto .
Outras explicações são diretas e estão ao alcance do entendimento de qualquer pessoa: ética é o limite de nossa ação. Não podemos fazer o que bem entendermos, nem invadir o direito de outras pessoas, prejudicando-as moralmente. As sociedades tem seus códigos de ética, as profissões definem esses limites de maneira mais direta.
Pois bem, jornalismo também depende da ética, assim como toda a mídia. Não podemos usar um espaço para prejudicar, deliberadamente ou por negligência, outra pessoa. O jornalismo exige bom-senso e retidão, responsabilidade com a verdade e deve prestar contas à sociedade de suas ações. Imprensa livre não é imprensa sem ética. Ao contrário, a liberdade de expressão implica em maior responsabilidade na divulgação de fatos, que se não são provados ou assumidos seriamente por alguém, são boatos.
O tema vem à discussão por causa de nova matéria publicada na revista Veja, que acusa o presidente da República de ter contas no exterior. O interessante é que há tempos as denúncias - todas sem provas - vêm sendo estampadas em manchetes, como se fossem uma verdade. Mas se não há provas, não estamos correndo o risco de prejudicar inocentes?
O interessante é que quando as denúncias não envolvem o governo atual, elas não são publicadas ou ocupam um espaço modesto e sem alarde. Isso é ético?
Respeitando a ética, podemos afirmar que não, essas publicações não são éticas e são passíveis de processo judicial, pois afetam a moral de pessoas com boatos (já que aquilo que não é provado, é boato). A história dos boatos sensacionalistas, que lembram tablóides, começou no nosso Congresso Nacional, com a febre das CPIs voltadas única e exclusivamente para o levantamento parcial (de 2002 em diante, sem averiguação da origem) onde qualquer um podia falar o que bem entendesse sem punição - desde que fosse contra o governo atual! A intenção sequer foi disfarçada.
Entre os acusadores de hoje, estão senadores e deputados que estiveram envolvidos em corrupção no passado, sendo julgados em CPIs que não foram divulgadas com tamanho escarcéu.
Ninguém lembra. Você lembra o nome dos senadores e deputados que em anos passados foram objeto de investigação por atos corruptos? Não só não lembra, como é possível que sequer tenha tido ciência!
Pois bem, é preciso uma averiguação séria, para descobrir porque nos ultimos anos a ética deixou de existir no Congresso Nacional e em alguns orgãos de imprensa de circulação nacional.
É preciso exigir que a verdade seja apurada e aí sim, estampada nas manchetes, para o povo não esquecer os verdadeiros corruptos, que não estão agindo no Brasil há um ano, dez anos ou vinte anos, mas há muito mais tempo, principalmente há 30 ou 40 anos atrás. E de maneiras extremamente mais diversificadas do que o tal do caixa dois, que é apenas a ponta de um iceberg.
Ética é primordial, inseparável de nossas ações, em qualquer área de trabalho, na nossa rotina diária. Sem ela, viveríamos numa terra de loucos. Respeito à tudo e à todos é fundamental para a sobrevivência da sociedade organizada. Não podemos abrir mão da ética, principalmente no jornalismo e na política.

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