terça-feira, outubro 05, 2010

TIRIRICA E A QUALIFICAÇÃO DOS CANDIDATOS ELEITOS


Quando o palhaço Tiririca (PR-SP) contabilizou 1350 milhão de votos válidos ( 6,35%) como candidato a deputado federal, levantou uma discussão acalorada a respeito da qualificação do político. Afinal, Tiririca, o palhaço, fala errado e é ingênuo! Mas até o momento nada prova que Francisco Everardo Oliveira Silva seja igual ao personagem que criou!

A principal questão é a seguinte: Tiririca é alfabetizado o suficiente para escrever e ler conforme convém a um legislador? Quantos, entre nossos eleitos, assim são?

Veja bem que aqui não estamos falando se Tiririca saberá desempenhar o papel de deputado, pois se assim for, muita gente terá de provar o mesmo e perderá seu mandato! Como somos uma sociedade democrática e nossa Constituição garante direitos iguais a todos os brasileiros, apenas poderá ser impedido de exercer algum cargo político aquele que comprovadamente não tem condições de exercer esse cargo.

Tem lógica, mas ainda assim algo está errado. Veja bem, se Tiririca não fosse Tiririca e tivesse sido eleito pelo sistema de eleições proporcionais (quando uma grande quantidade de votos alavanca o partido e permite que candidatos com votação inexpressiva sejam eleitos) ninguém iria contestar o fato!

Mesmo porque todos sabemos que sempre existiram candidatos totalmente fora do padrão que seria tecnicamente exigido para um legislador. Há décadas esses candidatos se misturam a outros e no frigir do ovos acabam nas Câmaras Municipais, Assembléias e Câmara Federal.


São pessoas que não sabem nada - ou muito pouco- sobre o exercício do cargo. Um deputado precisa  legislar e isso quer dizer propor, emendar, alterar e revogar leis estaduais e federais. Não precisa necessáriamente ser um conhecedor de leis, mas vai precisar ter duas qualidades práticas: ler muito e ter capacidade de entendimento dos textos, para evitar piorar a legislação.

A questão é: quantos deputados estaduais e federais passariam por um teste de qualificação mínima para o cargo antes de suas candidaturas? Ou depois da eleição? Certamente a peneira iria reduzir - e muito - os nossos parlamentares!

Isso quer dizer que não basta impedir alguém analfabeto de ocupar uma cadeira na Câmara, pois temos os chamados analfabetos funcionais - aqueles que podem ter escolaridade maior ou menor - que não vão conseguir o desempenho a altura da responsabilidade de um legislador.

Francisco Everardo Oliveira Silva, nosso Tiririca, é apenas um exemplo de que nosso Parlamento necessita de um crivo crítico da sociedade. Que por sua vez vota em figuras alternativas por não encontrar referência no monte de candidatos, que se tornam uma  massa impessoal. São dois, três mil candidatos para deixar qualquer eleitorado maluco e sem saber quem é quem!



Propaganda política? Ora, é mera formalidade! Ninguém conhece ninguém em segundos de aparição e de fala apressada! É impossível definir a qualificação até mesmo de candidatos que falam por minutos!

Ao invés de imolar o Tiririca, é bom lembrar que há muitos outros eleitos que não usam peruca de palhaço, mas são igualmente despreparados para legislar. Pois ao entrar na câmara legislativa vão encontrar uma burocracia confusa, que pode sofrer maniqueísmos poderosos, a ponto de anular qualquer alma de boas intenções!

O que temos de fazer? Acabar com essa benevolência democrática que fere os direitos da maioria e reduzir o numero de candidatos pela qualificação, não pela escolaridade. Pela capacidade de ler e entender o que as leis representam e não pelo terno e gravata. Pelo domínio do crivo crítico e bom senso, para que não haja nas nossas casas legislativas o predomínio da manipulação política contrária aos interesses da população brasileira!(Mirna Monteiro)

Tiririca de terno e gravata não será diferente de muitos parlamentes  das nossas Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e mesmo Câmara Federal




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