segunda-feira, outubro 04, 2010

O BRASILEIRO ESTÁ MAIS POLITIZADO

Ainda estamos engatinhando em matéria de consciência política, mas estamos indo bem. Hoje em dia encontramos com freqüência pessoas em alguma discussão acalorada sobre partidos políticos, ações de um ou outro cidadão em evidência,  reclamações indignadas sobre corrupção ou abuso do tráfico de influência, seja no Congresso, nas repartições pública e até no nosso sistema judiciário!
Isso é bom. A politização não é um processo fácil, em um país onde há apenas algumas décadas houve uma ditadura militar. Politizar-se é tornar-se um seguidor dos acontecimentos, das ações no meio político e administrativo do país e do mundo! É sobretudo observar o que se passa no Senado, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.
Mesmo porque quanto mais prestamos atenção à política e mais aprendemos sobre o intrincado mecanismo de poder e ação, mais nos damos conta de que não basta votar para presidente da República para arrumar o país. Os sistemas devem trabalhar senão em harmonia, em favor do interesse comum. O uso de cargos públicos para objetivos individuais ou de grupos é uma praga que precisa ser combatida.

O derrotismo diante da força da corrupção está a cada dia mais frágil. Graças a informação mais ampla - a maior já vivenciada pelo país em toda a sua história - o cidadão comum começa a ter elementos para pensar e avaliar o seu meio. Com isso observamos na última década uma mudança gradativa do cenário político e a reconstrução da auto-estima do brasileiro!

A cada dia o cidadão entende que partidos políticos não são "times de futebol". Não precisam de torcida festiva, mas de análise de suas propostas e ações. O que não é fácil, mas perfeitamente possível. Aliás o brasileiro está gradativamente mais realista e crítico.

O problema é que ainda temos um longo caminho pela frente, até que haja maioria da capacidade crítica, a ponto de podermos considerar a politização efetivada . Os jovens ainda tem poucas oportunidades de entender política e seu processo, mas demonstram grande interesse em acompanhar e participar dos fatos. Ainda defendem ações ineficientes, como anulação do voto ( abrindo mão do principal poder de atuação no destino do país) ou acham que o voto em candidatos fora do padrão funciona como forma de protesto, de um sistema que ainda não conseguiram assimilar.

Mas sem dúvida estão mais participativos e interessados do que as gerações anteriores, o que permite prever um futuro de eleitores mais conscientes e exigentes não apenas em propostas políticas mais realistas, mas principalmente na avaliação de seus resultados. A cada dia está se tornando menos eficiente o "teatro das campanhas", onde candidatos usam de artifícios para desacreditar os opositores ou usam "protocolos de promessas".

2 comentários:

  1. Gostaria de saber algumas coisas de política,poderiam me responder?



    1)Já existia mensalão antes do governo Lula?Alguma coisa comprova que já utilizavam esta prática de corrupção?
    2)Existe alguma maneira de medir ou índice pra saber se a corrupção do governo Lula é maior menor ou igual a dos governos anteriores?
    3)Acham que a ditadura seria uma saída pra acabar com a corrupção ou naquela época tambem existia? (E.P - via e-mail)

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  2. EP:

    Sim, a prática do mensalão é antiga, principalmente a partir dos anos 70, quando assumiu essa forma. Na verdade foi sempre tolerada e interpretada como uma compensação, o que não deixa de ser uma prática contrária aos princípios de uma ação política imparcial.
    Ela apenas foi assumida quando houve interesse de alguns partidos em manter o poder...o que é contraditório, pois os denunciantes do mensalão eram conhecedores (e talvez participantes dele) há décadas.
    Mas foi ótimo para a população!
    Medir o índice de corrupção antes e depois? Havia corrupção, mas ninguém se preocupava em medir seu índice. O que podemos medir é o aumento das denúncias de corrupção que já aconteciam sistematicamente há décadas.
    A ditadura não impediu a corrupção, o que fez foi impedir qualquer notícia sobre o que ocorria no país, através da censura. Os censores liam tudo que seria publicado e tinham o poder de excluir informação.
    Podemos concluir que se hoje sabemos dos casos de corrupção, é porque vivemos em uma democracia que respeita o cidadão. Isso é bom, já que reduzir a corrupção agora é uma questão de tempo.

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