quinta-feira, maio 26, 2011

O FIM DAS SACOLAS PLÁSTICAS?

Material plástico a base de petróleo é um problema no
mundo industrializado, pois não se desfaz facilmente: leva
três séculos para ser "digerido" pela terra

Substituir sacolinhas de plástico usadas principalmente em supermercados não deveria causar tanta discussão. Existem alternativas para sacolas de papel ou de tecido.O problema é que a comercialização desse tipo de produto à base de petróleo envolve interesses econômicos que têm dividido opiniões e causado discussões no momento de votar projetos que pretendem proibir sua utilização, como aconteceu recentemente em São Paulo.
O receio é de que essa nova lei não atinja o seu objetivo principal - que é aliviar o meio ambiente da poluição - e fique limitada a uma ação ineficiente, tornando a própria lei descartável...
Outro risco é servir ao enriquecimento da indústria e do comércio, pesando ainda mais o bolso do consumidor. Ou seja, uma lei como esta, a nível estadual, deve ser seriamente estudada antes de ser aprovada e colocada em prática!
Não se discute aqui a validade de leis que pretendem preservar o meio ambiente. Pelo contrário, a suspensão ou substituição das sacolinhas plásticas convencionais, que surgiram nos anos 50,  é urgente. Polêmicas legislativas (?) não conseguem esconder a realidade de que a terra precisa de 300 anos para "digerir" o material plástico a base de petróleo. 
O mesmo plástico é utilizado de diferentes formas, mas a sacola é a mais disseminada. Com uma produção de 500 bilhões de sacolas plásticas por ano é fácil calcular o estrago no ambiente e o risco do acúmulo gradual de um material tão resistente em degradar-se. O brasileiro, que consome em média 66 sacolinhas de plástico  por mês, reclama da fragilidade  do material que se rompe facilmente ao acomodar os gêneros, mas mantém seu consumo pela facilidade de transforma-lo em recepiente para jogar o lixo fora. O que deve exasperar a indústria de sacos de lixos ( que também são de material poluidor).
As indústrias deveriam ser obrigadas a produzir apenas plástico biodegradável, que não é caro! Mesmo assim, como continua a poluição em menor escala, poderia haver incentivo no uso de sacolas alternativas. Paises preocupados com o meio ambiente utilizam recursos alternativos há muito tempo. Na Alemanha, por exemplo, há décadas são utilizadas sacolas de tecido.
Mas os hábitos europeus são diferentes do brasileiro. O acondicionamento e a coleta de lixo não são explorados, mas extremamente organizados. Por uma questão de "vício oculto", aqui tudo serve para a exploração econômica, aumentando lucros, não para uma ação consciente em favor do planeta. Muitas vezes a lei, por conter um texto pouco claro, acaba por permitir maiores agressões ao ambiente natural.
O hábito do consumo em países como a Alemanha é diferente do brasileiro, que possui histórico de inflações galopantes que levam a compras de maior estoque. No entanto as alternativas são absolutamente claras e vantajosas. Mesmo em compras maiores ou de produtos que não se encaixam em sacolas de tecido, existe a alternativa de caixas de papelão, fartas em supermercados e oferecidas gratuitamente (pelo menos por enquanto). Além disso a lei deve prever a substituição das sacolas biodegradáveis pelos supermercados e não simplesmente a suspensão do serviço ou nova comercialização e novos lucros de um pequeno grupo em detrimento do consumidor.
Nos rios e no oceano a sacolinha plástica se transforma
em risco para animais que a  confundem
com alimento. 
A alternativa das sacolas de plástico oxibiodegradáveis têm em sua composição aditivos químicos que aceleram em cem vezes a sua degradação quando em contato com a terra, a água ou o calor do sol. Ao invés de três séculos, esse material leva três anos para ser reabsorvido pela natureza. 
Em São Paulo o prazo limite para supermercados usarem as sacolas a base de petróleo é janeiro de 2012. A partir dessa data, a não ser que haja interferência dos parlamentares defensores dessa comercialização, as empresas serão multadas em altos valores.
Resta ao consumidor habituar-se a alternativas antes desse prazo, para evitar custos adicionais que podem acontecer no futuro, talvez na comercialização das sacolas biodegradáveis. As sacolas atuais já tem seu custo embutido nos preços dos produtos, ou seja, o consumidor paga por elas.
Infelizmente essa nova lei em São Paulo não pode ser ainda aplaudida. É preciso ver como será aplicada na prática. Mas a sua ineficiência como medida ecológica parece óbvia: não resolve praticamente nada em termos ambientais, já que se resume a sacolinhas que transportam compras...repletas de plásticos poluidores!
Qual a intenção real da exigência ecológica apenas para sacolinhas que transportam compras?...

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