quinta-feira, abril 14, 2011

REVISTA DE CRIANÇA EM AEROPORTO NOS EUA SURPREENDE

Para quem acha que a invasão da privacidade já havia atingido níveis máximos, surgiu mais um absurdo que comprova um futuro bastante complicado para a sociedade mundial: uma criança de seis anos passou por uma revista rigorosa em um aeroporto americano, sem que houvesse qualquer fator para tal ação (embora a titulo de justificativa a segurança do aeroporto tivesse declarado depois que "algo"aparecia no equipamento que escaneia além das fibras das roupas) . A revista foi gravada pelos pais e denunciada na internet e mostra uma situação ridícula de perda de limites na ação preventiva da segurança nos EUA.
A menina, vestindo uma calça comprida justa e uma camisetinha, foi obrigada a passar por uma revista minuciosa, que normalmente deveria ser limitada apenas a casos excepcionais de adultos sob algum tipo de suspeita. Assustada com a ação, a garotinha chorou bastante depois, perguntando o que havia feito de errado. Uma reação absolutamente esperada: uma revista dessa natureza já é desagradável e traumatizante para adultos. Em uma criança pequena é absurda.
Isso demonstra que as autoridades americanas prevêem um futuro sombrio da falta de limites em ações de segurança. Presume-se que crianças sejam usadas para transporte de drogas, armas ou o que quer que seja considerado um risco. Ainda que isso não seja impossível, considerar crianças pequenas um risco à segurança demonstra que nosso sistema chega a um ponto insuportável de ação deletória da dignidade humana. Todos, sem exceção, são indivíduos potencialmente perigosos!
O que se quer saber é como fica tudo isso. Os dispositivos que "desnudam" as pessoas, uma tecnologia que surgiu a partir de nanotubos de carbono e que fornecem uma visão clara, em três dimensões, que atravessam a fibra das roupas, são controversos. Na medicina seu uso é abençoado, mas equipamentos como esses, já usados nos aeroportos americanos, estarão no futuro em locais inesperados, como bancos, empresas, prédios...e muito provavelmente sem o aviso às pessoas de que passar por determinado espaço as deixará expostas.
Toda essa situação de conflito iminente e potencial terrorismo estressa principalmente se considerarmos que as pessoas suspeitas ou criminosas são uma minoria - o que leva a maioria dos cidadãos -e agora crianças (inclusive bebês) a situações  constrangedoras em nome da segurança.
Devem existir alternativas. No mínimo a sociedade merece ser devidamente informada dos equipamentos aos quais estará submetida, pois seu uso nem sempre é ético (em provadores de lojas podem existir equipamentos do tipo, sem conhecimento dos usuários) e acaba se tornando um ato que viola os direitos da indivíduo, ou seja, um ato que atropela o princípio legal da privacidade.
Todo esse aparato, no entanto, é insuficiente para evitar as ameaças, embora ajude a reduzir os riscos. Mas a cada novo equipamento ou ação para conter o terrorismo ou outras ameaças, novas maneiras são encontradas para neutralizar a segurança. É nesse ponto que se questiona se o caminho para romper o círculo vicioso da violência no mundo depende mesmo de revistas em criancinhas...

Um comentário:

  1. Gostaria que fosse abordada aqui essa situação do Brasil que não faz parte da onu,porque nâo?Obrigada

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