quarta-feira, abril 06, 2011

O PROTESTO MÉDICO CONTRA AÇÕES DOS PLANOS DE SAÚDE

Os planos de saúde andam mal, segundo os médicos credenciados  por dezenas de empresas em todo Brasil. A principal queixa é a baixa remuneração pelas consultas aos profissionais credenciados dos planos ou dos seguros-saúde. Outra é a interferência que estariam sofrendo, com pressão para evitar exames "desnecessários" ou limitar ou reduzir as internações hospitalares, entre outras coisas.

Neste dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, está planejada uma grande paralisação. Ninguém atende conveniado algum. Salvo emergências, é claro! Sem querer reduzir a importância da manifestação - e da suspensão do atendimento- é importante lembrar que o maior interessado em toda essa história é o cidadão que paga pelo plano ou seguro saúde.

A categoria médica está com a faca e o queijo nas mãos. As empresas que exploram seguro e planos de saúde estão com o prato cheio. O cidadão segurado não segura nada: torce para não ser prejudicado no atendimento relâmpago dos médicos- em consultas que duram em media 10 minutos, depois de longa espera em consultórios, clínicas ou no ambulatório de hospitais. O sujeito paga entre R$ 200,00 e  mil reais para enfrentar esperas cada vez mais semelhantes a de hospitais do Sistema Unico de Saúde, o SUS, que todo mundo critica, mas que é gratuito e em geral conta com uma equipe experiente no atendimento.

Como afirmou o segundo vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloisio Tibiriçá Miranda, uma consulta médica não pode custar o mesmo que um corte de cabelo. "O que se recebe em média é R$ 39,25 por consulta, mas há operadoras pagando R$ 25,00", afirmou ele. Na confusão entre cortes de cabelo e de remuneração de consultas, fica claro que muitas vezes as clínicas eliminam o retorno do paciente, cobrando pelo mesmo atendimento duas consultas...ou dois cortes de cabelo para uma mesma cabeça.
No final das contas, quem paga o maior preço é o cidadão que depende do atendimento médico e paga caro para evitar os transtornos do atendimento público.

Por que as seguradoras e planos de saúde remuneram mal o profissional e reprimem um atendimento de qualidade ao segurado? Plano de saúde é um mau negócio?....Não é o que mostra a realidade. Ainda que esporádicamente algumas empresas menores sucumbam sob o peso das grandes empresas  do ramo, negócios que envolvem planos e seguros voltados para a saúde são extraordinariamente lucrativos. Empresas crescem e se multiplicam, adquirindo outras menores, além de hospitais e clínicas, tornando-se poderosas centralizadoras não apenas no gerenciamento de planos, mas do próprio atendimento médico-hospitalar!

Portanto, por força da experiência prática, é um bom negócio! Tanto que existe quem afirme que há um movimento no sentido de acabar com a saúde pública, acabando com os hospitais do Sus da mesma forma que se pretende acabar com as universidades públicas. Saúde e Educação são setores altamente lucrativos e a disputa pela sua privatização é considerável!

O protesto dos profissionais de medicina e das entidades de classe deverá  reacender a discussão em torno do problema do lucro das empresas, do risco de cartéis da saúde, da remuneração aos médicos conveniados e principalmente (deveria ser) a qualidade do atendimento ao cliente, que segundo tudo indica corre sempre o risco potencial de ter exames e internações postergadas, o que elimina o principal objetivo de um atendimento médico, que é a prevenção de doenças ou pelo menos o seu tratamento precoce. Sem exames isso não acontece, pois a esmagadora maioria dos diagnósticos fica prejudicada. ( AC)




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