quarta-feira, fevereiro 16, 2011

IMPRENSA É VÍTIMA DE CONSTANTES AGRESSÕES

"Fiquei estarrecido com a violência contra jornalístas no Egito (...) não existe um acordo internacional de neutralidade para imprensa? (...) Arlindo - Campinas

As denúncias mostram que as agressões a jornalistas no Cairo partiram de grupos que apoiavam  o presidente Hosni Mubarak. Mesmo após a queda de Mubarak, quando cobria a comemoração da população, uma jornalísta da CBS americana, Lara Logan, foi arrancada da multidão, espancada e violentada, segundo confirmou a emissora. Antes disso pelo menos 70 profissionais já haviam sido detidos desde janeiro no Egito.

Infelizmente isso não representa um acontecimento isolado. A imprensa é sempre uma "pedra no sapato" daqueles que dependem da confusão e da manutenção da mentira  ou de situações artificiais para manter o poder ou ganhar espaço. Em várias partes do mundo, no ano passado, quase 60 profissionais da imprensa foram assassinados, não apenas por atuarem em zonas de conflito, mas também vítimas  de milícias, máfias ou traficantes. A Ásia tem sido considerada a área mais perigosa para a imprensa e países como o Paquistão e o Iraque são considerados de alto risco para esses profissionais.

No entanto surge hoje uma nova alternativa de mostrar a verdade. Quando Mubarak, tomando como exemplo a revolta popular contra 30 anos de ditadura e corrupção no Egito, tentou impedir a comunicação da população descontente com o mundo censurando a internet e bloqueando também os celulares, medidas que em contrapartida acabam afetando a economia do país, não pode impedir que a engenhosidade de parte da população continuasse enviando mensagens e fotos dos acontecimentos.

A comunicação atual não dispensa o trabalho jornalístico, mas por outro torna a denúncia muito mais ampla. Mesmo sem a imprensa presente, há possibilidade  de qualquer cidadão comum enviar fotos e relatos para as redações do mundo todo, coisa impossível antes da Internet.

Esse fato deve aliviar o peso que sempre ficou concentrado nos ombros do profissional de imprensa. Prisões e ameaças tendem a ser mais raras. Mas ainda há muitos riscos. Segundo a "Repórteres sem Fronteiras", em 2010 um total de  504 meios de comunicação foram censurados e 535 pessoas que trabalham diretamente com mídia jornalística foram presas. Mais de 50 jornalistas foram vítimas de sequestro ou ameaçados e 127 foram forçados a sair do país de origem. Perto de 1.400 profissionais foram agredidos ou ameaçados. O país com maior número de fugas  foi o Irã: 30 jornalístas deixaram o país!


Um comentário:

  1. Arlindo Soares2/17/2011 1:19 PM

    Algumas profissões tem risco,reporter,cinegrafista,fotógrafo(sou fotógrafo)mas hoje em dia todo mundo sofre risco o tempo todo

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