MIRNABLOG analisa os acontecimentos e discute as dúvidas com imparcialidade, respeitando a sua inteligência
terça-feira, fevereiro 22, 2011
SETE SEGUNDOS E NOVA AGRESSÃO À MULHER
Enquanto você está começando a ler estas linhas, neste momento exato pelo menos duas mulheres estão sendo espancadas.
Neste segundo parágrafo, outra estará sofrendo agressões! E assim vai, interminavel e absurdamente. Calcula-se que a cada dois minutos cinco mulheres sofrem com a violência doméstica. A cada duas horas uma será assassinada!
Camila Duarte, Cenir de Freitas, Mércia Nakashima, Eliza Samúdio, Vanessa Duarte...mulheres que nunca se encontraram na vida, mas que tem em comum o fato de ter sido assassinadas pelos ex-companheiros ou por desconhecidos com motivação sexual. Estas mulheres são apenas uma parte da estatística macabra: em dez anos 41.532 mulheres foram assassinadas. Dez mortes por dia, representando 4 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Não há uma distribuição equitativa da violência, em alguns estados ela praticamente inexiste, em outros a incidência é alarmante, como acontece no Espírito Santo.
São dados constantes em estudo feito pelo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Sangari e da pesquisa da Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc. As vítimas da violência doméstica impressionam neste levantamento: a cada 7 segundos alguma mulher está sofrendo agressões dentro do lar; 68% dos filhos assistem às agressões. Pior: pelo menos 15% das crianças sofrem violência junto com a mãe. Perto de 7 milhões de brasileiras acima de 15 anos já foram agredidas pelo menos uma vez!
É impressionante! A violência contra a mulher não acontece apenas no Brasil, mas o país está se tornando um dos lugares onde a violência doméstica e o assassinato de mulheres tem grande risco. Em todo mundo 70% dos assassinatos de mulheres foram cometidos pelo marido ou companheiro. O lar tornou-se uma armadilha perigosa.
A violência não reside exatamente na necessidade do homem prevalecer sobre mulher, como por exemplo a situação de igualdade social. Seria um comportamento desencadeado por um conjunto de circunstâncias que misturam frustação no meio social - que instigaria o comportamento agressivo - com a vulnerabilidade física feminina ( o homem é dotado de maior força muscular). Ou seja, a mulher é presa fácil, com recursos limitados de defesa. Aspectos culturais favorecem a violência, mas a tendência do indivíduo à passionalidade ou graus de psicopatia também precisam ser considerados.
O maior problema é a permanência da mulher em situação de risco. Via de regra o espancador não comete o crime apenas uma vez e irá repetir a agressão. Quando é desencadeada a agressão, a tendência é o uso cada vez maior da violência física.Qualquer fator externo poderá desembocar no ambiente doméstico a agressão sem limites.
A alternativa é evitar o confronto. Portanto a mulher deve se afastar da relação agressiva. Quando tomar essa atitude - recomendada pelas autoridades que acompanham os casos de violência doméstica - ainda estará em risco: muitos assassinatos acontecem após a dissolução do casamento ou da relação de namoro.
Ainda que pareça uma situação contornável, baseada na determinação de se afastar do agressor, a mulher ainda enfrentará graves riscos. A inconformação com o fato leva alguns homens a atuar como predadores: perseguem e vigiam a ex-mulher e podem cometer assassinato na primeira oportunidade.
É muito difícil para quem enfrenta a situação de agressão e risco de morte retomar a normalidade da vida. Denunciar as ameaças à policia nem sempre impede a ação violenta. O argumento é o de que o marido ou companheiro não pode ser preso e assim permanecer sem que haja um motivo consistente. Ameaças verbais e histórico violento nem sempre são considerados "motivos consistentes". Foi o caso de Eliza Samúdio, que chegou a gravar depoimento comprovando o risco, depois de ter sido espancada e obrigada a beber substância que seria abortiva quando grávida, pressionada pelo então goleiro Bruno Fernandes. Preso por assassinato, o ex-goleiro usa em sua defesa o argumento de que Samúdio era prostituta e atriz pornô...como se isso justificasse matar alguém!
A lei Maria da Penha, de agosto de 2006, ainda não surtiu o efeito desejado. A redução dos casos de violência é ainda pequena, e a prisão dos agressores também é inexpressiva. Com prisões lotadas de traficantes, assaltantes e assassinos, a figura do agressor de mulheres se torna menos urgente para as autoridades policiais. Até cometer o assassinato. É como uma roleta-russa: a mulher que sofre violência doméstica vive no risco de ser assassinada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2011
(92)
-
▼
fevereiro
(11)
- RISCO DE MORTE VIOLENTA É MAIOR PARA OS JOVENS
- AUTORIDADES CULPAM "VAZAMENTO" NO CASO DE ABUSO C...
- ALUNOS PRATICAM SEXO EM ESCOLA ESTADUAL
- SETE SEGUNDOS E NOVA AGRESSÃO À MULHER
- O DESABAFO DE POLICIAIS
- ESCRIVÃ É DESPIDA A FORÇA EM DELEGACIA
- IMPRENSA É VÍTIMA DE CONSTANTES AGRESSÕES
- PRÁTICA DA LEI TORNA-SE A CADA DIA MAIS DIFÍCIL
- TORCIDA VIOLENTA
- DIVÓRCIO EXPRESSO
- OBESIDADE DISCRIMINADA
-
▼
fevereiro
(11)
Acho que as leis só vão mudar, quando nós juntarmos uma multidão e ir para as ruas de Brasília, mais ou menos umas cem mil pessoas já bastava.MAS TODOS FICAM DE BRAÇOS CRUZADOS.
ResponderExcluirOU ....quando matasse uma filha de um dos que pode mudar a realidade enão muda.
eu ja fui espancada e continuei com ele e advinha? Aconteceu de novo e nunca que ele iria parar, eu tinha um amor incontrolável por ele, e ele ainda me convencia de que era culpa minha e que ele me amava e que eu era a unica na vida dele. BOBA, ele sempre me humilhava e me maltratavae eu amando ele.. mais um dia eu me decidi e o mandei embora ele veio atras ai cai na tentação e voltei... mais uma vez fui matratada e pedi a Deus que eu tivesse força e o mandei embora de novo, ele nao queria ir mais acabou indo... HJ estou muito bem sem ele graças a Deus e espero nunca mais encontrar alguem nem parecido com ele.
ResponderExcluira agressão contra as mulheres é um enorme absurdo...homens não sabem o velor que uma mulher tem...eles não são nadas sem elas...e mesmo assim as maltratam...as desprezam..isso tem de acabar...
ResponderExcluirFui casada por 13 anos com um homem que era mais velho quatorze anos, desde o namoro já dizia: Eu não aceito homem que bate em mulher; acredito em vc até que vc me prove o contrário; "chumbo trocado não dói". Por tudo que passamos ele nunca me encostou a mão, eu nunca avancei nele. Tivemos uma filha, adquirimos bens pelo nosso trabalho. Ao separar ele queria que eu assinasse um documento em que eu ficasse com uma "casa tapera" de apé e sem a guarda da filha. Poode!! Mas o Deus vivo de Justiça me concedeu o que era de direito sem menhuma briga. Glorioso Deus.
ResponderExcluir