segunda-feira, março 04, 2013

ENGANANDO BAFÔMETROS

O sujeito, um rapaz de 31 anos, é detido por apresentar sinais de embriaguez, confirmada com o teste do bafômetro, de 0,64 miligramas de alcool por litro de sangue e é liberado após pagar fiança de R$ 800,00. Para o carro não ficar detido, uma amiga se prontificou a dirigir o veículo até a casa dele.
Até aí, tudo bem. Esse tipo de situação está se tornando comum. Mas pouco depois o mesmo rapaz morreu ao bater e capotar o veículo. A amiga afirmou que ele "arrancou com o veículo em alta velocidade" quando ela parou em sua casa para pegar a bolsa, antes de leva-lo. Colocando-se na defensiva, declarou que não havia sido submetida ao bafômetro, mesmo tendo se oferecido para dirigir o veículo. O pai do jovem, desesperado, criticou a polícia por ter "liberado o veículo".
O que temos aqui é uma situação típica. A sociedade tem o péssimo hábito de repassar a responsabilidade para autoridades ou instituições em situações que na realidade são definidas por suas própria ações individuais.
A lei é menosprezada. A preocupação de parte dos jovens tem sido a de burlar a lei, tentando enganar o bafômetro com substâncias como o metadoxil, medicamento que é facilmente vendido por farmácias sem receita médica e que pode provocar taquicardia, mal estar e convulsão, não garantindo que o alcool ingerido realmente seja mascarado e tampouco reduzindo o estado de embriaguez.
O que leva essas pessoas a interpretar uma lei que tenta preservar vidas - inclusive a de quem bebe e dirige - como se fosse um estorvo ou um exagero demonstra uma mentalidade pouco realista e imatura. A própria reação das pessoas envolvidas no caso aqui relatado demonstra bem esse estado de incompreensão com determinações que longe de ser imposição, são lógicas. O rapaz que morreu estava ao volante depois de beber seis latas de cerveja; a moça não revelou aos policiais que havia bebido três latas de cerveja, usando essa informação apenas como forma de se defender e incriminar as autoridades policiais que, afinal, agiram de acordo com a lei; o pai, que quer responsabilizar não o filho embriagado ou a sua amiga, mas sim a polícia, esquecendo-se ele próprio que seu filho e a acompanhante deveriam cumprir com a responsabilidade civil. As leis dependem da consciência do indivíduo para evitar as tragédias, não para repassar responsabilidades.

Um comentário:

  1. Olha Mirna, num país como o nossa onde a educação é sucateada, onde o dinheiro compra as autoridades é muito difícil querer que as pessoas simplesmente conscientizem se da noite para o dia. Para que as coisas comecem a funcionar aqui as leis precisam ser rigorosas,mas somente se essas leis forem aplicadas por pessoas incorruptíveis, que é bem difícil, como lhe disse. Novamente o que o nossa governo precisa resolver, sempre ela, é a educação básica do nosso povo que foi há muito esquecida.

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