Talvez seja realmente difícil para a sociedade avaliar a gravidade nas ações que prejudicam a sociedade, partindo de ações individuais criminosas. O que seria digno de maior rigor na aplicação da lei, aquele que rouba um pacote de feijão no supermercado ou enfia peças de vestuário sob a blusa em alguma loja ou quem assalta o cidadão empunhando uma arma e cometendo violência?
O que seria mais grave, um assassino que se aproveita do fato de ser próximo à vítima (quem sabe um parente) ou o marginal que comete latrocínio matando alguém que não conhece motivado pela intenção de rouba-lo?
Qual seria o assassino mais cruel e merecedor de rigorosidade, o sujeito que assalta um banco ou aquele que premedita um assassinato, com detalhes cruéis e hediondos?
Você tem dúvidas? Não, aposto que seu senso de justiça está definido. Quem rouba para comer deve sofrer punição sim, mas aquele que vive do roubo é mais nocivo e perigoso ao meio e portanto deve sofrer punição mais rigorosa. Óbvio!
Quem premedita um crime cruel é muito mais perigoso do que o sujeito que rouba um banco, ainda que ambos mereçam a prisão.
Então como é que alguém como o ex-goleiro Bruno, que atuou com a ajuda de comparsas altamente perigosos e disso se beneficiou, condenado pelo assassinato da mãe de seu filho, Elisa Samúdio, tem previsão de livrar-se da cadeia em pouco mais de três anos?
A resposta é fácil: as nossas leis são vergonhosamente confusas, atropelando a ética e permitindo interpretações que acabam encurralando magistrados. No final das contas, costuma-se dizer que consegue-se fazer cumprir a lei, mas não se atinge o objetivo da Justiça!
Isso é vergonhoso!
Condena-se uns, absolve-se outros, prendendo quem é menos nocivo e libertando mentes perigosas, seja na criminalidade comum, seja em crimes de prevaricação. Um simples texto, que não tem explicação moral ou ética, vale um poderoso martelo legal.
Por que motivo em um país como o nosso ainda permitimos esse tipo de distorção, não se sabe. Existe uma espécie de conformação, sob argumento de que "as coisas são assim", baseando-se não em acertos, mas em erros crassos copiados de outros paises com sistemas viciados e frustrantes que não objetivam a justiça, mas a aplicação de leis...
Contradições que não podem continuar sendo interpretadas como "naturais" ou aceitáveis. O objetivo não é a lei, que pode ser distorcida por interesses políticos. O objetivo é a Justiça. Ou correremos o risco de reduzir cada vez mais a qualidade de vida do cidadão e o futuro da sociedade.
MIRNABLOG analisa os acontecimentos e discute as dúvidas com imparcialidade, respeitando a sua inteligência
Concordo que temos uma situação grave de não de aplicação da lei mas de sua interpretação.Não se pode aceitar leis que não atingem o objetivo que é a justiça.No entanto caríssimos devemos admitir que precisamos e dependemos de juristas e legisladores capazes de enfrentar um processo de reforma absolutamente desafiador no nosso sistema.Gostei da abordagem e coerência dos senhores.
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