A decepção de Tiririca não é problema pessoal, mas brasileiro. Legisladores funcionam sob um ritmo extremamente limitado para as mudanças necessárias na legislação brasileira, sempre sob críticas, que sugerem compromissos pessoais com questões politicas, partidárias e financeiras em detrimento de necessidades do país.
Constatar que não existe um conjunto voltado para um mesmo objetivo - o de cumprir o mandato trabalhando apenas projetos de interesse do país - é comum entre aqueles que vencem pleitos eleitorais aproveitando-se do fato de serem, de alguma forma, conhecidos do público.
Objeto de desejo dos partidos, pelo fato de aumentar a representação e o poder partidário nas cadeiras da Câmara e do Senado, essas pessoas enfrentam o pleito, recebendo em geral votação expressiva, mas no momento do trabalho descobrem que não basta ter vontade para chegar a algum objetivo prático. A questão nem é acadêmica ou cultural. É mesmo o defeito do sistema que "fecha" aos deputados tentativas de atuar de maneira idealista, conforme o imaginário popular.
Qualquer parlamentar pode propor projetos, como garante a Constituição Federal. Mas para ser votada, a proposição vai depender do parecer das comissões que recebem o encaminhamento da proposta pelo presidente da Câmara Federal. Na prática isso pode levar mais tempo do que se espera. Talvez até o tempo do mandato, como denuncia Francisco Everardo.
Circunstância criada pelas própria regras do regimento interno, que na teoria pretende organizar proposições de acordo com a emergência do país, mas que na prática acaba atravancando votações de leis de importância fundamental.
A inoperância do Legislativo sempre foi motivo de crítica. E de raríssimas modificações que tornassem o trabalho mais claro, eficiente e satisfatório, definindo de maneira transparente quem faz o que dentro do Congresso, que transformou-se em um misterioso centro de disputas políticas ao invés de cumprir rigorosamente o seu papel legislador.
"Deputados se acham demais", diz Francisco Everardo, depois de comprovar que certamente irá decepcionar 1,3 milhão de votos que o colocaram no Congresso.
Mas mesmo com sua inoperância e na incômoda situação de ser mais um deputado que usufrui de alta remuneração e outras mordomias sem resultados práticos de trabalho, Everardo, o Tiririca, presta um serviço à nação: "Eu pensei que chegando à condição que cheguei, ia lá e aprovaria projetos que iam beneficiar a população e essas coisas todas, mas não é assim. Há outros interesses"...
Interesses que subsistiriam em todos os níveis do poder Legislativo, onde o bom-senso pode ser atropelado por interesses políticos.
Bem, além de confirmar o que todos os brasileiros já desconfiavam, ("até agora não sei bem para que serve um deputado federal", disse em entrevista) Tiririca demonstra respeito ao eleitor não faltando às sessões, como é comum entre os parlamentares, ficando em sexto lugar entre os sete deputados que nunca deixaram de comparecer ao plenário. Já é um bom exemplo para os pares e um certo consolo para quem reclama de voto perdido.
Constatar que não existe um conjunto voltado para um mesmo objetivo - o de cumprir o mandato trabalhando apenas projetos de interesse do país - é comum entre aqueles que vencem pleitos eleitorais aproveitando-se do fato de serem, de alguma forma, conhecidos do público.
Objeto de desejo dos partidos, pelo fato de aumentar a representação e o poder partidário nas cadeiras da Câmara e do Senado, essas pessoas enfrentam o pleito, recebendo em geral votação expressiva, mas no momento do trabalho descobrem que não basta ter vontade para chegar a algum objetivo prático. A questão nem é acadêmica ou cultural. É mesmo o defeito do sistema que "fecha" aos deputados tentativas de atuar de maneira idealista, conforme o imaginário popular.
Qualquer parlamentar pode propor projetos, como garante a Constituição Federal. Mas para ser votada, a proposição vai depender do parecer das comissões que recebem o encaminhamento da proposta pelo presidente da Câmara Federal. Na prática isso pode levar mais tempo do que se espera. Talvez até o tempo do mandato, como denuncia Francisco Everardo.
Circunstância criada pelas própria regras do regimento interno, que na teoria pretende organizar proposições de acordo com a emergência do país, mas que na prática acaba atravancando votações de leis de importância fundamental.
A inoperância do Legislativo sempre foi motivo de crítica. E de raríssimas modificações que tornassem o trabalho mais claro, eficiente e satisfatório, definindo de maneira transparente quem faz o que dentro do Congresso, que transformou-se em um misterioso centro de disputas políticas ao invés de cumprir rigorosamente o seu papel legislador.
"Deputados se acham demais", diz Francisco Everardo, depois de comprovar que certamente irá decepcionar 1,3 milhão de votos que o colocaram no Congresso.
Mas mesmo com sua inoperância e na incômoda situação de ser mais um deputado que usufrui de alta remuneração e outras mordomias sem resultados práticos de trabalho, Everardo, o Tiririca, presta um serviço à nação: "Eu pensei que chegando à condição que cheguei, ia lá e aprovaria projetos que iam beneficiar a população e essas coisas todas, mas não é assim. Há outros interesses"...
Interesses que subsistiriam em todos os níveis do poder Legislativo, onde o bom-senso pode ser atropelado por interesses políticos.
Bem, além de confirmar o que todos os brasileiros já desconfiavam, ("até agora não sei bem para que serve um deputado federal", disse em entrevista) Tiririca demonstra respeito ao eleitor não faltando às sessões, como é comum entre os parlamentares, ficando em sexto lugar entre os sete deputados que nunca deixaram de comparecer ao plenário. Já é um bom exemplo para os pares e um certo consolo para quem reclama de voto perdido.