É compreensível. Há setores que não pertencem ao cidadão como indivíduo, mas a uma representação coletiva. Ou seja, o nível de responsabilidade vai além do lucro de determinada empresa ou negócio, atingindo a sobrevivência do meio.
Polícia não pode fazer greve. É uma instituição e instituições não funcionam como comércio e indústria ou qualquer setor privado. Médicos e funcionários do setor de saúde também se enquadram neste caso, pois não podem paralisar ou negligenciar serviços que não se afiguram como trabalho para terceiros, mas para o conjunto social. Lidam com vidas humanas e tudo que diz respeito à segurança pública e ao cidadão não pode ser interpretado da mesma maneira que outros setores, como metalurgia por exemplo, o grande carro-chefe da atividade grevista, indignado com os lucros dos patrões em um dos setores mais lucrativos do país..
Há muitas outras categorias e serviços que não podem entrar em greve. E nem há como discutir a "justiça" ou não dessa questão.
No entanto a remuneração de policiais é uma questão a ser discutida e solucionada com seriedade. Interessa ao cidadão em geral que setores essenciais como segurança tenham funcionários com vencimentos dignos, para poder exigir a máxima competência e absoluto controle das ameaças de corrupção que rondam a dura tarefa de combate à criminalidade e a batalha para salvar vidas.
Vivemos tempos diferentes. Hoje o cidadão comum sabe a respeito de valores de remuneração de cargos que saem do bolso do contribuinte. Por exemplo, os salários de vereadores, deputados, senadores! É preciso reavaliar o investimento dos recursos para a remuneração de pessoas que mantém o país em desenvolvimento e equilíbrio. Extremos não são adequados.
É verdade que uma justa remuneração a policiais, bombeiros, professores, é uma tarefa difícil e que depende de extrema capacidade de administrar recursos para ser efetivada, pois de fato pesa no orçamento. No entanto esta é uma questão para ser diagnosticada, discutida, avaliada e solucionada em um conjunto de reavaliações e não de maneira isolada, pois atinge setores diferentes. Aos que no momento estão excelentemente ( e até exageradamente) bem remunerados, nossos políticos legisladores, cabe estudar essa redistribuição de recursos para evitar o fomento de greves que não podem ser admitidas. Já temos lampejos de consciência na Câmara Federal e no Senado, com o reconhecimento de que o abuso salarial no Legislativo não é tradução de remuneração meritória. O exemplo de probidade e responsabilidade deve começar nas nossas casas legislativas.
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