Você tem acesso a produtos que facilitam a sua vida. Mas e na hora de desfazer-se do lixo? Você sabe o que fazer?
Pilhas e baterias de celular, pesticidas e repelentes, tintas e solventes, produtos automotivos (em geral baterias dos automóveis ficam nas oficinas, durante as troca, o que resolve parte do problema), produtos veterinários produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes...como é que você se livra de tudo isso?
Raríssimos municípios contam com um serviço de coleta eficiente do lixo perigoso. Pilhas comuns e baterias de celulares espalham-se no lixo comum, contaminando o solo e a água. Isso jamais deveria acontecer.
Teóricamente existem locais que recolhem parte desse lixo tóxico. Mas o grupo dos estabelecimentos que deveria receber esse material é absolutamente desorganizado. Por exemplo, grandes lojas e hipermercados não tem preparo para o recolhimento das pilhas e baterias, como seria o caso. Muitos desses estabelecimentos desconhecem que são credenciados para essa coleta.
Mesmo os que recebem baterias automotivas ou de celulares e pilhas comuns nem sempre cumprem com o acondicionamento correto e não recebem ajuda de empresas podutoras e orgãos governamentais para o armazenamento dos produtos até sua coleta. O desinteresse em torno de um problema muito sério - onde todos podem acabar como vítimas - é maior do que seria admissível.
Não se trata apenas de um problema de restos radioativos. Nos grandes centros e regiões rurais o problema com pesticidas e produtos químicos é o mesmo. Na área urbana há grande consumo de repelentes, inseticidas contra pulgas, baratas e formigas, embora o mais comum seja o veneno e o repelente para pernilongos e moscas. Protetores elétricos não são inócuos, levam piretróide em sua composição e continuam contaminando o ambiente quando são descartados.
Aliás, qualquer produto químicos é perigoso e contaminante, mesmo que seja inodoro. Produtos com solvente do tipo hidrocarboneto ou solvente derivado de petróleo podem causar pneumonia por aspiração.
A listagem dos riscos de toxidade é grande. Até mesmo produtos de higiene pessoal merecem cuidados.
Pasta de dente, por exemplo, não pode ser ingerida e alguns shampoos e cremes podem causar dermatite por contato. Até mesmo um aparentemente inocente bloqueador solar em versão infantil e perfumada deve ter sua composição observada.
Tinturas de cabelo que contém pigmentos metálicos (por causa do metal pesado, que pode provocar diversos distúrbios)ou p-fenilenodiamina e derivados de anilina também são tóxicos (substâncias irritantes que podem causar dermatites, descamação e manchas ).
Em contato com o olhos podem ser responsáveis por problemas como conjuntivites (podendo chegar à causar cegueira) e se absorvidos pela pele podem provocar manifestações sistêmicas, como crises asmáticas, hipertensão arterial, disturbios digestivos e neurológicos. A ameaça vai longe. Por esse motivo não se deve usar tintura de cabelos em sobrancelhas ou em outras áreas sensíveis do corpo, que são muito mais sensíveis.
É mesmo complicado!
A esta altura, você pode estar se perguntando: mas se é assim, por que esses produtos não são definitivamente retirados do mercado? Porque a maior parte deles tem sua toxidade controlada pela quantidade das substâncias. Só que nem sempre esse limite é respeitado ou as substâncias mais tóxicas eliminadas. E lá está você com risco de intoxicar-se por chumbo, cadmio ou cromo contidos nos pigmentos de produtosde inocentes estojinhos de maquiagem e batom.
FALTAM EMPENHO E RECURSOS NA
COLETA SELETIVA DE LIXO TÓXICO
O Brasil está bastante atrasado na coleta e tratamento do lixo. Recentemente foi determinado que as sacolas de supermercados fossem em material biodegradável. Mas a maior parte do plástico poluidor, que leva dezenas de anos para ser digerido pela natureza, continua sendo produzido e está em todo lugar. As sacolinhas, que carregam compras, não reduzem de maneira significativa o risco ambiental.
Mas há muito mais do que o material plástico. Veja alguns dos materiais que são misturados ao lixo comum e que permanecem contaminando o ambiente. Apesar da proibição de alguns descartes de lixo - como o hospitalar, que deve ser coletado individualmente e incinerado - a situação é crítica.
Falta uma política de coleta seletiva, como acontece em países que possuem uma política de sustentabilidade, como a Alemanha, onde são usados recipientes não descartáveis (de material reciclado) em cores que determinam o tipo de lixo, se orgânico, reciclável ou de risco de contaminação.
É claro que a coleta funciona adequadamente. O cidadão não tem despesas adicionais para a sustentabilidade do ambiente, muito pelo contrário, recebe estímulo.
Enquanto esse tipo de ação ecológica não acontece no Brasil, é bom saber qual é o lixo doméstico perigoso, que se possível deve ser descartado separadamente.
Lâmpada fluorescente - contém substâncias que podem afetar o ser humano, como mercúrio. Apesar isoladamente, em uma lâmpada, a quantidade desse metal ser pequena, é preciso sempre considerar a somatória no contato. Quando quebradas ou rompidas as lâmpadas liberam vapor de mercúrio. Calcula-se que no país haja consumo de mais de 40 mil lâmpadas por ano, descartadas em sua maior parte no lixo comum, misturada a restos orgânicos.
Pilhas, baterias automotivas, de celulares e outros aparelhos - risco de mercúrio, chumbo, zinco e manganês, metais que se acumulam no organismo humano e animal e causam problemas graves, principalmente no sistema nervoso,
Segundo a ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, calcula-se uma produção de 1,2 bilhões de pinhas e baterias em todo Brasil. Existem postos de coletas para esse material, mas a maioria desse material usado ainda vai para o lixo comum.
Recipientes e sacos de agrotóxicos, de inseticidas e produtos afins - Muito usados na agricultura, esses venenos além de contaminar o ambiente em que são aplicados também continuam a contaminar ao serem descartados no lixo comum, podendo provocar anemia, paralisia, câncer, entre outros problemas sérios. Mas no ambiente doméstico muitas marcas escondem substâncias igualmente perigosas e letais, com o organoclorados em venenos de ratos, formicida nos produtos que matam formigas, entre outros usados inclusive para limpeza e desinfecção.
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