terça-feira, dezembro 13, 2011

AVIÃO ESPIÃO E ÉTICA INTERNACIONAL

Os EUA exigem que o Irã devolva um avião espião não tripulado que teria sido derrubado depois de invadir o espaço aéreo iraniano. O Irã nega essa possibilidade, já que os EUA perdeu o direito sobre o aparelho RQ-170 , conforme leis internacionais  que garantem a soberania do espaço aéreo.
Mesmo que a questão seja analisada evitando aspectos políticos da tensão entre o Irã, EUA e Israel, é preciso reconhecer a fragilidade da ética que teoricamente é adotada nas relações internacionais. Fragilidade que ordinariamente não impede a invasão aos direitos humanos das populações. 
Espionagem não é novidade e não é necessariamente incompatível com valores éticos que permitem a sobrevivência do planeta. Temos um sistema de inteligência competitiva na ciência e invariavelmente isso significa envolvimento bélico, com tecnologias inovadoras. 
O mais irônico no sistema das relações internacionais que impõe constante competitividade é que o argumento da destruição é usado como alternativa para evolução da tecnologia, que por sua vez é seria cada vez mais indispensável para garantir recursos de sustentação para um mundo populoso. 
Esse discurso, em conflito direto com a realidade do direito de todos os países e populações à sobrevivência e à dignidade da preservação de seu espaço físico, tem chocado a comunidade mundial principalmente em tentativas de acordos éticos que não são respeitados. 
É o caso do Protocolo de Kyoto, que depende da colaboração dos países para atingir metas comuns para o aumento no uso de fontes de energias limpas, na proteção de florestas e outras áreas verdes, diminuição das emissões de metano e gases poluentes, entre outras necessidades ambientais que pretendem evitar maior violência nos fenômenos cíclicos naturais. EUA, China e India recusaram-se de participar dele, no afã de manter a escalada econômica. Agora o Canadá, que integrava o Protocolo, anunciou a sua desistência, alegando que não pode mais "perder" produção em nome da redução da emissão de poluentes.
As possibilidades de se evitar catástrofes no entanto são reduzidas na medida que questões éticas de interesse comum são desrespeitadas ou reduzidas em sua importância. Relações internacionais necessitam de absoluta adesão às leis e acordos entre todos os países, mas principalmente daqueles que mantém maior poder econômico e tecnológico. Ou o futuro será mais incerto do que a mera tecnologia de aviões espiões, que invadem o direito natural das populações. (MM)

2 comentários:

  1. TODO MUNDO TEM MUITO MEDO DOS EUA

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  2. O futuro é incerto para a maioria dos analistas internacionais. Aonde poderá nos levar essa guerra, as novas divisões político-econômicas, quem sairá lucrando, tudo ainda está nebuloso. Nem sempre o vencedor é realmente aquele que " ganha". O mundo de agora em diante não será mais o mesmo. Está mudando como nos filmes... E o pior é que isto aqui não é Hollywood...... ( Certas Coisas)

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