A celeuma em torno do programa "Big Brother" vai além da mera provocação de audiência. Invade perigosamente conceitos morais e éticos importantes para os direitos individuais e coletivos. O que se pretende saber no momento é se realmente houve abuso de vulnerável ou estupro. Mas na verdade o efeito "big brother" vem de longe, nas cenas de permissividade e abuso de bebidas alcoólicas e no estímulo a intrigas e uma espécie de "vale-tudo" na busca do prêmio em dinheiro e da fama, por mais fugaz que ela seja.
Por que um programa que incentiva esse tipo de comportamento - intrigas, falsidade, "puxadas de tapete", festinhas regadas a álcool, seria tão negativo? Não vivemos uma época sem tabus e regras morais?
O problema é que o fato de um grupo de pessoas exibir seu corpo e seu caráter (?) em uma situação supostamente real - ou seja, sem um planejamento prévio ou script da emissora, como propõe o reality show- não é crível.
Não se faz audiência de relações comuns. A própria seleção dos participantes do programa demonstra bem que o objetivo não é exatamente mostrar como se comporta determinado grupo heterogêneo confinado em um mesmo espaço por semanas a fio. São jovens, com corpos malhados e um ou dois participante que não possuem atributos físicos. Uma espécie de trampolim para quem deseja ser ator, atriz ou ganhar dinheiro posando pelados para revistas.
Sob esse aspecto o "Big Brother" é bem limitado e a audiência, de fato, tende a despencar depois da novidade das primeiras edições. Na mesma medida em que isso acontecia, mais os ededrons se movimentavam e mais os corpos foram se expondo.
Por esse motivo não parece estranho que uma situação como a do suposto estupro de vulnerável acabasse um dia virando "reality show". Uma cena abominável, onde uma mulher aparentemente dorme profundamente depois da bebedeira enquanto o homem parece se empenhar em uma relação sexual sem consenso, enquanto os funcionários da emissora que se revezam 24 horas por dia no acompanhamento dos acontecimentos assistiam passivos ao ato.
Nas declarações do público à imprensa ou nos sites de relacionamento da internet fala-se em "scripts" para aumentar a audiência, ou em contrapartida na passividade da emissora diante da crescente ausência de limites morais e éticos dos participantes.
Mas o que mais impressiona e prejudica o meio são as declarações a respeito de um possível estupro, que pretendem minimizar a gravidade do ato ou justifica-lo. Isso sim é o fundo do poço...
Absurda situação.A que ponto se chega por dinheiro........
ResponderExcluirÉ uma vergonha um programa desses, coisa de baixo nivel n por causa de sexo , mas da exploração desses coitados
ResponderExcluirA emissora, ao assistir passivamente ao estupro, que notadamente aconteceu, criou uma situação onde dificilmente a vítima conseguirá porteriormente provar que foi estuprada, ainda que tenha sido. E... isso nos faz pensar o seguinte: foi a primeira vez que algo desse tipo ocorreu? Se a emissora tem o poder de selecionar o que as pessoas vão ver, E TEM!imaginem se já não ocorreram outros casos parecidos que jamais serão lembrados punidos.
ResponderExcluir