quinta-feira, agosto 11, 2011

LEGISLADORES FORA DA LEI

Balbúrdia em plenário: desavenças e interesses
 pessoais são comuns em ambientes onde a
preocupação deveria ser limitada ao bom-senso
O fato de nossa Constituição garantir a participação popular no Poder do Estado através da disputa de cargos nos poderes Executivo e Legislativo não pode ser interpretado como uma igualdade entre honestos e desonestos ou probos e corruptos. Tocamos aqui na questão do conceito dos direitos fundamentais do cidadão, que a grosso modo poderíamos definir assim: afinal quem tem tendências anti-sociais ou ausência de senso crítico (não nos referimos a ausência de escolaridade) estaria enquadrado como um cidadão qualificado para ocupar cargos de grande responsabilidade para o meio?
Essa questão está queimando os miolos de quem se surpreende com ações de parlamentares e Chefes de Executivo estampadas em manchetes policiais. Ninguém vai se atrever a dizer que a política brasileira está contaminada por indivíduos marginais ou que a figura do político, antes cercada de uma aura de respeitabilidade e gratidão pelo peso de sua função, está sendo interpretada como a de um vilão, que pretende usufruir de seu cargo para benefício próprio. Mas a situação merece, no mínimo, uma reavaliação.
O vereador Lozildo Barros matou o
colega  Rodrigo Federzoni fora do
plenário, durante uma romaria.
Triste ironia.
Há casos de sobra. Independente da Lei da Ficha Limpa, que é uma medida importante, mas que é direcionada aos corruptos que se encontram na ativa, eleitos pelo próprio povo, é preciso filtrar os candidatos, no mínimo verificando com maior rigor questões relacionadas a caráter, vida pregressa, sanidade mental e principalmente motivos para sua candidatura.
Isso para evitar situações como a criação de quadrilhas no nosso Legislativo,  recentemente denunciada e ainda sob investigação na Câmara Municipal de  Taboão da Serra e de outras cidades, envolvendo não apenas Câmaras Municipais, mas Prefeituras.
O fato de um vereador matar um colega por motivo fútil é chocante, mas foi precedido de inúmeras outras ocorrências de violência entre políticos, inclusive em plenário. Há denúncias e relatos que envolvem inclusive quem desempenha  função de presidente da Casa. Plenários do Legislativo, em diferentes níveis, transformam-se em arenas, quando não são usados para ofensas e palavrões ou meras disputas politico-partidárias, em um crescente desrespeito pela função. Outra ação absurda que se torna comum são as "piadinhas" em plenário, ridicularizando até mesmo assuntos que envolvem o desfecho de projetos de grande importância para o país. O que explica o crescente descrédito na qualidade de nossos políticos.
Onde vamos parar com uma situação bizarra como essa, no extremo da ironia que mostra legisladores " fora da lei", é uma incógnita!

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