terça-feira, agosto 09, 2011

RISCO DE HISTERIA COLETIVA É CADA VEZ MAIOR

Até alguns anos atrás quem se atrevesse a observar que os erros acumulados pelo sistema iriam transformar sociedades organizadas em caos seria considerado dramático e pueril. Para muitas pessoas condições de ordem natural ou social estariam garantidas pelo simples fato de existirem, provavelmente submetidas a um processo de eterna auto-recuperação forçada pela sobrevivência.
Um engano perigoso. As desgraças e o caos não estão apenas em paises subdesenvolvidos economicamente, onde há óbvia desestruturação política e cultural, nem estão restritos a populações marginais.
Existem de maneira potencial em qualquer lugar do mundo, bastando uma faísca para deflagrar a histeria coletiva. É o caso dos últimos acontecimentos em Londres, que começaram com uma manifestação que pretendia ser pacífica, em protesto conta a violência que matou no sábado um rapaz de 29 anos, mas que ampliou-se de maneira supreendente, levando a explosão de bombas caseiras, incêndios em prédios, onibus e depredação e furto de lojas. Dezenas de pessoas foram presas e outras tantas ficaram feridas, entre policiais e civis.
O reconhecimento de que a sociedade está perdendo o freio reside no fato de que esses acontecimentos que envolvem crescente histeria da massa não podem mais ser considerados fatos isolados ou comuns a determinados ambientes. Podem ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar, inclusive nos paises europeus, onde o ambiente público sempre foi controlado por regras perfeitamente encaixadas no cotidiano de suas cidades.
É preciso muito pouco para iniciar protestos que se transformam em batalhas urbanas.  Há exemplos de sobra. O mundo se transforma em um barril de pólvora, mas as faíscas que podem acender o pavio têm origem semelhante em qualquer lugar do planeta: a ausência de valores claros e a consciência civilidade necessária para a sobrevivência comunitária, substituídos por uma carga de informação farta, mas também parcialmente  ( e fortemente) manipulada por interesses que não pretendem equilibrar o meio, mas manter um tipo de sustentação econômica criada no século passado e que no entanto não funciona mais!
Essa ausência de clareza na política mundial para a organização social é a demonstração da burrice que permeia as estruturas de poder, que insistem em manter antigas fórmulas para problemas inusitados e com consequências ainda não avaliadas no futuro. Ou perigosamente subestimadas, já que o processo de mudança afeta principalmente a economia dos paises habituados á fartura de recursos em detrimento da miséria de outros.
Ao contrário do que se previa, o momento atual e futuro parece equilibrar-se em uma corda-bamba esticada dentro do próprio território. A perda de controle acontece dentro de casa, com o aumento da violência, da corrupção, da mentalidade racista e anti-social, da fragilidade da Justiça e portanto do risco do descontrole da massa, seja em casos como o de Londres, que envolve indignação popular, seja por motivos fúteis como rixa entre torcedores de futebol, como assistimos não só no Brasil, em muitos países do mundo. (Mirna Monteiro)


3 comentários:

  1. A mentalidade precisa mudar,somos dinâmicos,a vida é dinâmica,o mundo tem bilhões de pessoas com vida e problemas comuns em si e os governantes querem manter tudo como era quando o mundo tinha apenas milhões????Só pode explodir mesmo,tá todo mundo em ponto de bala.

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  2. Esses acontecimentos em Londres me lembra muito aquele documentário "Surplus".

    E uma tirinha antiga que havia em meu livro de história que mostrava uma burguesinha branca , dos anos 50 , que dizia :

    "Parem com esse tumulto , eu quero fazer compras".

    Parece que Londres se deu conta que existem negros , emigrantes e pobres no Jardim do Éden da Grã-Bretanha.

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  3. O fenômenos de multidões descontroladas e irracionais não é novidade. É uma aspecto irracional do ser humano que vai continuar existindo. Somos o que somos e esse tipo de problema á algo que sempre precisaremos administrar. O problema da política é outro, pois a política é um teatro, no qual é quase impossível classificar os personagens e os atores...

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