sexta-feira, setembro 04, 2015

EQUILIBRANDO-SE NO PODER

Uma declaração do vice-presidente Michel Temer, do PMDB, ilustra muito bem a imensa variedade de artifícios que é criada nas disputas do poder. Disse ele à imprensa que "com essa popularidade, será difícil para a presidente Dilma manter-se por mais três anos", como presidente da República...
Interessante observar três aspectos que devem ser obrigatoriamente analisados, diante de uma declaração como esta, que torna-se absurda ao sair da boca de um vice-presidente, cujo partido almeja desesperadamente o poder.

Primeiro: como pode alguém que carrega a condição de um vice-presidente, que teria a responsabilidade de manter o bom senso e zelar pelo equilíbrio do país, acima de qualquer interesse partidário ou pessoal, atrever-se a criar uma artificial condição de impopularidade de uma presidente eleita democraticamente nas urnas por mais de 50% dos eleitores? Houve plebiscito ou algo que o valha, para avaliar a realidade dessa "insatisfação"?

Segundo, qual o poder premonitório de Temer, ao declarar que alguma provável insatisfação levaria à necessidade de um presidente da República vir a abandonar um cargo de tamanha responsabilidade? Ora, tivemos desde do golpe militar uma enorme insatisfação popular, com todos os governos militares e também os governos da abertura política e posteriormente os goverrnos eleitos democraticamente. Alguém pode apontar algum presidente brasileiro que passasse pelo crivo crítico com total satisfação popular?

Terceiro, como avaliar a satisfação popular com a figura do senhor Michel Temer e de outros ansiosos políticos que ambicionam atropelar o voto popular e assumir a função que hoje pertence legitimamente a Dilma Rousseff?
Como se pode avaliar  a enorme insatisfação popular com o PSDB, o PMDB, o Dem e outros partidos, envolvidos em escândalos de corrupção, abafados pela mídia comprometida, que criticam incansavelmente o país e também com parte da grande mídia que apoia esses partidos, na clara intenção de confundir a opinião pública, com uma espécie de estratégia de combate, que confronta-se diretamente com a opinião livre da internet, onde podemos identificar uma maioria de cidadãos que não concordam com essa imposição da oposição politica e midiática?

Tanto isso é verdade, que essa mesma mídia, antes soberana, agora perde leitores e telespectadores, enojados com a omissão de verdades e a distorção dos fatos!

Enfim, se "insatisfação popular", liderada por grupos de oposição, fosse motivo para renúncias ou impeachment, a história da politica brasileira estaria repleta de alterações na Chefia do Estado, nos governos de Estados e Municípios e o próprio Congresso Nacional perderia pelo menos metade de seus parlamentares, que são objeto de indignação popular.

Aliás, aí está, isso sim, uma legítima maneira de obter renúncias ou perda de mandato: a vergonhosa ação de políticos nas bancadas da Câmara Federal, Senado e no Legislativo de Estados e Municípios. Políticos responsáveis e partidos idôneos no Poder Legislativo  é a pauta mais urgente do país!

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