terça-feira, janeiro 20, 2009

Cuidado com o erro médico



"(...) mais tarde eu soube que a medicação que me deram no pronto-socorro foi um perigo para minha saude(...) a médica não perguntou nada, se eu tinha alguma alergia a algum medicamento ou alguma doença (...)" (Marcia, 19/01)

(...)Durante quase três anos ela reclamou dos mesmos sintomas e sempre disseram que não era nada(...)agora a doença se instalou (...)Dois advogados que consultei disseram que não dá para processar esses irresponsáveis(...)pode publicar meu nome" ( Ariovaldo N. Nunes, 08/01)

A tecnologia aumenta e garante diagnósticos mais precisos, mas em contrapartida, infelizmente, o número de profissionais pouco competentes também aumentou muito nas últimas duas décadas.

O erro médico está assustadoramente presente, ainda que a maior parte das reclamações não seja divulgada. Além disso é preciso considerar que boa parte dos pacientes sequer sabe se foi vítima de erro ou imperícia médica.

Márcia, no seu caso, que envolve atendimento de emergência em Pronto-Socorro de hospital, o recurso é buscar seu prontuário (os hospitais são obrigados a guardar os prontuários de pacientes, onde ficam relatados sintomas, medicação ingerida, exames, etc), tirar cópia, recolher os exames (você tem direito a retirar os exames, tenha sido o atendimento particular ou através de convênio).

Você pode realizar a denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina - Cremesp (você pode ober maiores informações no site)

Ariovaldo, o seu desespero é compreensível. Nada pior do que buscar ajuda de um profissional da área médica e não conseguir obter um diagnóstico a tempo de evitar o avanço de uma doença perigosa.

Mas a área da saúde, ironicamente, apresenta faces opostas: de um lado profissionais competentes e dedicados, que salvam vidas; de outro pessoas que ingressaram em curso de medicina apenas para "ganhar dinheiro" ou por outros motivos que não levam à necessária dedicação e qualificação que a área exige.

Além disso a proliferação de cursos superiores nas últimas décadas criaram faculdades sem qualidade de ensino. E no caso da medicina, isso é de fato mortal para a sociedade.



Denunciar é importante! O profissional incompetente deve ser impedido de atuar e causar estragos.

Mas há outros cuidados que devem ser tomados por todos nós. Aqui vão dez passos fundamentais:

1- Se for procurar um especialista, procure saber e ele está devidamente inscrito no Cremesp e se não há dúvidas a seu respeito (como reclamações e denúncias)

2- Procure saber também a respeito do profissional junto aos clientes (tudo isso é muito difícil e nem sempre oferece alguma garantia, mas pode ajudar)

3- Nunca vá a uma consulta ou qualquer procedimento médico sem um acompanhante. A lei faculta ao paciente o acompanhamento, justamente para evitar duvidas quanto à qualidade do atendimento.
Caso o profissional, clinica ou hospital se negarem a permitir esse acompanhamento, desconfie e não aceite. O acompanhamento apenas pode ser evitado em casos específicos, onde a segurança ao próprio paciente esteja em jogo.


4- Pergunte tudo, esclareça todas as dúvidas, durante uma consulta ou procedimento. Do ponto de vista legal, o médico é obrigado a esclarecer a respeito de todos os passos, todas as medicações e informações a respeito do estado do paciente.

5- Quando for a atendimento de emergência procure lembrar de doenças anteriores ou medicações que estão sendo ingeridas, exames e toda a informação que possa nortear o médico.

6- Cuidado com o atendimento padrão de alguns lugares: os profissionais, muitas vezes ainda inexperientes, seguem ações protocoladas (ou uniformizadas)que nem sempre são necessárias (tipo, em caso de dúvida prescreve antibiótico ou, como é muito comum, medicamento contra dor)

7- Não esqueça que o risco de erro não é apenas do médico, mas também dos outros profissionais da área, como da enfermagem. O acompanhante do paciente deve se certificar a respeito dos medicamentos que estão sendo aplicados e da qualidade tecnica utilizada

8- Em consultas o procedimento também deve ser o mesmo. Se possível leve exames anteriores e faça uma descritiva clara de seus sintomas.

9- Os diagnósticos, hoje, são feitos por biomédicos (que preparam os laudos das análises laboratoriais)ou ficam claros nos exames, cada vez mais sofisticados, como na medicina nuclear. Mas ainda assim a competência do médico é imprescindível.

10- E finalmente, não consulte apenas um profissional: se houver dúvida, vá a outros especialistas, observando as variações do atendimento, medicação, etc. Afinal, médicos não são cabelereiros ou designers de moda: procedimentos devem ter pontos comuns quando o paciente é um só. Se houver diferenças entre diagnóstico e tratamento de um para outro profissional, a situação deve ser seriamente avaliadas para se chegar a uma conclusão.

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