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quinta-feira, dezembro 21, 2006
ENSINO É CONSIDERADO MEDÍOCRE
Inteligência
é só
informação?
O problema da mediocridade do ensino é um problema brasileiro ou mundial? O excesso de informação e imagem, através da mídia eletrônica e da cada vez mais poderosa Internet, cria sábios ou congestiona a capacidade de aprendizado?
Estão ai boas perguntas, que não são razoavelmente respondidas pelos críticos da Educação. Recentemente dados divulgados pelo IBGE ratificaram a incapacidade crescente do aproveitamento da estrutura educacional da rede pública – em 2005 36% dos estudantes que freqüentavam a 8ª série estavam atrasados em relação ao andamento normal do curso, situação que se repetia com menor gravidade em todas as oito séries do ensino fundamental. No ensino médio a situação piorou: 55% dos adolescentes de 15 a 17 anos cursavam séries com atraso, proporção que sobe para 70% no Nordeste.
E o ensino particular? Não há grande diferença. A qualidade de aprendizado dos alunos de escolas particulares difere muito pouco, considerando a exigência dos pais diante de um ensino diferenciado.
A situação dramática da má qualidade do ensino vai até as universidades. Jovens são formados e encontram a realidade no mercado de trabalho: estão despreparados, dominando muito pouco do conhecimento necessário em sua área profissional.
Não há apenas uma explicação para esse fenômeno de crise de qualidade no ensino. Sabe-se apenas que ele atinge, em diferentes graus, escolas públicas ou particulares, até o ensino superior, no Brasil e em outros países.
A massa de informação que chega através da Internet e da mídia em geral, sem refinamento e filtragem, em seu estado bruto, é considerada a grande vilã da “confusão intelectual” das novas gerações.
A criança desde muito cedo é colocada em contato com a educação uniformizada de escolas, que cuidam dela desde o berço até o ensino fundamental. Isso poderia ser um fator positivo – o contato direto com o ambiente educacional – mas não é, pelo fato de constituir uma única via de estímulo ao conhecimento.
O desenvolvimento do intelecto e a capacidade de raciocínio e de interpretação depende de vários fatores, incluindo o ambiente emocional favorável. Estímulo à leitura, histórias contadas ao pé do berço ou da cama da criança, tudo isso torna-se um fator determinante no futuro aprendizado. A criança precisa amadurecer sua capacidade de apreensão do mundo. Caso contrário será apenas um receptáculo de informação, como um computador!
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