sexta-feira, agosto 26, 2016

PODEMOS DESTITUIR SENADORES?

Caiado e Lindbergh, em campos opostos, o primeiro
desejando o impeachment
e chamando a todo instante o julgamento de "chicana",
 reclamou
 que a defesa pretendia "ganhar tempo", esbravejou
exigindo que se passasse logo para o "sim ou não"
e irritou o  plenário,
conseguindo tumultuar o julgamento presidido pelo ministro do
Supremo, Ricardo Lewandowski, pouco habituado aos vícios
e exageros ofensivos do discurso
parlamentar
No segundo dia do julgamento no Senado, diante de provocações de senadores que desejam o impeachment,  aos defensores da presidente Dilma Rousseff, a transmissão ao vivo foi bruscamente interrompida e um aviso surgiu na tela da TV Senado "A TV Senado interromperá sua transmissão de 26 de agosto até 2 de setembro"...
O que foi isso? 
Rapidamente o aviso foi substituído e sumiu da tela. 
O que aconteceu? 

Esse aviso já estaria programado? Boatos (meros boatos) dão conta de que a estratégia dos senadores que desejam o impeachment da presidente da República seria a de evitar a transmissão ao vivo do julgamento, devido ao fato da defesa de Dilma Rousseff argumentar com maior propriedade do que se esperava, reduzindo o poder de fogo dos senadores da acusação.
Com efeito, acompanhar o julgamento é uma lição de cidadania...e da constatação do despreparo ou do mau hábito do poder de muitos politicos que vagueiam pelo Congresso décadas a fio, sem o crivo popular a suas ações.
Um presidente da República pode ser ofendido em plenário, como os brasileiros constataram em votações na Câmara dos Deputados e no Senado.
Mas senadores que cometem erros não podem ser criticados por seus pares, nem testemunhas de acusação podem ser contestadas, ainda que a lei assim determine. 
Esse "poder paralelo" no Congresso ficou bastante óbvio desde a vitória da presidenta Dilma Rousseff nas urnas, no último pleito. Aécio Neves (PSDB) declarou, publicamente, que "Dilma não conseguiria exercer o seu mandato".
Na Câmara dos deputados também havia a ameaça no ar, ratificada pelo presidente da Casa, hoje afastado por corrupção, Eduardo Cunha.

Há tantas criticas aos  parlamentares brasileiros, principalmente aos senadores que tentam criar condições para o impeachment que é difícil resumir todos os argumentos. Uma realidade parece clara: o brasileiro que acompanha o julgamento no Senado Federal está surpreso com a péssima qualificação de grande parte dos senadores.
O que levanta a dúvida: os senadores que não demonstram qualidade parlamentar e repetem os mesmos argumentos ( os mais criticados nas redes sociais são Ronaldo Caiado, Alvaro Dias, Ana Amelia, Agripino Maia, entre outros) poderiam ser destituidos pelo voto popular?
O que se espera de um parlamentar? 
A defesa da democracia e dos interesses populares. 
A maior parte das criticas diz respeito à ausência de argumentos e excesso de distorção  dos fatos. Ou seja, excesso de retórica da parte dos parlamentares pró-impeachment e poucos argumentos válidos para toda essa convulsão nacional e internacional. 
Esse comportamento irrita, principalmente, as pessoas que tem noções jurídicas e avançam na politização, conseguindo interpretar as manipulações nos discursos.

Vamos a algumas das reclamações publicadas nas redes sociais:

"(...)Eu só sei que é muito diferente o comportamento dessa gente do PSDB e de partidos que querem dar o golpe quando a presidencia é de um Cunha ou um Renam com esse julgamento agora que é presidido por quem conhece lei (referência ao ministro   Ricardo Lewandowski)".

"Tem de colocar pra fora esse Ronaldo Caiado, que inferno (...) e a falsidade desse Alvaro Dias?(...)Quem são os f... que votaram nesse tipo de gente para comandar (sic) o país "

"(...) Tô lavando a alma!!!Esses parlamentares que honram o pais dando uma lição nesses que tentam dar um golpe, c.., tô amando esses que defendem a Dilma, eles falam aquilo que a gente sente e não  tem como falar, c...(...)"

"Me dá nervoso essa palhaçada toda (...) esses caras do impeachment só ficam provocando a defesa da presidênte(..)"

"No entanto é um momento onde todos podemos constatar a grande mediocridade desses parlamentares pró-impeachment e a qualidade ética dos parlamentares que defendem a democracia"

"É muita verdade junta para esse Senado corrupto (sic). Mas senador indeciso para mim não existe, querido. Estamos na autêntica republiqueta das bananas, o mundo sabe que é golpe. (...)"

"(...) Porque quem ainda achava que esses jornais da TV eram imparciais, agora calam a boca, todo mundo viu como esses do impeachment provocaram e ofenderam a defesa da presidente, que na minha opinião é defesa do país e esses sem vergonhas da midia torceram dizendo que quem provocava os senadores do impeachment era defesa, que f...(..) Maravilha esse negócio de ver quem é quem e que b....  de imprensa a gente encontra com esses comentaristas safados e comprados(...)"

Esses comentários se repetem direto nos grupos das redes sociais, Facebook e Twitter.

DIREITO DO CIDADÃO EM DESTITUIR UM SENADOR 

O que começa a ser ouvido com mais frequência, desde que a discussão sobre um impeachment presidencial acirrou-se, é a seguinte pergunta: o cidadão brasileiro pode requerer a destituição de um parlamentar, vereador, deputado ou senador, baseado em incapacitação ou má conduta, ou abuso de sua função?

Em tese, sim. Desde que haja motivo, um simples cidadão pode requerer essa destituição do cargo de um parlamentar. Por exemplo, a questão do decoro parlamentar. 
Se houver comprovação de que um senador ofendeu a presidência da República ou desmoralizou o voto popular em um regime democrático, o processo popular para destituir o cargo de um parlamentar pode ser iniciado.
Isso está previsto na Constituição Brasileira.O parlamentar faltoso, que não comparece e não trabalha, afetando o quorum para votações de interesse do país, também pode dar motivo para ser destituido de seu cargo.
Abuso das prerrogativas asseguradas,percepção de vantagens indecidas, são procedimentos incompatíveis com decoro parlamentar. 
Por que? 
Porque o parlamento é uma instituição de representação popular e o sujeito não pode, ao ocupar uma cadeira no legislativo de qualquer instância, fazer prevalecer a sua vontade, em detrimento da população.


POLITICA E "VINGANÇA MALÉFICA"


O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento de Dilma Rousseff, não aceitou a pressão de senadores habituados a imperar no plenário, sem respeito à lei.
Claramente, explicou que não iria permitir desordem e agressões, porque neste instante o plenário do Senado está sendo utilizado como Tribunal. E isso deveria ser respeitado.
Fosse pelos senadores da defesa, fossem pelos que desejam o impeachment.
Não é que a mídia dominada já começou a publicar matérias contra o magistrado, para pressiona-lo. E senadores emburrados, pró-impeachment, sairam do plenário, como se fosse assim tão fácil aplicar um golpe de Estado?
A sociedade deve prestar atenção a esses senadores que não respeitam a lei e a ordem, habituados a fazer o que bem entendem, considerando-se protegidos por "forças ocultas".
Poucas horas atrás, José Eduardo Cardozo, ministro da Advocacia Geral da União, havia comentado que a defesa deveria suspender uma das testemunhas, com receio da violência verbal dos senadores da acusação. "A vingança na política é maléfica".(publicado em rede social)

DESPREZO PELA VERDADE

 A prova de que o impeachment é um artificio programado é o fato da ausência dos pro-impeachment no julgamento que está acontecendo no Senado.
A ideia é a seguinte: somos maioria de voto, então não precisamos ouvir nada, se é justo ou não não importa. 
Foi exatamente isso que senadores como Alvaro Dias confirmaram, logo na manhã do segundo dia do julgamento. "É só ritual, já temos o voto decidido" disse ele aos reporteres da TV Senado.
Esta tudo decidido? 
Quanto desrespeito ao país!
Quanto desprezo ao cidadão brasileiro!
Enquanto isso pessoas ilibadas e chamadas para testemunhar, estão cumprindo o seu papel honestamente e explicando exaustivamente porque não houve crime da presidente Dilma Rousseff e que a democracia precisa ser preservada.
A resposta é simples: não é possivel um impeachment por falta de crime. E se houver golpe, quem deve ser penalizado não é a presidenta, mas esse grupo de parlamentares que abusam do seu poder.

3 comentários:

  1. Depois de décadas de descaso, onde o país ficou nas mãos de uma mentalidade politica de exploração dos recursos, com õbvio interesse na ignorância popular, só podia acontecer essa agressão à democracia.Falta auto-critica aos nossos politicos

    ResponderExcluir
  2. Que esperar de um país que elege quase 50% de seu Congresso por representantes de interesses de grupos econômicos, preocupados com medidas de exploração dos recursos e grandes lucros para empresas privadas, ainda que isso se faça com altos prejuizos para o país?

    ResponderExcluir
  3. O Rodrigo Maiá, teria sustância um pedido de destituição contra ele?

    ResponderExcluir

A sua opinião é importante: comente, critique, coloque suas dúvidas ou indique assuntos que gostaria de ver comentados ou articulados em crônicas!Clique duas vezes na postagem para garantir o envio de seu comentário.

Arquivo do blog