"Petralhas tem de sair, viva Temer" (Gerson Garcia - Campinas)
"(...)Não entendo direito tudo que esta acontecendo (...) Tanto faz quem governe (...)esse negocio de direita e esquerda é maus" (Douglas Máximo, universitário, São Paulo).
Respostas difíceis, em uma epoca onde existe a confusão na informação e onde os jornalistas se dividem em duas categorias: jornalistas que procuram relatar os fatos e opinar através dessa ótica, sem menosprezar a ética, e "jornalistas" da grande midia, que decoram os textos dos patrões, independente de sua veracidade e honestidade intelectual.
O que é "esse negocio de esquerda e direita"? Como nao somos uma população suficientemente politizada, esses termos parecem restritos à Ciência Política.
Isso porque não é possivel encaixar ideologias e conceitos em duas caixas. Precisamos de muito mais. Em todo caso, convencionou-se que esquerda reflete o pensamento de quem defende maior justiça social, Seja na democracia ou em outras ideologias, com variações bem grandes de partidos e doutrinas.
Já direita ou extrema direita são conservadoras, pretendem o capitalismo como base de uma pirâmide, onde a massa trabalhadora tem um papel definido. Aqui se misturam diversas direitas, inclusive o ditatorialismo e o fascismo também fazem parte.
Essa diferenciação em duas posturas politicas hoje parece inadequada, porque resume muito as ideologias. Nos tempos da Revolução francesa estavam adequadas, sendo criadas justamente para definir a burguesia e o clero e quem pretendia mudanças sendo também burguesia, com o povo. Direita e esquerda!
Concordamos todos que o fato de uma pessoa ser de esquerda, não é garantia de idoneidade moral ou sinceridade ideológica. Podemos, em contrapartida, também arriscar a afirmação de que muitas pessoas que apoiam ações que nao são legais, da direita ou extrema direta, do ponto de vista constitucional, não sejam monstros marginais. São pessoas comuns, com acesso reduzido aos fatos ou com tendência a omitir-se, evitando problemas, que acabam fortalecendo ações irregulares ou anti-democráticas.
Esse tipo de situaçao confusa é explorada por grupos que foram perdendo o poder de decisão ao longo das ultimas décadas. Grupos que querem retomar o poder sem arriscar o momento nas urnas, já que perderam nas eleições.
O leitor Gerson, em sua desastrada opinião, resume em um termo a confusão de pequena parte da população: refere-se a "petralhas" um termo estimulado pela antiga oposição ao governo Dilma, durante a disputa eleitoral e fartamente utilizado por fakes e cabos eleitorais na campanha de Aécio Neves, do PSDB, em 2014.
Um termo sem nexo, porque apesar das tentativas da oposição e da midia comprometida, não houve comprovação de que o Partido dos Trabalhadores ou o governo de Lula e Dilma, em denuncias fartamente publicadas, fosse corrupto ou mais corrupto que qualquer outro partido.
Mas "petralha" demonstra a raiva de quem considera avanços sociais como perda de poder economico da classe media e rica. Um engano que pode custar muito ao país.
Hoje, com o governo interino de Temer, que reune PSDB, PMDB, Dem e PP, todas as denúncias de corrupçao graves que a grande imprensa não mostrou e que pertencem a esses partidos, estão sendo discretamente engavetadas.
Qual o futuro do Brasil? Douglas, o universitário confuso, que diz que "tanto faz o governo", representa a parcela da populaçao que "entrega" sua cidadania e direitos a um governo que não conhece e sobre o qual nao tem opinião crítica.
O que significa que a tentativa de manipular a informação e deformar os fatos, funcionou! Pelo menos para uma parcela da população que não busca fontes variadas de informação, contentando-se com a ´programação da tv e rádios como base de sua opinião. Nesse caso, fica mesmo sem saber nada, repetindo apenas o material manipulado.
Voltando para a primeira opinião, onde o distraido leitor pergunta se "não vê o impeachment" e o relatorio do Tribunal de Contas e por fim o Crime de Responsabilidade que poderia dar consistência a um afastamento, comprovamos a ausência da informação.
O processo de impeachment foi iniciado por um parlamentar corrupto, Eduardo Cunha, do PMDB ( já foi politico do PSDB) que aceitou um pedido duvidoso, que foi fartamente contestado por juristas de todo o pais. Vamos ratificar um fato real, nao ficticio: o teor do pedido de impeachment foi contestado por inúmeros juristas, em todo o país.
É preciso lembrar que nossas instituições precisam de análise firme e constante. Nossos poderes também. Executivo, Legislativo e Judiciário não estão imunes a erros e a infiltrações do partidarismo ou desses grupos de grande poder econômico. A Justiça se faz com a eterna vigilância e a liberdade para a critica.
Dizem que o maior artifício da direita para evitar constragimentos em torno de uma açao contestada, ou de uma pergunta ¨non grata", é sorrir e virar as costas, saindo rapidamente de cena.
Paulo Maluf era especializado nessas saidas, quando governador de Estado e acusado de corrupção. Alias o ministro nomeado pelo governo interino ou provisorio, Meirelles, também usou dessa tática em uma coletiva, quando viu que nao havia respostas para as perguntas dos jornalistas.
Aparentemente, fazer "ouvidos moucos" e fingir que não ouviu nada, foi a tática da Câmara de Deputados, com grande numero de parlamentares também acusados de corrupção. Como se a ausência de elementos legais fosse sem importância, eles votaram o impeachment. No Senado o mesmo quadro repetiu-se: todos os argumentos jurídicos foram desprezados e uma imensa miscelânia de motivos foi usada para tentar justificar o impeachment.
Portanto, o impeachment foi votado na Camara e no Senado sem a real comprovação do crime de responsabilidade. Foi uma votação meramente politica, do tipo, "nos podemos, então vamos fazer isso e fim de papo". Portanto, foi um tipo de golpe branco, que é o golpe de Estado feito artificialmente, sob a capa de legalidade relativa. Não houve crime que justificasse o afastamento. Mas havia maioria de oposição no Congresso.
Por isso o mundo surpreendeu-se com a facilidade do golpe. E com a conivência da grande midia, que na verdade já pertence a politicos desde velhos golpes, nos anos 30, 50 e 60, que gradativamente foram se apossando das empresas jornalisticas, TV e rádio.
Serve qualquer governo? Um universitário falar assim, demonstra o tamanho do engano em que a sociedade brasileira afundou-se, com a falta de informação e a mamnipulação dos fatos pela midia.
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