Parece contraditório e dramatico, mas verdadeiro: remédios podem causar problemas que podem matar. Isso acontece porque existe um equívoco na interpretação popular das drogas farmacêuticas, supondo-se que são substâncias que curam, o que nem sempre é verdade. A maioria dos medicamentos disponíveis apenas consegue controlar sintomas das doenças, enquanto a cura é processada por outros meios, como mudanças radicais de hábitos alimentares e comportamento.
A auto-medicação é considerada maior ameaça do que a própria doença ou desequilibrio orgânico. Esse problema tem raízes no passado, quando não existia facilidade de procurar diagnósticos e tratamentos por pessoas habilitadas. As receitas populares eram a única alternativa. E de fato funcionavam, utilizando plantas que possuem princípios ativos poderosos.
No entanto o uso era muito mais racional, apesar de ser primitivo. Hoje no entanto, com 11 mil medicamentos que envolvem 18 mil princípios ativos de produtos químicos despejados no mercado pela indústrias farmacêutica, atrever-se a auto-medicação é um risco poderoso.
Tanto isso é verdade que até mesmo as medicações receitadas por médicos deve ser discutida e estudada, não de forma isolada, mas na variedade de drogas que são receitadas para os vários sintomas ou o controle deles.
É o risco da interação medicamentosa, que pode matar. São substâncias variadas demais e a maioria dos médicos encontra dificuldades para avaliar com precisão se um determinado medicamento vai interagir com outro de forma a criar reações potenciais no organismo.
Para conhecer todos os milhares de princípios ativos utilizados em uma enorme gama de medicações é preciso ser um especialista no assunto ou pelo menos estudar muito as interações medicamentosas. A maioria dos médicos não faz isso, ou por falta de tempo ou de interesse. Preferem restringir-se à confiar na informação da indústria farmacêutica.
A industria farmacêutica, por outro lado, por mais que tenha interesse em garantir a confiabilidade de seus produtos, é uma indústria. Como qualquer empresa depende da disputa no mercado e de lucros. Alguns laboratórios farmacêuticos mantém atendimento ao público com o objetivo de informar a respeito de efeitos colaterais ou mesmo interação medicamentosa, mas esse é um serviço acessado por uma parcela mínima dos usuários das medicações.
Outro problema são as pesquisas de novas drogas. Médicos são frequentemente assediados por representantres de laboratórios, que esquentam cadeira nos consultórios e comparecem nos Congressos com o objetivo de divulgar essas drogas, em geral financiadas por laboratórios estrangeiros que têm limitações legais mais severas para testar novas drogas que já passaram por fases iniciais de testes.
Nestes casos o convencimento se faz por discursos acalorados sobre as vantagens do produto. O marketing funciona. Quando o médico bombardeado pelos discursos da indústria farmacêutica sente que determinadas medicações não funcionam com seu paciente, "arriscam " a novidade, prescrevendo as novas drogas que ainda não tem eficácia ou tolerância completamente estabelecidas.
Há laboratórios que fornecem grandes descontos aos pacientes que tomam regularmente a droga em questão, claro que em troca de um cadastro que permita o controle dos efeitos de sua ingestão ao longo do tempo. O que quer dizer que podemos servir de cobaias sem que tenhamos consciência desse fato...
Organismos humanos não funcionam de maneira uniforme. Cada paciente reage de uma maneira a determinadas substâncias. Há medicamentos que permanecem com alto consumo no mercado durante anos, até que seja estabelecida enfim a relação entre seu uso e omaparecimento de doenças letais.
Na confusão das interações medicamentosas ou no uso de novas drogas as maiores vítimas são crianças e idosos, estes pelo fato de receberem uma variedade de medicamentos cada vez maior, muitas vezes para eliminar efeitos colaterais de outro.
Medicamentos inadequados, mistura de substâncias que provocam danos ao organismo, aliados a complexidade de suas fórmulas e a consultas de médicos apressados, que consideram-se mal pagos pelos convênios ou pelo Estado e trocam a qualidade pela quantidade de atendimento. Essa é uma realidade que precisa ser urgentemente analisada e corrigida. Um bom começo seria a população conscientizar o fato de que o melhor remédio é aquele que é receitado com absoluto controle de sua ação no organismo do indivíduo!(MM)
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