sexta-feira, julho 20, 2007

Cartel em planos de saúde


" O plano de meus filhos era Amil, mas não sei de que jeito passaram para Blue Life (...) Não recebi comunicado algum (...) Meu marido e eu decidimos não pagar o boleto em nome da Blue Life, pois nosso contrato era Amil e nosso plano foi suspenso. Fui informada de que a Amil havia comprado a Blue Life e a Porto Seguro Saúde (...) Cartel não é proibido? Dá para confiar na ANS?" (Orlando e Alícia Signorini)

(...) Levantei preços para trocar meu plano, que está carissimo e quase tive um infarto. Imagine que para usufruir do atendimento em todos os hospitais o preço de um plano de saúde fica em torno de R$600,00 para um jovem de 20 anos e R$1.300,00 mnsais para uma pessoa de 50 anos? (...) Este país não é sério (...) (Argonauta)

Alícia, se o contrato do plano foi feito com a Amil, vocês têm base para um processo. Mas o seu relato não fala de detalhes importantes. A Agência Nacional da Saúde (ANS) prevê a mudança de planos de saúde, mas é imprescindível que os conveniados sejam informados a respeito dessa transação com antecedência e através de carta com aviso de recebimento.

No caso, vocês não foram avisados e souberam apenas pelo boleto da mudança da operadora. Se possuem toda a documentação, podem requerer a manutenção do plano conforme o contrato.

Agoram em relação ao cartel - à acusação de que a Amil comprou a Blue Life e também a Porto Seguro Saúde, entre outras empresas, isso deve ser encaminhado para apuração.

ANS é uma agência reguladora, órgão criado pelo Governo para regular e fiscalizar os serviços prestados por empresas privadas que atuam na prestação de serviços públicos. É uma autarquia, que embora privada, tem responsabilidade de gestão de um serviço público.
Há de fato muitas reclamações contra a ANS, mas a princípio ela foi criada com o objetivo de intermediar e regular o setor de planos de saúde. Como toda agência reguladora, que tem o dever de zelar pelo bom funcionamento das concessionárias, resguardando dessa forma um serviço que pertence à sociedade.

Mas não de defender interesses das empresas. Muito pelo contrário, as agência reguladoras têm obrigação de atuar na cassação da concessão, caso as metas não sejam cumpridas.

Argonauta, os preços dos convênios dispararam nos últimos anos, depois de grande choradeira das empresas. Mas há muitas irregularidades.
No seu caso, um conselho: cuidado com a troca de seu plano de saúde. Avalie muito bem, porque é vantagem manter os planos anteriores a l999. Os novos convênios realmente estão insuportavelmente altos e o resultado disso é uma grande confusão, que leva ao desperdície de recursos.

Quem paga, no final das contas, é o segurado! Melhor você mandar levantar os aumentos nos últimos anos e reivindicar correções se forem apuradas irregularidades.

segunda-feira, julho 16, 2007

Vaias e vaias







Todos vaiamos! Todos somos vaiados! Por isso é difícil entender porque tamanha surpresa com as vaias na abertura dos Jogos Panamericanos!
Vaiar é a coisa mais comum do mundo, seja combinada, seja orquestrada, seja naturalmente extraida da multidão por razões muitas vezes misteriosas.

Mas o mais interessante é que as vaias são tão fúteis e transitórias quanto as dores de cotovelo e as artimanhas políticas.

Ninguém gosta de ser vaiado, é verdade. Quando Fernando Henrique Cardoso foi vigorosamente vaiado na abertura do desfile do dia 7 de Setembro, em 1999, também fez "bico" e transtornou-se, indignado.
Aproveitou para fazer uma crítica indireta à igreja e a iniciativa da CNBB com o "Grito dos Excluídos", chateando-se com os protestos contra governo a a pressão por mudanças na política econômica .

Houve uma corrida para uma manifestação de apoio ao presidente, organizada sabem por quem?
Pelo governador Joaquim Roriz (PMDB-DF) , o que não impediu os protestos. FHC foi vaiado monumentalmente ao chegar (9h05) ao desfile e ao sair (10h45). Roriz convocou servidores do governo local para engrossar uma manifestação de apoio a FHC, mas acabou sendo o único aplaudido.

Coisas da política! Um dia a vaia vai para um, outro dia para outro. A do presidente Lula, nos Jogos, foi até bem fraquinha. FHC sofreu vaia monumental!
Política é política e a memória popular é absolutamente inexistente. Por isso os políticos não se preocupam com contradições. Ninguém vai lembrar mesmo!

Aliás, esquecido das vaias monumentais já sofridas, o ex-presidente FHC teve coragem de dar uma entrevista afirmando que " Lula precisa ter mais humildade, e não deve ser arrogante"! Ele sabe o quanto dói ser vaiado!

Fazer o que? Política tem suas incongruências e inconsequências. Talvez a culpa seja da amnésia do cidadão.

quarta-feira, julho 11, 2007

Excesso de fraudes e corrupção


" (...) Não entendo como pode haver tanta fraude e corrupção?" (Anamaria Barbosa)

"(...) É de pasmar, coisa d loko (...) Mas não dá pra entender pq essa corrupção toda de lobby e de todo resto não foi policiada antes (...) como acontece?" (Freddy M)

O que está acontecendo é simplesmente uma ação da polícia federal que por motivos diversos não pôde ser realizada em anos passados. De qualquer forma, não há nada excepcional, a não ser a ação em si.

Freddy, você é bastante jovem e para entender o processo de ilegalidades e corrupção no meio político, no Legislativo ou em empresas estatais, basta localizar-se em exemplos simples. Por exemplo, a politica envolve negociações e barganhas e naturalmente lida com a ambição de indivíduos e de grupos.
Quando não há fiscalização e cobrança constante de uma postura rígidamente dentro da lei, essas relações costumam resvalar para as seduções do dinheiro fácil.
Assim, um funcionário ou um grupo de funcionários de uma estatal podem ceder à oferta de alguma empresa que oferece muito dinheiro para que seja burlada a licitação.
Licitação é um processo administrativo que seleciona uma empresa que será contratada pela Administração Pública para a aquisição ou a alienação de bens, a prestação de serviços e execução de obras. É uma maneira de garantir a idoneidade do processo, com a escolha da melhor proposta apresentada.

Como geralmente os contratos públicos envolvem somas altíssimas (serviços ou obras de bilhões são comuns) para alguns empresários mais "afoitos" e menos éticos, "aplicar" alguns milhões em fraudes pode ser muito compensador...mas absolutamente ilegal!

Isso pode ocorrer também a nível político, seja no seu municipio, estado ou mesmo no nosso Congresso Nacional. Um lobista pode chegar ao pé do ouvido de algum grupo ou mesmo um indivíduo e sugerir a aprovação de projetos que seria compensada com dinheiro...ilegal!

Anamaria, como isso pode acontecer com tamanha dimensão? Muito simples!
A tolerância de casos assim em governos passados, aliada à omissão no decorrer de décadas, tornou as "caixinhas" algo tão comum, que acabou virando folclore nacional. Tipo "eu quero levar vantagem em tudo"...

Para a população em geral (há gerações inteiras que cresceram ouvindo isso e imaginando que a corrupção é algo invencível) sempre houve a sensação de impotência diante dessas ilegalidades. Quem já não ouviu a frase ridícula "ele ( o politico, o administrador) rouba mas faz" ?
Por isso ela está em todo sistema, chegando à insuportável constatação de que atua cada vez mais no Judiciário.
É uma situação intolerável!

Para levar adiante investigações e punir a imensa população de corruptos que está infiltrada no sistema, é preciso apoio do Estado, das instituições, dos políticos que mantém a ética, da mídia e de toda a comunidade.

quinta-feira, julho 05, 2007

Empresas aéreas e vôos rasantes


Depois de anos de investimento para popularizar o uso das viagens aéreas, as empresas estão determinadas a não reduzir a concentração de vôos nos horários de pico!
Tampouco aceitam reduzir as horas de uso de cada aeronave para colaborar com o fim do caos nos aeroportos. As empresas aéreas reclamam de falta de infra-estrutura para o atendimento!

Devagar e em meio a muita confusão, a verdade que se esconde sob atos dramáticos como a greve de controladores de vôos e agora o atrito entre empresas aéreas e governo, vai aparecendo.
Pode-se observar, por exemplo, que a crise é resultado de um conjunto de erros passados, como a ausência de maior controle do crescimento e investimento, assim como da própria popularização, do setor aéreo.

Certamente houve despreparo quando os preços dos bilhetes caíram em conseqüência da guerra tarifária que ocorreu no setor entre 2002 e 2003.
Quem já viajava de avião, principalmente a classe média, começou a fazê-lo com mais freqüência.
Aconteceu também a troca de companhia, na escolha da menor tarifa. Entre 2002 e 2004 houve um crescimento da demanda de 16% , segundo o DAC (Departamento de Aviação Civil).
Mesmo as classes C e D passaram a comprar mais bilhetes aéreos, em geral por companhias de vôos fretados, como o caso da BRA.
Mas o setor não estava preparado para isso! Parece que a infra-estrutura dos nossos aeroportos está longe de comportar a demanda atual, com a economia necessária (para manter a atração no transporte aéreo).
O recurso encontrado? Está aí! Como sempre, as empresas aéreas exigem uma participação do governo maior do que seria esperada em um setor onde a administração não é pública, mas privada!

Suplente sob suspeita


É extremamente interessante e dramática a situação de nosso Congresso! E o brasileiro pode chorar, porque nossos congressistas são uma extensão do braço de cada cidadão!

Pois então, retificando, é extremamente dramática a situação da população com sua representação no Congresso. Todos querem combater a corrupção, mas esquecem que a corrupção não é isolada.

Veja um caso exemplar: Joaquim Roriz, bombardeado por denúncias, renunciou ao mandato de senador.
Até aí, tudo bem ou mais ou menos. O problema é que saindo Roriz, fica em aberto a vaga na cadeira do Senado. Quem assume? O suplente! Mas quem é o suplente? Gim Argello, do PTB,. que é acusado de de causar prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa federal.
Argello possui pendências junto à Receita Federal e responde a pelo menos seis inquéritos civis e criminais!

Pois é...

Arquivo do blog