segunda-feira, junho 15, 2015

ALIENÍGENAS À DEMOCRACIA

 Quando procuramos definir como fica essa efervecência política, tão criticada, com brigas na Câmara Federal e no Senado, com pressões absurdas sobre o Poder Executivo e as manifestações populares sendo reprimidas, é preciso reconhecer que as Casas Legislativas transformaram-se em uma espécie de torre de babel. Ou em alguma versão da "casa da sogra", expressão utilizada para definir o abuso de um espaço.
Afinal, a imprensa internacional está acusando o Congresso brasileiro de se rebaixar a condição de mero chantagista, que pressiona o governo para obter vantagens partidárias e espaços de poder.

O que temos de ameaça a nossa tão suada e sofrida condição democrática, depois de décadas de uma triste história, que envolveu uma dramática condição de ditadura, seguida de uma recuperação a partir dos anos 80, enfronhada em corrupção?
Sabemos que ainda somos uma "democracia bebê", e que a capacidade do brasileiro em conscientização política está apenas começando. 

Estamos a caminho do aprendizado político. Ainda enfrentamos uma realidade chocante: um país que elege mais de 50% de seu Congresso com representantes de interesses de grupos econômicos, preocupados com medidas de exploração dos recursos e grandes lucros para empresas privadas, ainda que isso se faça com altos prejuizos para o país. Essas bancadas empresariais são representadas principalmente pelo PMDB, Dem, PSDB e PP.

A democracia é um sistema que exige responsabilidade do cidadão, não apenas no cuidado com o voto, mas com a fiscalização do trabalho de quem é eleito. Ainda acreditamos que basta dar um palpite e lavar as mãos.
No entanto op país está empenhado em preservar a democracia, um sistema que permite uma tradução das necessidades do país, na preservação de sua soberania e autonomia, que estão acima de interesses privados de congressistas, do Chefe de Estado ou ainda de lobbies que podem ser traduzidos também nas pressões de interesses externos, favoráveis à economia de outros países e desfavoráveis ao Brasil. 

Portanto, é preciso enfrentar a questão>: o que temos hoje, na estrutura de nosso Congresso Nacional, tão importante para traduzir as necessidades do país
Temos parlamentares que pressionam projetos absurdos e lesivos, pretendendo modificar leis que desfavorecem a comunidade e enchem seus bolsos. Isso é novo? Não é! Mas antes esse tipo de coisa acontecia na calada, escondida pela mídia. O que os olhos não vêem, o coração não sente, não é assim?

Esses abusos que vemos na Câmara dos Deputados e no Senado, sempre existiram, mostrando que nosso Parlamento está contaminado por interesses privados e muito longe de representar os interesses populares. 
Para muitos brasileiros, temos metade do Congresso feito de papelão. A outra metade mesclada de bons cidadãos e aquele tipo morno, que não é quente, nem frio, levado pelo vento mais forte. 
Por que vivemos essa situação lamentável de um Congresso que nem sempre representa os interesses do país? 
Porque isso integra a mentalidade política, que desde sempre foi conceituada como busca de centros de poder para artifícios e não para estruturar um conjunto harmônico e com interesses unicamente centrados nas necessidades do país. Uma herança maldita! 

Devemos considerar o esforço pela democracia fadado ao fracasso ou a um estado de mediocridade? Não, é claro! Isso porque estamos engatinhando em materia de consciência política. Temos uma democracia recente e duramente agredida em décadas e décadas, em sua transição pelo século XX e sua transformação e maior sustentação neste início do séxulo XX!. Algo absolutamente natural.  Podemos esperar um Congresso honesto em seus propósitos e forte na manutenção da ética? Claro que sim, negar isso, seria negar a nós mesmos, à nossa própria idoneidade. 
Mas dependemos da educação popular, da politização do povo, para que haja condições de não só analisar melhor seus escolhidos para ocupação das cadeiras no Congresso, mas de um acompanhamento, de uma fiscalização dessas pessoas que se assumirão legisladores. Com a presidência da República, também, obviamente. 

Temos o melhor sistema democrático e muda-lo seria um erro. O que precisamos é limpar a ferrugem, o bolor, as sujeira de suas engrenagens. A honestidade é natural em alguns, mas deve ser construída e exigida para a maioria, que desconhece princípios da ética e tem dificuldade de pensar o mundo como comunidade. Não nascemos embutidos de filosofia, nascemos individuais, com instinto de sobrevivência. O comportamento futuro no meio apenas poderá ser entendido de maneira positiva, com a educação e o conhecimento. 
Talvez estejamos ansiosos demais para que a democracia funcione de maneira perfeita, apesar de sua história recente. O que importa é que as artimanhas para ferir os princípios democráticos, como vemos em parte do Congresso, não sejam admitidas em hipótese alguma. 

O desrespeito à Constituição Brasileira deve ser punido de maneira clara, em um momento onde uma minoria com interesses em golpes contra a democracia em curso, insiste em investidas õbvias. O país precisa de parlamentares comprometidos com os interesses do país e de sua população e não de ditadores travestidos de representantes da democracia. 

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