terça-feira, janeiro 27, 2015

SITE DO PROCON CONFUNDE CONSUMIDORES

Apesar da lei ser bastante clara e o Código do Consumidor especificar a necessidade de preço nos produtos a venda, principalmente em supermercados, boa parte do comércio não cumpre com essa exigência.
O consumidor, hoje, está sendo constrangido e não tem esse direito respeitado. Um dos  motivos, segundo os próprios consumidores, seria uma orientação em site do Procon, que é exibida pelos funcionários das lojas, quando algum cliente reclama da ausência de preço nos produtos ou da confusão das etiquetas, que não respeitam o valor fixado nas prateleiras.

Neste site exibido, vem a pergunta: "O produto não tem seu preço informado. Posso levar pelo preço menor preço ao lado?"
A resposta: "Não"!

Essa afirmação, no site de uma fundação que tem como objetivo proteger o consumidor dos abusos do comércio, está causando grande confusão e aumentando o constrangimento moral de clientes das lojas. A questão que revolta consumidores é o fato de que essa ação impede a interpretação correta da legislação do Código do Consumidor, que se baseia na própria Constituição Brasileira, com a intenção não de punição especificamente, mas principalmente de moralização do comércio.

Na prática, quando não há pressão ou fiscalização para cumprimento da lei, o comércio que se utiliza desse recurso, a ausência de preço para lucrar sobre mercadorias mais onerosas, exerce a prática ilícita de maneira tranquila. Funcionários chegam a debochar dos clientes que reclamam do preço errado - preço sempre muito mais caro do que as etiquetas mostraram - sugerindo que o objetivo é "lesar" o supermercado ou outras lojas.
Quando o consumidor reclama da ausência de etiqueta, a resposta em geral é a mesma, como uma "cartilha decorada" pelos funcionários do estabelecimento: "os clientes retiram (roubam?) as etiquetas" ...Ou "não somos obrigados a respeitar a etiqueta", quando ela está com preço menor do que o registro na caixa eletrônica.

O constrangimento é óbvio e a ofensa clara: nessa justificativa, e estabelecimento que não respeita a lei coloca o consumidor na posição de "infrator" (retira as etiquetas das gîndolas e ´prateleiras...) e criminoso (quer lucrar e adquirir o produto por outro preço, que seria incorreto, ou seja, abusa do comerciante...).

Essa inversão de papéis , que coloca o consumidor como alvo de criticas e até de acusações que ferem sua dignidade, acontecem com frequência exagerada nos supermercados, hipermercados e todas as lojas que comercializam grande variedade de produtos, e onde o desconhecimento do ´preço pode gerar grandes prejuizos para quem compra e grandes lucros para quem vende. (Mirna Monteiro)

Leia também : http://leiamirna.blogspot.com.br/2009/05/produto-sem-preco-e-de-graca.html
                        http://brasilcon.org.br/noticias/Consumidores+desconhecem+direito+de+levar+produtos+de+gra%C3%A7a,+se+pre%C3%A7os+forem+diferentes+na+g%C3%B4ndola+e+no+caixa




quinta-feira, janeiro 15, 2015

HUMOR OU TRAGÉDIA EM CARTUNS

A polêmica criada com a tragédia da morte de cartunistas do Charlie Hebdo, em um ataque terrorista, coloca em evidência a tradução do humor nos cartuns. Esse tipo de expressão, que pretende ser livre e  até libertária, serve como recurso para uma sociedade oprimida? Talvez para, em oposto, oprimir?  Ou valem as duas opções?
As charges do Charlie Hebdo pretendiam qual desses efeitos?
É difícil a crítica, neste caso do Hebdo, porque nada justifica o ato de terrorismo, ou a violência. Não há como aceitar uma reação que provoca tamanha tragédia, e a maioria dos críticos prefere o silêncio, a correr o risco de ter interpretada a crítica ao abuso das publicações, como alguma atenuante ao atentado criminoso.
Não há como aceitar o ataque ou justificar a ação terrorista.
No entanto, é preciso admitir que o uso da imprensa em geral, no mundo todo, passa por uma crise ética, onde acontece o abuso político ou comercial, em detrimento da informação correta e inviolada.
O uso do humor na política é absolutamente natural. As charges sempre tiveram o objetivo de traduzir uma condição opressiva, através das imagens bem humoradas, onde a realidade podia ser retratada com sutileza e inteligência, mesmo em tempos de censura. 





Humor de Henfil: inteligente e sutil. "Entre Henfil e Pasquimhouve a junção das forças demolidoras do sarcasmo
e da ironia para “oxigenar as mentes oprimidas
pelo pesadelo diuturno da boçalidade ditatorial”,
  definiu Janio de Freitas no prefácio do
 livro "
O rebelde do traço: a vida de Henfil"


O cartunista Henfil, por exemplo, tornou-se famoso com seus traços e críticas bem humoradas e ajudou a tornar leitura obrigatória o conhecido "Pasquim", um semanário que rompeu as barreiras da censura em plena ditadura brasileira, lutando contra a opressão no país. 
Para Henfil, o Pasquim, idealizado pelo cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, foi a "Lei Áurea da Imprensa". Ao longo dos anos ganhou dimensão e a participação de grandes profissionais das charges e do jornalismo. 
Não tem relação aparente com o Charlie Hebdo, que optou pelo humor agressivo ou até mesmo a agressividade com pouco humor, chegando a ser criticado por posturas preconceituosas e racistas em muitas de suas charges.



O Pasquim brasileiro é citado aqui como um exemplo do bom humor em boa causa, ou seja, podia chegar às raias do escracho, mas sempre contra a opressão ou centrando na crítica saudável aos costumes, sociais ou políticos.
E permite uma avaliação sobre a linha que separa o humor crítico, saudável, da agressão ou da manipulação do humor para oprimir. 
Mesmo porque o uso do humor, ou de um suposto humor, que beira a ofensa à dignidade do indivíduo ou ultrapassa a linha da critica inteligente para  transformar-se em agressão, preconceito e racismo, está se tornando comum, como se, para ser engraçado ou espirituoso e divertir, houvesse necessidade de agredir e humilhar. Talvez, se o objetivo for deturpar para servir à interesses que vão além da livre expressão. (Mirna Monteiro)


sexta-feira, janeiro 02, 2015

NÃO SOMOS TODOS CORRUPTOS generalização é perigosa e reduz o peso da responsabilidade sobre os verdadeiros corruptos

Política é sinônimo de interesses escusos?
Não é, já que teoricamente tenta estabelecer uma medida que satisfaça ao cidadão e ao país, sem que nessa intenção esteja envolvido algum interesse particular. Todos tem seus interesses e a politica surgiu justamente da necessidade de nortear as ações em um objetivo coletivo.
Mas na prática, a história é outra.
É bastante claro que não podemos generalizar os errados. Dizem que uma laranja podre e mofada, consegue contaminar um saco inteiro da fruta, apressando a podridão daquelas que permaneceriam saudáveis por períodos mais longos.
O Congresso Nacional não é um saco de laranjas, nem tampouco a contaminação ocorre de maneira tão simples. Prefeituras, Câmaras municipais, Assembléias legislativas, governos do Estado, governo federal, Câmara e Senado, podem ser colocados em um mesmo saco, quando o assunto são erros perniciosos, que invadiram o sistema político e permanecem independente da boa ou má vontade de governos e novos legisladores. Ou de sua conduta honesta ou desonesta.
Recentemente um jornalista de uma emissora de TV, bradou em seu comentário político que não existia exceção: todas as laranjas são podres.
Parece temerária uma afirmação dessas, como se fosse uma auto-imolação! Ora, não existe político honesto, bradou com indignação. Como assim?
Isso resolve o que?
Em todas as áreas de atuação humana temos laranjas podres. Com o perdão pela insistência na analogia, temos corrupção em todos os setores produtivos, ou pelo menos a tentativa da contaminação pela prática corrupta.
Não existiriam neste mundo pessoas honestas?
É cômodo deixar-se levar pelo simplismo. Político não presta!...Todo político não presta! Mas se assim é, essa "categoria humana" é um tipo de sujeito alienígena na sociedade mundial? Será que tem cérebro diferenciado e mãos de larápio, com dedos ágeis e cheios de truques?
Mesmo que a ciência admita a existência dos tais "cérebros corruptos", como sendo originados em questões genéticas semelhantes às identificadas em psicopatas, e também considerando que cargos politicos e administrativos são como imãs, que denunciam facilidades nas ações de marginais engravatados, não é correto dizer que todo politico seria marginal.
Fica chato admitir que uma minoria domina todos os cérebros honestos de um país!
Mas é mais fácil resumir a questão, do que enfrentar a grave realidade dos transtornos causados por alguns grupos que se unem na politica com o objetivo de roubar, exercer o tráfico de influência, dominar as instituições para favorecer lobbies, enfim, exercendo um trabalho que leva ao enriquecimento particular, em troca da miséria da Nação.
Esses grupos marginais são sistêmicos, ou seja, independem de governos ou mudanças de parlamentares, atuando nos bastidores. Podem ser representados por vereadores, deputados e senadores que perpetuam a corrupção, por governadores e suas secretarias, por prefeitos ou até por aqueles grupinhos de funcionários públicos, que trabalham na mesma repartição há décadas, tornando-se os "donos" ou mandatários do tráfico de influência e outras formas diretas e indiretas de corrupção na máquina pública. Tudo isso alimentado por particulares que cedem ou estimulam a corrupção, em boa troca de vantagens!
Seria bom que todo o mal pudesse ser centralizado em "politicos". Ficaria mais fácil de resolver a questão!
Portanto, nem todo politico corrupto, assim como nem todo advogado é safado, ou nem todo magistrado é um servo da política ou de grandes empresas, e nem todo jornalista se rende à mentira e à manipulação, assim como nem todo médico é um engodo que usa a profissão para enriquecer, às custas da dor alheia.
O que temos são pessoas marginais, que invadem o sistema e se apoderam dos bastidores. Uma minoria, que atua como um vírus no organismo, atacando e reduzindo as defesas e imobilizando e destruindo as células sadias!
O que a sociedade precisa não é de generalizações, mas de estratégia para "limpar" a máquina pública da sujeira acumulada nas sombras e exigir transparência absoluta de quem se arvora a ser político e trabalhar em causa coletiva, em nome dessa sociedade!
Vamos parar de blá-blá-blá!
É preciso agir no cerne, no miolo, na causa do problema, e não ficar gravitando em torno com medidas paliativas, que nunca eliminam a verdadeira causa do mal. Vermífico para os vermes, varredura dos vírus! Não apenas na politica, mas em todos os setores da atividade humana.
Há países que conseguem manter a corrupção sob controle. Não é?  (Mirna Monteiro)


















Arquivo do blog