sexta-feira, agosto 29, 2025

NA POLÍTICA, "CENTRÃO" DESEQUILIBRA DEMOCRACIA

 O que é "centrão"? Aqueles políticos que se dizem "equilibrados" entre a esquerda, direita, ou qualquer coisa que interesse aos objetivos do sistema?

Partidos que jogam com as circunstâncias e que via de regra favorecem acumuladores de riqueza e vão contra a correção de aberrações sociais?
Francamente, bem está escrito que os mornos serão cuspidos e vomitados, porque no final das contas acabam sempre favorecendo os malvadinhos.

É preciso mudar os conceitos maquiavelicamente construídos na definição de ideologias. Aliás, "esquerda e direita" é fruto de um "acidente postural" há mais de 300 anos, quando membros da Assembleia Nacional da França sentavam-se ao lado de quem presidia a sessão para discutir a crise que levou à Revolução.

Os apoiadores da revolução e da República sentava-se do lado esquerdo, enquanto apoiadores da monarquia ocupavam o lado direito.
Lado direito e lado esquerdo, talvez aí com alguma malícia, essa coisa do destro e canhoto.. Antes disso havia apenas os desajustes de um poder imperial que explorava a massa e escravizava pessoas.
De qualquer maneira, a revolução aconteceu e o rei Luiz XVI foi deposto e executado. Mas a partir daí o mundo começou a adotar ideologias opostas nominando de direita o poder político imperialista ou financeiro e de esquerda os direitos da população e democracia.
Mas não se pode culpar as assembleias francesas pela enorme confusão causada pela diversidade de posturas ideológicas formadas entre os conceitos de direita e esquerda. Porque a propagando de países com aspirações imperialistas no século XX tentou centralizar em qualquer opositor de monarquias ou imperialismo financeiro uma única definição: comunismo. Tipo "quem não está comigo está contra mim" e "se não aceitar o capitalismo, você é comunista e inimigo"...
A propaganda americana contra o comunismo embaralhou o conceito da esquerda, subtraindo a democracia pura e simples por uma "democracia relativa" calcada no poder financeiro e na ilusão de liberdade. Como os EUA, em pleno acordo com a Inglaterra ( depois Reino Unido), encantavam o mundo com fantasias e "sociedade perfeita", criando a imagem de herói ético, distorcer a história que levou a duas guerras mundiais e quase uma centena de outras guerras menores, foi relativamente fácil, utilizando o comunismo como peça principal de sua "luta".
O mundo começou a admirar a força dos filmes americanos, que dimensionavam a "cultura perfeita".

Aí você diz: "Ora, ora, quer dizer que a direita é incompatível com a democracia?"
Apesar da discussão sobre essa questão no mundo todo, é preciso considerar que oligarquias políticas são sim incompatíveis com democracia, pois carregam no lombo as características do imperialismo, que concentra o poder em poucas mãos, enquanto determina o destino da massa popular.

Então você pode questionar: "Mas a esquerda também não pode sucumbir ao extremismo e em nome da luta contra o imperialismo adotar um regime autoritário?" .
Ora, a partir do momento em que adota um regime autoritário, qualquer ideologia política que negue a democracia, ou seja, as ações que favorecem a população e a soberania de um país, esse governo assume-se direita. Ao invés de ter a figurinha de um imperador, pode ter o centro do poder no que se chama sistema financeiro ( que põe todo mundo de joelhos e favorece corrupção). Ou na figura de um único ator, que pretende perpetuar-se no poder, indiferente ao desejo popular.
É óbvio que há nuances. Um país pode ser imperialista e ditador fingindo-se democrata, da mesma forma que pode acontecer o oposto. É o conjunto de ações em favor da soberania e dos cidadãos que vai determinar a diferença entre déspotas e governos éticos. E quem define isso é a população, que sente seus efeitos.

Hoje observamos que o grande poder de centralizar o poder não se resume simplesmente a figura de um presidente da República. Dominar a política de um país com parlamentares no Congresso é muito mais eficiente porque se usa "democracia" para servir a interesses imperialistas.
Nos EUA por exemplo há dois partidos, Republicanos e Democratas. Mas o sistema eleitoral mantém sempre o peso da balança para os conservadores republicanos, que defendem o poder centralizado.

E no Brasil? Com uma diversidade abusiva de partidos políticos, que quando são denunciados por corrupção e enfrentam processos demais, mudam a sigla?
O Congresso brasileiro barrou 253 processos ou mais, contra políticos, em pouco mais de uma década, entre 1988 e 2001,
Esse Congresso, hoje tomado por deputados e senadores que tentam minimizar os crimes de Bolsonaro e outros envolvidos no 8 de janeiro, tentam novo absurdo com a tal PEC da Blindagem, para escapar de denúncias e ações legais contra crimes e irregularidades de deputados e senadores.
Não falamos em proteção política, que isso já existe. Falamos de crimes comuns, de assassinatos, pedofilia, corrupção!
Parte dos crimes é normalizada. Como os lobbies. O lobby é uma forma de contornar a corrupção. São interesses de empresas, em geral estrangeiras, ou outros, que buscam apoio do Congresso em leis que favoreçam a grupos, independente do interesse do país.
Quem julgaria esses crimes? Os próprios criminosos que porventura possuem mandatos legislativos?

No meio disso tudo, entendemos também que os "mornos", ou posições políticas que pretendem criar uma alternativa, engrossam as fileiras dos desajustes e absurdos do Congresso.
Deveriam manter a lei, mas acabam agindo contra os Poderes que garantem a democracia. Executivo, Legislativo e Judiciário funcionam separados em suas atribuições justamente para manter a democracia.

Ora, a partir do momento que uma democracia pretende o equilíbrio de um país, gerando riqueza a todos, mas dentro de regras leais e norteadas por leis constitucionais, com o objetivo de não permitir a exploração indevida dos recursos do país e da população, admitir lobbies é como incentivar a corrupção. Parlamentares que buscam poder político embolam o meio do campo legislativo.
Aí entendemos porque partidos que se dizem "centro" podem exercer um papel muito diferente de mediar interesses da direita e da esquerda. Quem media interesses não são "partidos mornos", mas sim as regras democráticas. (Mirna Monteiro)

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