quarta-feira, junho 20, 2012

A RECUSA DE ERUNDINA E O TEMPO DE PROPAGANDA ELEITORAL

"(...) Esse negócio do PT e do Maluf é absurdo(...)É mesmo tão importante assim ter mais tempo na TV?(...)quero saber se alguém justifica isso" . (Alcides Rego- SP) 
"Não acredito em nenhum partido politico, eles agem entre eles, nenhum politico presta" (anônimo)
"(...) parece que o objetivo é confundir.Votei no Lula e na Dilma e acho traição acordo com esse safado do Maluf em SP(...)quando tudo melhora aparece alguma coisa para estragar (...)" (Renan-SP)
"Gostaria de saber sua opinião, achei acertadíssima a recusa da Erundina(...) (Celia P- Santo André)


A questão parece envolver tempo: tempo de propaganda eleitoral, nas rádios e na TV. Costuma-se dizer que em matéria de política, a lógica é invertida. Na verdade é torcida.  Isso porque a política é complexa e volúvel em seus desafios, tanto quanto a diversidade dos interesses. Neste caso as discordâncias do PT em torno dos acordos para a candidatura de Fernando Haddad  à Prefeitura mostraram um dilema:  o principal opositor, o PSDB, tem vantagens do tempo de propaganda, que poderiam ser atenuadas com o tempo do PP, partido de Paulo Maluf, que por sua vez se interessou pelo acordo com o PT.
É difícil "mastigar" as estratégias que envolvem a campanha eleitoral.  Seria bom que a cultura e a politização da população atingissem um nível em que os interesses da maioria automaticamente fossem definidos e administrados. Dessa forma a política seria menos contraditória. Mas as regras eleitorais confundem a lógica popular.
O sistema eleitoral brasileiro é criticado por muitos para determinar o tempo dos partidos para propaganda eleitoral  nas rádios e TV .
Os partidos que lançarem candidatos tem garantia de rateio de um terço do total de tempo de propaganda enquanto os outros dois terços devem ser divididos proporcionalmente ao tamanho de cada bancada na Câmara. Em São Paulo quem tem o maior quinhão é o PSDB. Que por sua vez também está na briga contra o PSD de Kassab, embora tenha obtido vitória sobre o PT ao conseguir fechar com o PR  quarenta inserções de 30 segundos, um tempo considerável em termos de propaganda.
Em política os interesses não se combinam e a maneira de chegar a ações exige negociações para compatibilizar esses interesses. Os  duelos que assistimos frequentemente no Congresso, por exemplo, são uma demonstração clara do jogo desses interesses diversificados.
Em política há sempre acordos e alianças que independem muitas vezes da ideologia dos partidos. Isso ocorre com tanta frequência que o eleitor nem mesmo observa com clareza as momentâneas "amizades" de antigos opositores. O objetivo é vencer. Boas intenções nem sempre vencem o poder da propaganda.
Naturalmente os ganhos e perdas dessas alianças precisam ser pensados. Curiosamente o PSDB que pretendia se aliar também ao PP de Maluf para conseguir mais tempo, não recebeu críticas nessa investida.
Ao recusar-se a aceitar a vice-prefeitura na chapa de Haddad na aliança com o PP, Luiza Erundina colocou em cheque a coerência do partido: Paulo Maluf  envolveu-se em corrupção em seus governos.
Naturalmente a responsabilidade de Paulo Maluf atuar politicamente em um partido que tem tempo de propaganda política para negociar não é do PT. Da mesma forma o fato de PP e de Paulo Maluf  definirem apoio à candidatura de Haddad fornecendo seu tempo para a campanha não significa perdão aos pecados de Maluf, nem tampouco aceitação do político em sua administração.
Mas, como Erundina deixou claro, contraria a sua rígida postura em não ter nenhuma forma de acordo ou aliança com políticos comprometidos com qualquer tipo de irregularidade ou corrupção.
Uma situação difícil de ser resolvida sem correr risco de prejuízo. O PSDB domina o tempo de propaganda eleitoral , em governos consecutivos em São Paulo. O PT se encontra entre a cruz e a espada: ou enfrenta a disputa com aparições e palavras breves (em desvantagem com a ferocidade típica do PSDB nas propagandas) ou arrisca maior tempo para neutralizar os ataques que são característica da estratégia do PSDB. Esta é a lógica, ilógica, de nosso sistema de campanha eleitoral.

terça-feira, junho 12, 2012

CONFUSÃO COM A INFORMAÇÃO

"De que maneira podemos saber se a informação que estamos lendo ou a notícia que estamos ouvindo têm realmente fundamento, são imparciais e reproduzem a verdade? 


http://leiamirna.blogspot.com.br/2012/04/confusao-com-informacao.html

segunda-feira, junho 04, 2012

VEÍCULOS PESADOS SEM CONTROLE

Na rodovia o tráfego parece fluir normalmente, apesar das pistas lotadas de veículos. De repente um caminhão começa a invadir a pista ao lado, retorna e logo adiante quase provoca um acidente ao perder novamente o controle. Os motoristas dos carros que quase foram abalroados na pista ao lado reduzem a velocidade, preocupados. Adiante o caminhão sai de novo da pista.
Provavelmente o motorista desse caminhão estava cansado demais, talvez até oscilando na direção por não resistir ao sono.
Quem acompanhou o fato é obrigado a reconhecer a fragilidade da ordem nas estradas e o quanto estão todos próximos de um grave acidente, a qualquer momento, mesmo mantendo rigorosamente a direção segura, o que não impede que outro veículo cause uma situação de risco.
Excesso de horas de trabalho pode ser um dos motivos que estão pesando no aumento de ocorrências de acidentes graves com ônibus e caminhões. Mas a falta de qualificação na direção de veículos de grande porte, aliada a falta de fiscalização para reprimir abusos, é um fator de peso.
O resultado impressiona: cada vez que um caminhão desgovernado atinge outros veículos, incluindo coletivos, o número de mortos em cada acidente é inevitavelmente grande. Ônibus não possuem cintos de segurança para os passageiros e qualquer freada mais brusca já é perigosa.
Tornar mais rigorosa a fiscalização dos veículos pesados é imprescindível e urgente para evitar um caos maior. O Brasil possui mais de um milhão de caminhoneiros e mais da metade trabalha todos os dias da semana, sem folga. Imagine rodar de 5 a 10 mil quilômetros por mês! São eles, os caminhões, o maior risco nas estradas, seja para veículos de pequeno porte, seja para coletivos.
Apesar do transporte de carga manter um sistema que pressiona o motorista a "ganhar tempo" para não perder dinheiro, os responsáveis pela direção de coletivos também estão sofrendo cada vez mais abusos de carga horária. Antes considerado seguro, o ônibus nas estradas e avenidas ( na área urbana aumentam os atropelamentos, colisões e acidentes onde o veículo invade residências) é uma incógnita perigosa, com abuso da velocidade, irritação crescente dos condutores e falta de habilidade para conduzir esse tipo de transporte.

sexta-feira, junho 01, 2012

MOSQUITOS NO AR

Não foi uma boa decisão política a recusa do senador Desmóstenes Torres em falar sobre as acusações que envolvem Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.
O silêncio demonstrou desprezo às investigações e tentativa de desmoralizar a CPI mista do Senado, recurso largamente utilizado pelo próprio Demóstenes em acusações - muitas vezes baseadas apenas em declarações sem provas - a opositores políticos no passado.
A reação do deputado Silvio Costa, de certa maneira, desafogou quem acompanhava o trabalho, não apenas na Comissão, mas também do lado de fora. O interesse do cidadão em obter informações a respeito da ação de parlamentares e de setores influentes cresceu muito nos últimos anos, facilitado pela transmissão das sessões da Câmara e do Senado e de informações gerais das ações do administrativas do governo.
A boca serrada de Demóstenes, agiu na contramão da expectativa popular e da responsabilidade de um parlamentar em justificar seu trabalho ou esclarecer as denúncias de corrupção.

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