segunda-feira, agosto 03, 2009

IMPRENSA, POLÍTICA E CONFIANÇA

(...) discutimos e bastante na sala de aula a chuva de denúncias em períodos pré-eleitorais e a questão ética (...)como estudantes procuramos analisar a coisa toda e ter uma visão crítica (...)Ainda hoje confesso que fico confuso ao tentar definir quem é vilão da estoria (...)há fundamento na denúncias? (Orlando/Domingos- SP)


"Li neste blog a materia intitulada "Atos secretos e Constituição" (...)nada se resolve com conversa. Como é possível confiar? (...) (V.C.M - RN)


Vamos lembrar o seguinte: não é saudável basear-se em uma única fonte de informação.

Podemos garantir a idoneidade deste espaço, mas a função dele é justamente estimular as pessoas a pensar e manter uma visão crítica dos acontecimentos.

Vocês dizem não confiar na imprensa. Esta é uma postura radical, tão ruim quanto aceitar qualquer informação de uma única fonte, que pode conter erros.

É o mesmo caso da desconfiança nos políticos brasileiros. Generalizar é um erro. Você, Valter, lamenta o fato de que mesmo sendo um politico honesto, "ele pouco conseguirá exercer ou mudar porque o sistema já é corrompido". Discordamos disso: ainda que muitos erros se perpetuem no nosso sistema legislativo ou em outros poderes em suas diferentes instâncias, onde quer que haja liberdade para expressar-se e eleger seus representantes, haverá sempre uma dinâmica que terá a tendência de representar os interesses da comunidade.


"GENERALIZAR É UM ERRO, MAS LEITORES E
ELEITORES DEVEM BUSCAR FONTES VARIADAS
DE INFORMAÇÃO PARA DEDUZIR O QUE ESTÁ
FUNDAMENTADO OU NÃO NA VERDADE"


A pergunta de Domingos foi "há fundamento nessas denúncias?". A resposta apenas poderá ser dada com o levantamento das provas, os processos e a definição da Justiça a respeito. Não podemos cometer o erro de condenar antecipadamente, pois isso apenas iria favorecer aqueles que tem má fé e pretendem, com palavras vazias, apenas conturbar um processo ou se auto-beneficiar das dúvidas fabricadas contra opositores, como no caso da política.

Contudo existe de fato uma espécie de estratégia pré-eleitoral que demonstra um aumento de denúncias contra opositores nos períodos pré-eleitorais. São denúncias perigosas, pois não há tempo hábil de ser comprovadas e realmente prejudicam os denunciados.


"APARENTEMENTE DENÚNCIAS
NO PERÍODO ELEITORAL,
ANTES DE PRETENDER ESCLARECER,
TÊM O OBJETIVO DE CONTURBAR A OPINIÃO
PÚBLICA"


É fácil deduzir que denúncias feitas em periodos pré ou em plena campanha eleitoral devem ser sempre analisadas, já que não estão acima de qualquer suspeita. Por que motivo são feitas nesta época e não antes? Ainda que tenham fundamento, o fato de acontecerem em ano eleitoral já deveria ser motivo para adiamento (já que não foram antecipadas) de sua divulgação.

E quem divulga essas denúncias?

Bem, nesse caso retornamos ao princípio: nem todos os orgãos de informação são imparciais, da mesma forma que nem todos podem ser considerados comprometidos com o sistema. Isso vale para grandes redes e também para folhetins ou blogs e sites!


"LIVRE EXPRESSÃO PERMITE QUE A
VERDADE SEJA PUBLICADA, MAS NÃO
IMPEDE A DISSIMULAÇÃO E A MENTIRA"


Só existe uma forma de saber se o leitor está sendo mal informado ou politicamente "enrolado": recorrer a várias fontes de informação e comparar dados. Apenas assim é possível ter uma idéia dos interesses que envolvem determinadas divulgações.

Por esse motivo a liberdade de expressão é importante. Quando existe a censura a linguagem da informação é direcionada. Quando há liberdade porém é preciso separar o joio do trigo, pois da mesma forma que informações e idéias são colocadas sem censura prévia, também a mentira, a dissimulação e o oportunismo usufruem da facilidade de exposição. (Mirna Monteiro)

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