quinta-feira, abril 28, 2011

VIOLÊNCIA SEM LIMITES

“(...)Fiquei estarrecida com a quantidade de denúncias que são publicadas na imprensa de mães que matam seus próprios filhos (...) Nos EUA a mãe afogou as crianças que dormiam no carro (...) Deveríamos ter mais consciência, o mundo hoje é globalizado (...)Olga Vendramini

A violência contra crianças realmente cresceu. Os dados mais preocupantes se referem a recém-nascidos. Um cálculo feito na Índia, onde corpos de bebês são encontrados aos montes, concluiu que uma média de 7 mil recém-nascidos são mortos anualmente no país. O motivo apontado é a rejeição aos bebês do sexo feminino.O quadro não é muito diferentes em algumas regiões da China.Em Argel corpos de crianças levantam a suspeita de tráfico de órgãos.
E, como você citou, Olga, as mães também estão cometendo crimes contra os filhos por motivos fúteis. Os mais comuns envolvem adolescentes e jovens que matam a criança ao nascer, para livrar-se da “incômoda” condição de ser mãe. Esta semana vários casos semelhantes aconteceram no Brasil. Em um deles a câmera de vigilância da rua registra uma mulher caminhando com um embrulho envolto em saco de lixo preto e o colocando  em uma caçamba de lixo. O bebê, ainda vivo, foi encontrado por um catador de lixo, depois de passar pelo menos um dia exposto ao sol e ao ambiente insalubre.
Outro caso uma adolescente deixa no banheiro do hospital o bebê que nasceu prematuro e tenta ir embora como se nada tivesse acontecido. O desleixo com a vida humana parece estar definitivamente provado com um terceiro acontecimento, em um hospital, desta vez com o corpo de um bebê falecido que estava no necrotério e que acabou indo para o lixo hospitalar, deixando a família que aguardava a liberação do pequeno corpo para o funeral, em desespero!
Desleixo e violência. Crimes contra a criança vêm ocorrendo de maneira ascendente. Não apenas nas áreas urbanas das grandes cidades de países da América do Sul ou os EUA, mas em todo o mundo.
O que está acontecendo?
É difícil definir o alto grau da violência como algo inusitado. Por toda história da humanidade o ser humano mostrou ser um animal feroz, movido não apenas pelo instinto de sobrevivência, mas também por questões culturais e desejo de poder. No entanto o acesso à informação e a discussão moral e ética dos últimos séculos permitiu estabelecer os limites entre o que poderia ou não ser admitido como conceito universal.
Como pode a sociedade moderna, embebida de informação, ainda que cada vez mais desprovida de valores que haviam sido resgatados, evitar alimentar a violência, que aparentemente se desenrola em áreas distintas, mas se volta contra o próprio meio? 
Os indianos que entregam os bebês à morte por uma questão de sobrevivência futura, onde o dote da filha mulher pesará sobre os pais, cometem crime “justificado”? Por ironia, a Índia é um país onde o aborto é considerado crime!

Há o outro lado: paises que não sofrem com a pressão do “fardo feminino”, mas ao contrário defendem a liberdade feminina de ação, podem utilizar o assassinato de recém-nascidos como argumento para validar o aborto, que é um assassinato do bebê ainda no ventre?
Mulheres, principalmente adolescentes, devem receber atenuação pelo crime de assassinato dos bebês que acabaram de dar à luz, sob alegação de que não teriam condições de assumir a responsabilidade? Especialistas argumentando a respeito de "depressão pós-parto"não estão incentivando de forma indireta a irresponsabilidade materna?
Perguntas, com respostas que entram em choque com a realidade social, onde a ausência de valores cedeu lugar para atitudes pragmáticas. Vivemos a era do descartável e aparentemente a vida também está sendo tratada como um objeto de consumo.

No entanto a sociedade mundial fica em choque ao tomar conhecimento de fatos dantescos, como o de uma mulher que mata os dois filhos pequenos porque o amante não gostava de crianças ou uma babá assassina uma criança de três anos porque ela era irritante.
Todo ato violento terá uma justificativa, validada ou não pela circunstância, aceita ou não pelo meio. Em Papua, na Nova Guiné, doentes de Aids são enterrados vivos e o argumento é o de que não há como tratá-los e há medo da contaminação!

Em “Crimes da lógica” Alberto Camus faz uma análise interessante, estabelecendo relação entre ideologia e assassinato. “Se o assassinato tem suas razões, nossa época e nós mesmos estamos dentro da conseqüência. Se não as tem, estamos loucos e não há outra saída senão encontrar uma conseqüência ou desistir. É nossa tarefa, em todo caso, responder claramente à questão que nos é formulada no sangue e nos clamores do século. Pois fazemos parte da questão!
A violência, para ser contida, não pode ser admitida em nenhuma circunstância. Caso contrário, a sociedade perderá o controle sobre ela. Sem punição dos atos violentos as ocorrências se  multiplicam perigosamente, tornando toda a sociedade refém de sua diversidade. (MM)

terça-feira, abril 26, 2011

IMPRENSA INCONVENIENTE

O senador Roberto Requião perdeu a compostura e atacou um repórter da Rádio Bandeirante, arrancando de suas mãos o gravador e deixando claro que reprimia a vontade de ir além disso. Qual o motivo de sua fúria insana? O repórter, como o senador declarou textualmente depois, era um "perguntador engraçado"... Qual foi a pergunta? Caso houvesse necessidade de contenção de gastos públicos, ele, Requião, que foi governador reeleito no Paraná entre outros cargos públicos, abriria mão da pensão que teria direito como ex-governador?

Devemos fazer um minuto de silêncio. A situação merece uma reflexão. Seria bom que o problema se resumisse ao senador Requião. Mas infelizmente o ocorrido retrata uma situação generalizada no meio político.
É preciso relembrar que políticos tradicionais, que estão na política por décadas a fio, têm uma tendência a irritar-se com a postura da imprensa ou de cidadãos em geral, que fazem cobrança de mudanças de leis que exageram a remuneração de quem exerce ou exerceu cargos nas prefeituras, governos do estado, Senado e Câmara Federal e o Legislativo nas instâncias estadual e municipal. Aparentemente a imprensa de décadas passadas foi condescendente em demasia, a ponto de perder a sua função investigativa ou inquisidora nos corredores do poder político. Pelo menos é isso que observamos com a surpresa e irritação de autoridades quando é reivindicada uma postura clara em assuntos polêmicos, o que contraria os princípios democráticos. Se de um lado a imprensa deve agir com responsabilidade, de outro não pode tornar-se omissa ou medíocre no levantamento dos fatos, sob o risco de escorregar para a parcialidade e perder sua razão de ser, resumindo-se a mera propagandista.

A questão aqui não se refere unicamente aos direitos do recebimento de pensões, mas a pensões milionárias (o valor que havia sido requerido- e depois suspenso por Requião- retroativo atinge cerca de R$ 1,5 milhão), sem esquecer a confusão que se formou na avaliação de um trabalho.
É preciso admitir o fato de que foi atingida uma valorização excessiva, já que quem decide os valores é aquele que vai ususfruir deles. A discussão portanto envolve não apenas uma possível suspensão do benefício exagerado, mas o fator moral dos limites de remuneração de quem usufrue de  qualquer pagamento que sai dos cofres da União.

A lei que pretende suspender o benefício e que por falta de quórum teve votação prorrogada para esta terça, demonstra o conflito da decisão. Afinal, é realmente dolorido excluir um benefício tão generoso, quando outros tantos continuarão acontecendo e permanecerão onerando as contas públicas.
Ou seja, a suspensão prevista da aposentadoria especial  para governadores corre o risco de constituir-se em uma ação teatral, ineficiente em seu objetivo, que é o de moralizar a aplicação dos recursos públicos àqueles que prestam serviços, sem qualquer retroatividade ou relacionada a apenas uma função, como se fosse um paliativo para acalmar os ânimos ou fazer política e não uma firme decisão de moralizar o emprego do dinheiro público.
O hábito a remunerações milionárias nas funções políticas transforma o óbvio abuso em "natural" e "inevitável", como se houvesse um Olimpo pairando sobre o cidadão comum nos palácios de governo e no Congresso Nacional.

quarta-feira, abril 20, 2011

CADEIA PARA PAIS NEGLIGENTES OU AGRESSORES

Esta talvez seja uma maneira drástica de resumir uma situação que se torna cada vez mais ameaçadora para o futuro da sociedade, a da negligência no trato dos filhos e também da violência doméstica, onde não apenas o homem, mas a própria mulher, são instrumentos de sérios problemas de desajuste emocional e social das crianças.
Para quem achar que essas ações não são a principal preocupação da Justiça, um lembrete: a criminalidade e a violência no trânsito, nas escolas, nas ruas e dentro das casas, o consumo de alcool e outras drogas perigosas, crescem proporcionalmente à ausência dos pais ou a ações agressivas, que vão refletir no comportamento social.
A confusão causada por um número cada vez maior de crianças e adolescentes que são presas fáceis do crime ou cometem outras modalidades de ações perigosas no meio chega a ser tragicômica: nos EUA  quebra-se a cabeça para punir um menino de seis anos de idade que, sabe-se como, levou uma arma escondida para a escola. Ele não atirou, mas a arma caiu e disparou acidentalmente, provocando estilhaços que atingiram o garotinho e outras duas crianças.
Realmente seria cômico, se não fosse trágico! Autoridades no mundo discutem como punir crianças! Mas não existe ação eficiente na punição dos pais, que são co-responsáveis, em maior ou menor grau. Uma criança, mesmo que já possua problemas como a psicopatia, deve ser observada e tratada. É essa a obrigação legal dos pais, que ao gerar assumem a responsabilidade de zelar pelo bem estar físico e mental da criança, até que ela atinja a maioridade.
Ao invés disso, discute-se como punir crianças! Vivemos na ansiedade de reduzir a maioridade penal, como se essa fosse a solução para reduzir a crescente massa de crianças e adolescentes em desequilíbrio com o meio!
Como uma criança se transforma em um pequeno agressor? Independente de qualquer fator genético, o risco começa no berço. Cada vez mais bebês são maltratados, mostrando equimoses e hematomas e chegando aos hospitais com ossos quebrados. Cada vez mais seu bem estar e cuidados são negligenciados. Ainda muito pequenos os bebês perdem a convivência com a mãe, que reduz o tempo de amamentação, e são cuidados por terceiros. Passam o dia em creches e escolas de período integral, quando a situação financeira da família é boa, ou  abandonados em casa sob cuidado de outras crianças, em uma legião de crianças que crescem sem orientação e afetividade, profundamente influenciadas por desenhos animados, filmes e games que banalizam a violencia!
A isso podemos somar a violencia que integra a sua realidade. Familias classes A,B,C,D, não importa, mostram que a violência dentro de casa também cria desajustes. Um bebê espancado quando chora, uma criança tratada com agressividade verbal ou física, um futuro adolescente problemático ou profundamente marcado emocionalmente, esta é a realidade que todo mundo finge que não existe!
A omissão ao problema também é grave. Um menino de 15 anos morreu trancado pela mãe que ficou irritada, não se sabe ainda se de inanição ou se foi envenenado. A verdade é que seu corpo já estava em decomposição quando foi encontrado. A irmã do menino, filha de outro pai, de apenas quatro anos,está cheia de ferimentos de maus tratos, porque chorava de fome e essa mãe irritava-se! O menino, antes de morrer, chamou por socorro e a polícia foi ao local. Mas chegando lá a mulher falou que estava tudo bem. Os policiais não revistaram a casa. Nenhum vizinho denunciou naquele momento os maus tratos às crianças, embora soubessem disso! O pai do garoto, que sabia dos maus tratos, pediu há cerca de um ano a sua guarda, mas a Justiça julgou que não era o caso. Ele simplesmente aceitou a situação como inevitável!
É preciso responsabilizar criminalmente qualquer pessoa que esteja envolvida direta ou indiretamente em casos de maus tratos à crianças e adolescentes. Neste caso a mãe, mas também o pai, aqueles que sabiam e se omitiam e também a maneira negligente da Justiça e da polícia.
Não precisamos de leis que coloquem na cadeia crianças, mas de leis rigorosas para a responsabilidade com os filhos, com rigorosa punição para quem espancar ou negligenciar crianças. Se houvesse necessidade de punição física para educar, este mundo seria feito de trapos! Um bebê bem cuidado e tratado de forma dócil tem maiores oportunidades de se tornar uma criança mais saudável e um adulto equilibrado. É disso que precisamos para romper o círculo vicioso da violência.
Mas enquanto a questão for tratada como "assunto doméstico", a segurança da sociedade estará progressivamente ameaçada...(Mirna Monteiro)

quinta-feira, abril 14, 2011

REVISTA DE CRIANÇA EM AEROPORTO NOS EUA SURPREENDE

Para quem acha que a invasão da privacidade já havia atingido níveis máximos, surgiu mais um absurdo que comprova um futuro bastante complicado para a sociedade mundial: uma criança de seis anos passou por uma revista rigorosa em um aeroporto americano, sem que houvesse qualquer fator para tal ação (embora a titulo de justificativa a segurança do aeroporto tivesse declarado depois que "algo"aparecia no equipamento que escaneia além das fibras das roupas) . A revista foi gravada pelos pais e denunciada na internet e mostra uma situação ridícula de perda de limites na ação preventiva da segurança nos EUA.
A menina, vestindo uma calça comprida justa e uma camisetinha, foi obrigada a passar por uma revista minuciosa, que normalmente deveria ser limitada apenas a casos excepcionais de adultos sob algum tipo de suspeita. Assustada com a ação, a garotinha chorou bastante depois, perguntando o que havia feito de errado. Uma reação absolutamente esperada: uma revista dessa natureza já é desagradável e traumatizante para adultos. Em uma criança pequena é absurda.
Isso demonstra que as autoridades americanas prevêem um futuro sombrio da falta de limites em ações de segurança. Presume-se que crianças sejam usadas para transporte de drogas, armas ou o que quer que seja considerado um risco. Ainda que isso não seja impossível, considerar crianças pequenas um risco à segurança demonstra que nosso sistema chega a um ponto insuportável de ação deletória da dignidade humana. Todos, sem exceção, são indivíduos potencialmente perigosos!
O que se quer saber é como fica tudo isso. Os dispositivos que "desnudam" as pessoas, uma tecnologia que surgiu a partir de nanotubos de carbono e que fornecem uma visão clara, em três dimensões, que atravessam a fibra das roupas, são controversos. Na medicina seu uso é abençoado, mas equipamentos como esses, já usados nos aeroportos americanos, estarão no futuro em locais inesperados, como bancos, empresas, prédios...e muito provavelmente sem o aviso às pessoas de que passar por determinado espaço as deixará expostas.
Toda essa situação de conflito iminente e potencial terrorismo estressa principalmente se considerarmos que as pessoas suspeitas ou criminosas são uma minoria - o que leva a maioria dos cidadãos -e agora crianças (inclusive bebês) a situações  constrangedoras em nome da segurança.
Devem existir alternativas. No mínimo a sociedade merece ser devidamente informada dos equipamentos aos quais estará submetida, pois seu uso nem sempre é ético (em provadores de lojas podem existir equipamentos do tipo, sem conhecimento dos usuários) e acaba se tornando um ato que viola os direitos da indivíduo, ou seja, um ato que atropela o princípio legal da privacidade.
Todo esse aparato, no entanto, é insuficiente para evitar as ameaças, embora ajude a reduzir os riscos. Mas a cada novo equipamento ou ação para conter o terrorismo ou outras ameaças, novas maneiras são encontradas para neutralizar a segurança. É nesse ponto que se questiona se o caminho para romper o círculo vicioso da violência no mundo depende mesmo de revistas em criancinhas...

ENFRENTANDO A VIOLÊNCIA

O aumento da violência obriga a um novo aprendizado: como evitar tornar-se uma vítima! De acordo com as estatísticas, todas as modalidades de  violência cresceram, de assaltos e furtos, exageros no trânsito, crimes passionais, estupro,  agressões e assassinatos de mulheres e  crianças. 
Evitar tornar-se uma vítima da violência exige uma série de cuidados que a maioria das pessoas não observa. Essa realidade facilita a ação de marginais. Muitos crimes são cometidos de improviso, quando as vítimas estão distraídas e oferecem uma oportunidade para a ação.

É preciso lembrar que os mecanismos existentes para a proteção do cidadão - como o aparato policial e equipamentos de segurança - não dispensam o fator mais importante: os cuidados do cidadão para dificultar a ação marginal.

VÍTIMA DIFÍCIL

Vítima difícil é aquela que reconhece o ambiente e antecipa as possibilidades de risco.Grande parte das situações de violência, seja em furtos e assaltos, seja nos casos de mortes no trânsito ou nos crimes passionais, mostram sinais de risco antes de ocorrerem.

NO TRÂNSITO

- Evite deixar objetos dentro do veículo estacionado.
- Quando estiver em movimento mantenha a porta travada; em cidades, deixe o vidro levantado.
- Cuidado com parada em semáforo e em vias preferênciais: prefira sempre ficar no centro da rua ou avenida.
- Evite atrito com outros motoristas. Ultrapassagens irritadas e xingamentos podem terminar com perseguição e tiros (esse absurdo está se tornando comum). Afinal, você nunca sabe quem está na direção do outro veículo!
- Se estiver dirigindo em estrada e tiver algum problema - como um pneu furado ou algum dano provocado por objetos, não pare de imediato: continue rodando o máximo possível, de maneira a afastar-se alguns quilômetros do local do impacto.
- Fique atento. Caso observe algum afunilamento da pista com objetos talvez seja melhor parar no acostamento e observar. Pode ser alguém em apuros, mas também pode acontecer desse recurso ser utilizado por quadrilhas que interrompem o trânsito. 

NA RUA

- Quando for caminhar em praças ou vias públicas prefira sempre ir em grupo ou em horários de maior movimento. 
- Existe um consenso entre as autoridades de segurança a respeito de valores: como pedestre não devemos portar valores, mas também não se deve sair sem nada. Em caso de assalto, a frustração absoluta do marginal pode levar a violência.
- Observe sempre ao redor, veja se não há alguém com atitude de observação ou seguindo você.  Vire a esquina, atravesse a rua e mude o caminho se preciso, não custa nada prevenir.
- Quando for utilizar serviços bancários ou sacar dinheiro pessoalmente, lembre-se que alguém na agência pode estar observando os clientes para depois avisar cúmplices nas ruas. A abordagem desse tipo costuma acontecer com os assaltantes andando ao seu lado ou surpreendendo com uma moto, no caso seguindo seu carro.  Há casos em que a pessoa é seguida até a residência, quando então é assaltada.
- Ao sair e entrar em sua residência sempre dê uma olhada nas proximidades, principalmente no momento de abrir o portão para entrar com o veículo ( é a forma mais comum de assalto) . Caso perceba qualquer presença próxima, dê uma volta e se estiver em dúvida peça a policia para averiguar.


AMBIENTES PÚBLICOS


Bares, casas noturnas, shows de música e jogos de futebol também podem se tornar ambientes de risco. 
Existem alguns cuidados que não podem deixar de ser observados:
- Não ande com objetos ou dinheiro em locais de grande aglomeração. Leve apenas o indispensável, de preferência em bolsos. Celular, por exemplo, deve ser guardado em bolsos e ser utilizado apenas em caso de necessidade.
- Em estádios de futebol prefira espaços isolados das torcidas, principalmente se estiver acompanhado de menores.
- observe sempre nos ambientes de grande aglomeração onde estão as saídas de emergência e quais seriam  suas alternativas em caso de algum problema ou pane.
- Confrontos com as pessoas devem ser evitados. Nunca circule por esses ambientes sem companhia. No caso de ser abordado por seguranças, você deve ser acompanhado de seus acompanhantes. Todo e qualquer tipo de agressão deve ser imediatamente denunciado e a polícia deve ser acionada para comparecer ao local.

EM CASA

- Muros altos são perigosos por um motivo simples: uma vez que o bandido consegue entrar, a casa se torna um abrigo para ele também! A maioria dos bandidos presos por invasão declararam que preferem assaltar casas com muros altos! Lixeiras, relógios de luz e qualquer outra coisa que sirva de "escada" para os bandidos devem ser eliminados.
- Câmeras ajudam, instaladas de maneira estratégica. 
- A aparência mau cuidada da casa pode ser também fator de risco, pois indica negligência e facilidade de ação na interpretação do marginal.
- A existência de terrenos vazios ao redor da residência é fator de risco óbvio, pois os marginais podem pular muros se ser vistos.


RISCO DE ESTUPRO

Este é um crime que na maior parte dos casos acontece porque a vítima se descuida em hábitos rotineiros. A rotina, o mesmo caminho ao sair e voltar de casa, os hábitos em geral são um indicativo para o criminoso. 
- Lembre-se que nem sempre o estuprador é desconhecido, muito pelo contrário.
- Nunca fique sozinho com alguém que você não conhece o suficiente. Saia sempre com grupos de amigos e fique no grupo.
 - Caso conheça alguém ou mesmo que esteja namorando alguém conhecido, seja clara em relação aos limites. Muitas vezes o estupro acontece quando a mulher pretende apenas um namoro. Seja clara com o parceiro quanto a querer ou não transar antes.
- Tenha sempre algum dinheiro para emergência, como uma condução para retornar para casa.
- Há homens que interpretam o pagamento das despesas como uma espécie de sinalização para relacionamento. Cuidado com isso. Pague a sua conta.
- Homens e mulheres podem ser vítimas de drogas misturadas à bebida. Não aceite bebida já em copos e preste atenção se não há risco de alguém colocar drogas em sua bebida. Existem drogas que tornam a pessoa um verdadeiro robô, cumprindo ordens. Quando retoma a consciência, não há lembranças. 

segunda-feira, abril 11, 2011

ESCOLAS E VULNERABILIDADE À VIOLÊNCIA

Motivos fúteis originam atos violentos,
que antes seriam rigorosamente punidos,
mas hoje são "admitidos"pela
inoperância da lei e de uma mentalidade
mundial de "Vale-Tudo"
 Ainda em choque por causa da tragédia no Rio de Janeiro, com a morte de 12 crianças por um atirador que havia sido aluno no mesmo estabelecimento, autoridades e pais consideraram a importância de criar mecanismos de segurança nas escolas. A medida de fato é importante - estudantes em todos os níveis e de diferentes áreas sofrem com ameaças constantes, inclusive de traficantes que tentam aliciar crianças e adolescentes. No entanto tornar a escola um forte equipado para um estado de guerra urbana não vai resolver um problema que precisa de estratégias criadas na própria sociedade e no sistema educativo.

Paises que convivem com esse tipo de violência - a de atiradores que buscam vítimas dentro de estabelecimentos escolares - como os Estados Unidos, onde a ocorrência é comum, aprenderam que não basta cercar de grades uma escola. Atiradores que buscam vitimas entre professores e estudantes, de pré-escolas a faculdades, são pessoas com graves patologias, em geral psicopatias. A maioria deles frequentou o mesmo estabelecimento que agridem. No caso de Realengo, Wellington Oliveira entrou na escola pela porta da frente, indo até a primeria sala e conversando com a professora, segundos antes de sacar as armas e começar a atirar nas crianças.

A violência virtual, nos jogos e no cinema, não
pode ser considerada inofensiva, segundo os
especialistas. Muito pelo contrário.
Assim como em outros casos de atiradores nos EUA, Wellington planejou o massacre, disposto a não sobreviver depois da ação. Aos 23 anos, introvertido, com problemas de comportamento não avaliados, recentemente desempregado e vivendo sem a família, certamente mantinha com a antiga escola uma relação frustada, que sustentava a sensação de fracasso. Especular em torno dos motivos não é tão importante quanto o fato de que essa ação difícilmente poderia ter sido evitada, pois foi absolutamente inesperada.

Não temos mecanismos para lidar com o inesperado, a não ser que todos os riscos possíveis e imagináveis sejam estudados e previstos. O que pode acontecer de ruim dentro de uma escola? Brigas de alunos, humilhação aos mais frágeis, agressividade com professores, drogas e traficantes. Tudo isso deve ser trabalhado.

A segurança deve existir do lado de fora dos portões das escolas. Dentro delas a ordem precisa ser mantida com estratégias educacionais, que resgatem o ambiente que toda escola deve ter. O episódio de Realengo não pode interferir nesse objetivo, pois é nele que se encontram as alternativas para um ambiente mais equilibrado, que resgate os valores e a razão de ser da escola.

A tolerância a crimes considerados "menores", como crimes
de colarinho branco, crimes contra o consumidor e erros
da máquina judiciária baixa a auto-estima social e
incentiva a criminalidade e a violência em todos os níveis
No entanto querer que a escola seja um oasis em meio a uma sociedade violenta é talvez exagerar na sua potencialidade. Afinal um estabelecimento educacional é o reflexo do meio. Não há como permanecer imune diante da desagregação familiar e do aumento da violência. Os valores perdidos no cotidiano adquirem força cultural e não sobrevivem em uma sala de aula com facilidade.

Apesar do temperamento brasileiro ser pacífico, mantendo um padrão de confraternização com o meio muito significativo, a pressão para a decadência de valores e padrões éticos enfraquece e permite o avanço contínuo da violência. No entanto também permite que haja uma retomada, caso sejam tomadas ações simultâneas. Um exemplo é a policia pacificadora nos morros antes dominados pelo tráfico no Rio de Janeiro, onde uma ação firme e determinada obteve pleno apoio popular.

O mesmo espírito de determinação pode ser aplicado em relação ao ambiente escolar, de maneira simultânea a campanhas maciças para reaver o respeito à cidadania e a uma Justiça mais atuante, de forma a restabelecer a ordem a partir de sua origem. Assim como ações firmes conseguiram o que parecia impossível - desalojar o poder dos traficantes nos morros - também a firmeza da Justiça na punição de crimes que zombam das leis, como atos violentos no trânsito, falcatruas no comércio, crimes de colarinho branco, crimes na família, como agressões a crianças e outros que permanecem impunes por inoperância de nosso sistema, podem resgatar a dignidade da cidadão e permitir a redução da violência, tornando as escolas mais seguras.

Isoladamente porém, nada será eficiente. É preciso mudar a mentalidade superficial que torna a vida descartável.

quinta-feira, abril 07, 2011

ATIRADOR MATA ALUNOS DENTRO DE ESCOLA NO RIO

Wellinton era ex-aluno e morreu após efetuar os
disparos, deixando sem resposta a principal
pergunta: por que o seu alvo foram crianças
de uma escola?
Impressiona a violência, mas principalmente a maneira como um um sujeito chamado Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola municipal Tasso da Silveira em Realengo, no Rio de Janeiro, matando doze crianças e ferindo outros  estudantes, três deles em estado grave.
Uma ação como essa não combina com o temperamento do brasileiro, sob o ponto de vista criminal. 
O comportamento de Wellington, ex-aluno desse mesmo estabelecimento de ensino, estaria estranho já  há algum tempo. Diz a irmã que ele deixou crescer a barba e agia de maneira confusa.
Wellington já havia atirado em dois alunos na rua e entrou com facilidade na escola, seguindo para salas de aula e disparando. Esta é uma situação absolutamente inesperada. A irmã acha que ele se tornou uma fanático fundamentalista, mas isso ainda não explica uma ação como essa.
Da mesma forma que ainda não está explicada a origem das armas que usou. Como disse uma das testemunhas que acompanhou as declarações de que o assassino seria uma fanático fundamentalista, ainda que assim fosse não há explicação para o ato, uma vez que ele não representa nada em termos políticos, em um país que não está envolvido em conflitos do Oriente Médio. Não há na realidade nada que comprove essa declaração da irmã do assassino.
Mas uma carta que teria sido encontrada na sua mochila não faz qualquer menção a religião ou a qualquer problema de saúde física, embora deixe ampla margem para a existência de patologia psiquiátrica.
Em seu conteúdo estaria um texto confuso, falando de animais e reclamando dos maus tratos a que estariam submetidos. A intenção de matar e morrer está clara. Ele pede que para não ser tocado por mãos impuras e que alguém peça desculpas a Deus pelo seu ato.
Assassinatos do tipo são bastante comuns nos Estados Unidos, ocorrendo ocasionalmente em paises europeus.

ATAQUES EM ESCOLAS NO MUNDO

Desde 1996 foram registrados em torno de setenta atentados graves em escolas, a maioria nos EUA. O fato do atirador ser ex-aluno não é incomum . Veja alguns dos atentados :

11 mar 2009 
Winnenden, Alemanha - Quinze pessoas foram baleadas e mortas em Albertville Technical High School, no sudoeste alemão, por um rapaz de 17 anos de idade que freqüentava a mesma escola.


14 de fevereiro de 2008
DeKalb, Illinois - Atirador mata cinco estudantes e depois se suicida. Mais 17 pessoas ficaram feridas, quando ele abriu fogo em uma sala de aula da Northern Illinois University. O atirador, Stephen P. Kazmierczak, foi identificado como um ex-estudante de graduação na universidade em 2007.


7 de novembro de 2007
Tuusula, na Finlândia - Um estudante de 18 anos disparou e matou cinco meninos, duas meninas e a diretora em Jokela High School. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas. O atirador atirou em si mesmo e morreu de seus ferimentos no hospital.


16 abr 2007
Blacksburg, Va.- Uma estudante de 23 anos da Virginia Tech, Cho Seung-hui, matou duas colegas em um dormitório, atirando depois em várias pessoas e matando 33. Este é considerado o tiroteio mais mortífero da história dos EUA. Quinze outras pessoas ficaram feridas.


3 de outubro de 2006
De Nickel Mines, Pensilvânia -  Charles Carl Roberts, de 32 anos, entrou a um quarto em West Nickel Mines Amish School e disparou contra 10 alunas, com idade variando de 6 a 13 anos de idade. Depois se suicidou. Cinco das meninas morreram.


3 de setembro de 2006
Montreal, Canadá - Kimveer Gill, 25, abriu fogo com uma arma semi-automática no Dawson College. Uma aluna morreu e mais de uma dúzia de estudantes e professores ficaram feridos. Gill se matou.


21 mar 2005
Red Lake, Minnesota - Jeff Weise, 16 anos, matou o avô e a companheira e em seguida entrou na escola, onde matou um professor, um guarda de segurança, 5 estudantes e, finalmente, a si mesmo, deixando um total de 10 mortos.


26 de abril de 2002 
Erfurt, Alemanha - 13 professores, dois estudantes e um policial foram mortos e dez feridos por Robert Steinhaeuser, 19, na escola Gutenberg Johann. Steinhaeuser, em seguida, se matou.


5 de março de 2001 
Santee, Califórnia - Dois mortos e 13 feridos por Charles Andrew Williams, 15, que disparou de um banheiro no Colégio Santana.


6 de dezembro de 1999 
Fort Gibson, Oklahoma - Quatro alunos foram feridos por Seth Trickey, 13, que abriu fogo com uma pistola semi-automática 9 milímetros em Fort Gibson Middle School.


20 de abril de 1999 
Littleton, Colorado - 14 alunos e um professor mortos, além de outras 23 pessoas feridas na Columbine High School. Eric Harris, 18, e Dylan Klebold, 17, haviam conspirado para matar pelo menos 500 e explodir a sua escola. No final eles voltaram suas armas contra si mesmos.


24 de março de 1998 
Jonesboro, Arkansas - Quatro estudantes e um professor mortos, dez outros feridos  foram atingidos fora da escola  Westside Middle School, que havia sido esvaziada durante um falso alarme de incêndio.


Março 1997 
Sanaa, Iêmen - Oito pessoas (seis alunos e dois outros) foram mortos em duas escolas por Mohammad al-Naziri Amã.


13 de março de 1996 
Dunblane, na Escócia 16 crianças e um professor mortos em Dunblane Escola Primária por Thomas Hamilton, que depois se suicidou. 10 ficaram feridos no ataque.


quarta-feira, abril 06, 2011

O PROTESTO MÉDICO CONTRA AÇÕES DOS PLANOS DE SAÚDE

Os planos de saúde andam mal, segundo os médicos credenciados  por dezenas de empresas em todo Brasil. A principal queixa é a baixa remuneração pelas consultas aos profissionais credenciados dos planos ou dos seguros-saúde. Outra é a interferência que estariam sofrendo, com pressão para evitar exames "desnecessários" ou limitar ou reduzir as internações hospitalares, entre outras coisas.

Neste dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, está planejada uma grande paralisação. Ninguém atende conveniado algum. Salvo emergências, é claro! Sem querer reduzir a importância da manifestação - e da suspensão do atendimento- é importante lembrar que o maior interessado em toda essa história é o cidadão que paga pelo plano ou seguro saúde.

A categoria médica está com a faca e o queijo nas mãos. As empresas que exploram seguro e planos de saúde estão com o prato cheio. O cidadão segurado não segura nada: torce para não ser prejudicado no atendimento relâmpago dos médicos- em consultas que duram em media 10 minutos, depois de longa espera em consultórios, clínicas ou no ambulatório de hospitais. O sujeito paga entre R$ 200,00 e  mil reais para enfrentar esperas cada vez mais semelhantes a de hospitais do Sistema Unico de Saúde, o SUS, que todo mundo critica, mas que é gratuito e em geral conta com uma equipe experiente no atendimento.

Como afirmou o segundo vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloisio Tibiriçá Miranda, uma consulta médica não pode custar o mesmo que um corte de cabelo. "O que se recebe em média é R$ 39,25 por consulta, mas há operadoras pagando R$ 25,00", afirmou ele. Na confusão entre cortes de cabelo e de remuneração de consultas, fica claro que muitas vezes as clínicas eliminam o retorno do paciente, cobrando pelo mesmo atendimento duas consultas...ou dois cortes de cabelo para uma mesma cabeça.
No final das contas, quem paga o maior preço é o cidadão que depende do atendimento médico e paga caro para evitar os transtornos do atendimento público.

Por que as seguradoras e planos de saúde remuneram mal o profissional e reprimem um atendimento de qualidade ao segurado? Plano de saúde é um mau negócio?....Não é o que mostra a realidade. Ainda que esporádicamente algumas empresas menores sucumbam sob o peso das grandes empresas  do ramo, negócios que envolvem planos e seguros voltados para a saúde são extraordinariamente lucrativos. Empresas crescem e se multiplicam, adquirindo outras menores, além de hospitais e clínicas, tornando-se poderosas centralizadoras não apenas no gerenciamento de planos, mas do próprio atendimento médico-hospitalar!

Portanto, por força da experiência prática, é um bom negócio! Tanto que existe quem afirme que há um movimento no sentido de acabar com a saúde pública, acabando com os hospitais do Sus da mesma forma que se pretende acabar com as universidades públicas. Saúde e Educação são setores altamente lucrativos e a disputa pela sua privatização é considerável!

O protesto dos profissionais de medicina e das entidades de classe deverá  reacender a discussão em torno do problema do lucro das empresas, do risco de cartéis da saúde, da remuneração aos médicos conveniados e principalmente (deveria ser) a qualidade do atendimento ao cliente, que segundo tudo indica corre sempre o risco potencial de ter exames e internações postergadas, o que elimina o principal objetivo de um atendimento médico, que é a prevenção de doenças ou pelo menos o seu tratamento precoce. Sem exames isso não acontece, pois a esmagadora maioria dos diagnósticos fica prejudicada. ( AC)




terça-feira, abril 05, 2011

CRIME PARA COMBATER CRIMINOSOS

Enfrentamos um novo dilema social, o da violência que pretende combater a violência. É conflitante porque parte da sociedade não apenas aceita essa contradição, como a alimenta. Estamos falando do rompimento dos limites entre a repressão à criminalidade e a violência contra o criminoso. 
Estamos cansados de ouvir cidadãos preocupados que são a favor de atos repressivos mais violentos. Afinal  o aumento da criminalidade e dos artifícios de quem comete os crimes para inutilizar os equipamentos de segurança e todo esforço da comunidade em obter proteção segue em plena ascenção. 
Policiais também se desesperam com a realidade crua e desagradável de ver marginais retornarem com facilidade ao meio comunitário para repetir os mesmos crimes que cometiam antes de serem presos, condenados e novamente liberados.
No entanto é preciso estabelecer o limite da ação policial. Sabemos que o sistema não garante a punição do criminoso. O fato porém não justifica de maneira alguma que outro crime seja cometido no desespero de fazer com que os criminosos parem de transgredir!
Não há como enfrentar a criminalidade cometendo crimes.A denúncia de policiais que teriam matado um bandido a sangue frio e alegado posteriormente legítima defesa, que surpreendeu a todos pela coragem da denunciante que testemunhou a ação quando visitava o cemitério onde o fato ocorreu, é por si só a prova de que mesmo para o cidadão cansado e estressado pela violência marginal, crime é crime, independente da arma estar nas mãos do bandido ou do policial!
Ainda adotada em dezenas de paises, inclusive os Estados Unidos, a pena de morte mostra que não reduz significativamente a incidência de crimes violentos. Para seus defensores, serve apenas para retirar do meio assassinos incuráveis, psicopatas irrecuperáveis. Para seus opositores, a pena de morte é um recurso legal perigoso, pois pode ser manipulada em tempos de guerra ou cometer injustiças que não podem ser corrigidas.
Também nos EUA a justiça pelas próprias mãos pode ocorrer e é até cultuada na ficção. No entanto a vida não é uma ficção onde heróis simpáticos dão um fim no vilão poderoso e mantém a sociedade organizada. Na vida real a justiça feita pelas próprias mãos desorganiza o meio e torna o cidadão comum muito mais vulnerável à violência. Além disso implanta um estado de confusão, onde a lei e a ética acabam inevitavelmente sendo soterradas pela sucessão de erros que não encontram barreiras. Promovem literalmente um "estouro da boiada", colocando a ordem social em risco. 
Não há o que discutir. Assassinatos podem ser justificados, mas não admitidos. Não vamos corrigir as falhas cometendo falhas maiores. 
A alternativa é valorizar a ação policial com uma Justiça funcional, que detenha os criminosos e não permita seu retorno ao meio social sem que haja absoluta certeza de sua recuperação. 
Isso seria uma ação inédita em um país cujas leis parecem ser escritas para favorecer interpretações distorcidas. Que afinal criam atos de desespero e violência, ao invés do oposto.

sábado, abril 02, 2011

ANIMAIS EM RISCO

Coisas estranhas acontecem na nossa Câmara dos Deputados. Um projeto que pretendia  alterar o artigo 32 da lei 4.548/98, excluindo animais domésticos e domesticados da condição de delito (reduzindo a lei apenas a animais silvestres, nativos e exóticos) e que havia sido arquivado por falta de amparo regimental, voltou a pauta de discussão no início deste ano, desarquivado pelo deputado Regis de Oliveira ( o autor do projeto, deputado Thomaz Nonô, faleceu).
A insistência em separar o direto à vida dos animais - reconhecendo apenas parte das espécies - naturalmente é baseado em interesses de pequenos grupos, que exploram rodeios e outros espetáculos. No entanto descaracterizar uma lei que pretende preservar não apenas espécies em extinção mas todas as espécies animais - reconhecendo um direito natural à vida - seria um retrocesso descabido e perigoso, em tempos onde a sociedade e a ciência mostram inanimidade na relação natural dos seres. Não há como tratar a vida e os direitos humanos sem considerar a natureza como um todo. Direitos humanos e direitos dos animais estão indelevelmente relacionados.
É difícil autuar o crime de tortura
contra animais. Apenas leis e
ações rígidas podem ajudar a
reduzir as ocorrências
Naturalmente esse reconhecimento vai causar interferências culturais. E em muitos casos a duras penas. É o caso das touradas, reverenciadas por parte da população espanhola como uma arte. E também um dos principais cartões postais do país. No entanto é inconcebível em nossos dias aceitar uma arte que imola lentamente um animal em uma arena, causando ferimentos que antecedem o sacrifício final. Essa cena deixa de ter sua característica artistica e passa a ser uma maneira grotesca de agradar multidões. 
Um dos fatores que levam necessidade urgente de leis que suprimam toda e qualquer agressão a animais é o conhecimento dos fatos.  Alheias aos bastidores, pessoas do mundo todo não tinham acesso aos crimes de crueldade contra os animais. Neste novo século, com a amplidão da informação e o acesso às imagens, o mundo se comove e se revolta com o abuso dessa crueldade. Animais sendo depelados vivos são mostrados no YouTube, assim como outras ocorrencias, oriundas de jogos cruéis ou da busca desenfreada do lucro financeiro. Um segundo fator reside no fato de que parte das pessoas não conseguem ver o animal como um ser com organismo sensível, interpretando-o como um objeto que não sente dor ou emoções. Finalmente devemos reconhecer que as culturas em geral menosprezam a vida animal, mantendo habitos culturais perniciosos ao meio.
Cenas chocantes e infelizmente reais
As câmeras que controlam ruas e ambientes públicos como elevadores  mostram facetas inesperadas do desrespeitos aos animais domésticos. Recentemente um sujeito que levava o cão da namorada no elevador foi flagrado chutando sem motivos o animal, de pequeno porte. Um ato de psicopatia que se repete nos quintais de muitas casas, onde animais domésticos são expostos a condições cruéis de sobrevivência, privados de água e alimentos, com cordas e correntes cortando a carne ou sendo continuamente torturados por pessoas próximas.
É preciso lembrar que assim como no caso da criminalidade no meio social, do homem contra o homem, também nos crimes cometidos contra os animais a única alternativa de reduzir essas ações é repressiva, ou seja, pessoas com diferentes graus de psicopatia violenta apenas suspendem agressões a crianças e adultos humanos e também a animais pressionados pelo receio de punição!
A lei portanto é fundamental, seguida de mecanismos que garantam a sua aplicação, também aos animais, independente de serem exóticos ou comuns, ameaçados ou não de extinção, pequenos, grandes, domesticados ou selvagens.

sexta-feira, abril 01, 2011

DIA DA MENTIRA NA ERA DOS INTERNAUTAS

Pregar "peças"ou pegadinhas aos internautas já pode ser considerada uma tradição no dia 1 de abril. Hoje é um dia em que é preciso redobrar o cuidado com ofertas de sites e anúncios de várias modalidades: pode ser pegadinha!

O Google e sua equipe é parte das empresas de tecnologia que costumam sempre brincar no dia 1 de abril. e este ano inventou uma vaga de "autocomplementador" em seu site de ofertas de empregos. Tem até um vídeo explicando sobre essa "profissão". Provavelmente o número de candidatos à vaga vai ser grande. Uma das mais famosas pegadinhas do google foi o anúncio da mudança do nome do Orkut para Yogurt. Foi em 2005 e muita gente acreditou!

O Gmail, há dois anos, apresentou o You Tube de cabeça para baixo e piloto automático no gmail...como sempre, muita gente acreditou. Como está acreditando no "Gmail Motion" que dispensa o mouse e a digitação por gestos captados pela webcam do usuário...o que leva a crer que neste momento há muita gente diante da câmera tentando  acessar sites e digitar on line com gestos....reclamando que não está funcionando.

Apesar de engraçada, a tradição da pegadinha no dia de hoje , em um instrumento de massa como a internet, demonstra que risco cresce em maior proporção que o bom-humor, por causa da confusão de informação. Normalmente já existe preocupação em torno da veracidade de informações ou sites de vendas, durante todo o ano, pela facilidade de agir na internet anonimamente. Portanto há quem já comece a se preocupar, achando que se a tradição se espalhar na internet o dia 1 de abril será também um momento em que podem acontecer prejuízos à comercialização ou qualquer outra divulgação na rede. Outros consideram que não há como brincadeiras no dia da Mentira ocasionarem prejuízos, servindo de "treino"e alerta para o internauta aprender a diversidade de informação e nesse universo começar a entender melhor o que seria uma informação real ou falsa. (AC)

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