terça-feira, maio 18, 2010

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE X LUCRO

A cena impressiona: mais de 1.800 universitários reunem-se e vão para a rua em protesto pelo aumento da mensalidade, diminuição das horas de aula e de missão de professores.

A polícia intervém quando os estudantes bloqueiam uma avenida, usando cassetetes, bombas de efeito moral e tiros de borracha!

Isso aconteceu em Belo Horizonte, no último dia 17 de maio. Você pode perguntar: mas por que os estudantes saíram às ruas e bloquearam a avenida, enchendo o saco de quem precisava passar no local?

Porque esta foi a unica forma de chamar a atenção para um problema que se repete em universidades privadas de todo o país: o gerenciamento dos lucros em detrimento da qualidade do ensino!



Ou seja, as universidades privadas estão, cada vez mais, buscando as alternativas para manter o grande lucro que gera a industria da Educação. Para isso contam hoje com assessorias de consultoria ou gerenciamento empresarial, contratando empresas que se dedicam principalmente a aumentar o potencial financeiro ou o lucro!

No caso de BH, os manifestantes afirmam que houve abuso policial. A Kroton Educaciona (que mantém várias "marcas"na área educacional) não se manifestou sobre o confronto,como se nada tivesse a ver com a ação policial. Mas divulgou uma nota dizendo que haverá mudanças no segundo semestre, como a inclusão de mais atividades na carga horária.
Diminuir a carga horária e reduzir o número de professores contratados é uma das principais ações de universidades privadas que procuram manter a alta margem de lucro a que estão habituadas desde o "boom"do ensino privado, a partir dos anos 70.

É uma das táticas corriqueiras das empresas que gerenciam os lucros e comandam a administração nos contratos com o ensino privado( uma espécie de mercado paralelo a proliferação de instituições) que ganhou grande impulso na última década.

As mensalidades se tornam mais acessíveis, mas em compensação os alunos estudam em salas lotadas (algumas com até cem alunos), em cursos que colocam apenas um professor por dia de aula, em carga horária de em média 2 horas.








De que maneira se vai aprender alguma coisa nessas circunstâncias? Além disso algumas disciplinas são "subtraídas"e aparecem milagrosamente como administradas. Outra tática utilizada é a educação à distância, que se de certa maneira ajuda quem não pode se locomover para as aulas, prejudica quem está na sala!

Como? Bem, usa-se a "educação à distância" para reduzir ainda mais o professor. Assim uma ou duas disciplinas são obrigatoriamente impostas ao aluno nessa via. E quem não tem internet?

Tudo isso gera lucro, mantendo os ganhos em detrimento da qualidade do ensino!

Por que o aluno em geral aceita isso? Pelo fato de que, principalmente nos cursos mais acessíveis, como o de Gestão, onde a universidade é feita em dois anos, os alunos pretendem apenas um canudo que permita melhorar o emprego. Em geral esses alunos trabalham e quanto menor a carga horária, mais cedo vão descansar. Desde que se consiga o diploma, para que qualificação?

Um engano trágico! Esse erro é induzido pelas próprias instituições de ensino que se submetem ao lucro.(A.C.)







Taxas são cobradas irregularmente

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) está firmando uma série de termos de ajustamento de conduta (TACs) com faculdades particulares do sul do estado para regularizar a cobrança de taxas por parte dessas instituições privadas de ensino superior. Entre as taxas revistas estão as de expedição de carteiras de estudante, histórico acadêmico, ementas e programas de disciplinas, planos de ensino e de outros documentos relacionados à prestação de serviços educacionais.

De acordo com o procurador da República Rafael Barretto, responsável pela celebração dos TACs, em alguns casos os alunos que quisessem mudar de faculdade tinham que desembolsar até R$ 400 para obter um documento que informasse o conteúdo programático das disciplinas cursadas na instituição anterior. As faculdades também cobravam taxas de até R$ 30 para expedir históricos escolares e de até R$ 20 para confeccionar carteiras de identificação estudantil, que eram exigidas para diversos serviços dentro dos próprios estabelecimentos, como para acessar a faculdade e obter empréstimos de livros nas bibliotecas.

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