O Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de advogados, segundo os números da OAB- Ordem dos Advogados do Brasil. Parece que existe um advogado para cada três centenas de brasileiros. Dizem que em dez anos vamos dobrar o numero de bacharéis em direito e a maioria certamente irá advogar. Impressionante!
Muito mais impressionante é o fato do cidadão mostrar desalento e desespero no momento em que precisa de um advogado!
Como assim?
Críticas e desalento. No momento em que surge um problema que depende de um advogado, o cidadão não sabe onde encontrar um profissional.
Não há referência de trabalhos ou atuação, ou previsão de honorários. Há apenas uma listagem longa e aparentemente infindável de profissionais potenciais. É como ser diabético em uma casa de doces!
Claro, existem as indicações de amigos e parentes....nem sempre favoráveis à qualificação do profissional. Também podemos encontrar alguns poucos profissionais que saem na mídia, defendendo casos que se tornam populares ou respondendo a entrevistas de programas variados. Muitos juristas renomados são conhecidos por seus livros.
Mas tudo isso se torna uma opção complicada, por razões que vão desde especialidades que não interessam ao caso, até honorários inacessíveis. Em advocacia, ser conhecido equivale a cobrar preços mais salgados.
Subtraindo portanto esse pequeno percentual de profissionais com referências várias, resta uma multidão de profissionais, que não chegam até cidadão que depende de um processo por via de escolha consciente, mas por mero acaso.
O que parece não funcionar adequadamente: reclamações contra advogados são mais frequentes do que deveriam ser, considerando que o profissional que luta pela justiça deve ser no minimo ético e competente.
O que acontece com o cidadão que depende de alguém para defender seus direitos na esfera judicial?
Mas existe a OAB, que defende a qualidade do profissional exigindo exame para que o advogado possa exercer uma profissão complicada, onde a incompetência pode prejudicar a vida do cliente e onde a má fé e a desonestidade podem causar prejuízos enormes!
Ligamos para uma regional da OAB de São Paulo:
-Boa tarde! Estou precisando de um advogado e não sei por onde começat.
- É, é difícil mesmo definir.
- Vocês tem uma lista de advogados e do resultado das causas defendidas?
- Não, imagine, nada disso.
- Mas como é que eu vou saber quem é competente e quem não é?
- Ah, não é possível!
- Que coisa! Tudo bem, pelo menos posso ter acesso à lista de nomes de profissionais que foram denunciados por algum motivo, falhas em processo, falta de ética...?
-Não, claro que não! Justamente por uma questão ética a OAB não divulga os nomes.
-Ué...então como é que o cidadão vai saber se o advogado é honesto e competente?
-?....
- Eu também mereço ética!
-Claro que sim.
-Tem algum lugar onde se possa saber de antecedentes ou qualificação dos advogados?
- Não, só a OAB.
-Mas a OAB não divulga nada!
-É....
Um imenso contingente de advogados no país, semelhante aos EUA, país onde se processa até cuspe na calçada, e o cidadão não tem como obter referência a respeito da qualificação de um defensor!
Enquanto isso, processos vão se acumulando e a Justiça raramente é feita. Nas aulas em faculdades de Direito qualquer estudante vai ouvir o básico: seja prático, porque se ficar pensando em obter justiça, não vai dar!....
Este é o nosso sistema judiciário!
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