segunda-feira, novembro 20, 2006

NÃO À TORTURA E ASSASSINATO


Duas mulheres são amarradas e colocadas dentro de sacos. Cada uma delas é enterrada em um buraco de mais ou menos um metro de profundidade, de maneira a permanecer com metade do corpo, da cintura para cima, exposta.

Estão a alguns metros de distância uma da outra. Uma pequena multidão, estritamente masculina, circula ansiosa em torno, aguardando o momento. E ele chega logo: pedras são atiradas com violência, como se fosse um jogo.

Apesar de completamente cobertas pelo tecido, e imobilizadas por cordas, é possível perceber a dor a cada pedra que acerta as costas, o peito, o rosto e a cabeça. Terrível a tortura a que são submetidas, pedra após pedra, até que algum ponto atingido provoque finalmente a morte!

Ficção de terror, criação de alguma mente psicopata? Não. São duas mulheres acusadas de adultério no Irã, vítimas de uma tradição absurda, na visão deturpada dos conceitos encontrados no Corão, o livro sagrado dos mulçumanos, que foi a base para uma lei chamada Sharia. Em muitos paises árabes a Sharia foi institucionalizada como a única lei exclusiva que rege a vida dos habitantes e visitantes desse lugar.

As imagens, terríveis, estão sendo veiculadas na Internet. Muitos consideram essas imagens como denúncias com intenção política: a idéia é colocar a opinião pública mundial contra o Irã, mostrando o nível da selvageria de suas crenças.

Mas independente de segundas ou terceiras intenções, a verdade é que essa “tradição penal”, tão antiga quanto o próprio Alcorão (ou Corão), é inaceitável. Causa espanto a manutenção de uma pena absurda, em um mundo onde não restam dúvidas a respeito da gravidade de um assassinato e onde a pena de morte para crimes considerados gravíssimos e horrendos está sendo condenada e subtraída.

Matar é diferente de cultuar tradições. A mulher islâmica é obrigada a usar o véu, chamado de hiyab ou shador, para ficar “preservada dos olhares perversos dos homens”. Nos paises fundamentalistas é obrigatório (a mulher que não usar véu é considerada depravada, como as cristãs...), mas é uma opção cultural e religiosa onde o país tem autonomia para cultuar.

Já assassinatos não. Nenhum país hoje sobrevive sem acordos comerciais e sem intercâmbio cultural também. Existe uma relação entre os paises do mundo e uma das regras é o respeito à vida. É um conceito universal, que religião alguma ou cultura alguma pode romper, sob qualquer argumento. Isso deve ser revisto na Sharia.
Direitos humanos não podem ser ignorados.
É uma questão de sobrevivência da raça humana!

quinta-feira, novembro 09, 2006

EU QUERO É XINGAR!


Ofensas gratuitas, xingamentos e muita agressividade.
Estes fatores estão se tornando comuns na comunicação cibernética. Embora mais de 60 por cento dos brasileiros ainda não tenham acesso à internet, o comportamento de internautas que transformam chats, fóruns e sites de relacionamentos como Orkut e Gazzag em "quartos de despejo", serve bem de termômetro para avaliar o nível de tensão popular.

"É uma minoria, mas essa gente invade os tópicos nas comunidades e enchem o saco", reclama Alexandro, usuário do Orkut. Ele critica o fato das pessoas que querem "melar" as conversas e diálogos usarem identidade falsa - ou fake, na linguagem local - e terem como único objetivo a invasão de espaços para xingar e ofender.

A porcentagem de usuários que usam a identidade real nos sites no entanto é pequena. "Eu uso identidade fake, mas não ajo de forma irregular, não xingo ninguém e mantenho a minha dignidade, apenas não assumo minha identidade por completo por uma questão de segurança", afirma "Descartes", estudante, que integra algumas das inúmeras comunidades que tem como tema principal de discussão a Filosofia.

"Frequento as comunidades para discutir e aprender, não para encher o saco dos outros, nem para descarregar minhas neuras" afirma ele. E ainda arrisca um palpite a respeito dos "fakes" agressivos. "Como eles não tem dinheiro para pagar um psiquiatra, ficam descarregando seus desequilibrios na Internet"...

"A coisa as vezes fica feia mesmo " confirma Marcello Santiago, internauta há mais de cinco anos, "Tem gente de uma violência verbal que assusta! Essa gente não quer interagir ou conversar sobre algum tema, profissional ou pessoal, quer apenas brigar. Descarregar eu acho".

Para ele essas pessoas são desajustadas no dia a dia. "Ou ficam fechadas em um escritório remoendo raiva, ou são dessas que brigam no trânsito" arrisca ele.

Seja como for e pelos motivos que forem, a presença da agressividade na Internet é uma realidade. A principio, depreende-se que o mundo virtual digere bem esse tipo de usuário. Não é porém a opinião de muitos internautas: o mundo virtual é profundamente emocional e os acontecimentos repercutem de maneira positiva ou negativa.

"Na minha opinião os moderadores de comunidades deveriam expulsar aqueles que abusam e limpar um pouco o espaço" arrisca Alexandro. Segundo ainda Marcello, frequentador do Orkut, as comunidades mais violentas são as que envolvem temas politicos. "São campeãs de fakes, a maioria encomendados", afirma, sugerindo que a distorção é proposital.

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